Ontem, a gente publicou um post aqui dizendo que o Dr. Joaquim Barbosa estava se deixando meter numa “roubada” com as suas novas amizades globais.
Porque badalação e presidência da mais alta Corte do País não combinam.
O que combina com o cargo é austeridade.
O Dr. Joaquim começa a colher os frutos amargos de sua exposição de “celebridade”. Porque um camarote global numa final de Copa das Confederações, no Maracanã. ao lado de Luciano Huck, Angélica, Ana Maria Braga e outros o que é?
Surge agora a notícia de que Barbosa é o relator de um processo no qual atua o pai de Huck, o advogado Marcelo Huck.
Não é, mas era, até o dia 26, quando foi substituído na função pelo novo ministro Luís Roberto Barroso. Barbosa deixou a relatoria por razões regimentais, não poder declarar-se impedido.
É certo que não se pode acusar do Dr. Barbosa de favorecimento ao pai de Huck. Ao contrário, a decisão que proferiu garante à reclamante, o Carrefour, o prosseguimento da ação contra a Verparinvest, empresa que tem o pai de Huck como patrono.
Mas o fato de haver uma relação processual entre o pai de quem empregou o seu filho como o pai que teve o filho empregado, embora não seja ilegal e possa ser meramente casual dá origem a muitos fuxicos e intrigas incompatíveis com a natureza de seu cargo de presidente do STF.
Ainda mais porque não é segredo que lá dentro mesmo há uma coleção de desafetos de Barbosa prontos a alimentar isso.
Ele colecionou brigas – algumas admiráveis – como a que chegou quase às vias de fato, quando disse ao ministro Gilmar Mendes que não tinha medo de – palavras dele – “seus capangas”.
Aliás, deve lembrar-se que revistas que hoje o incensam, como a Veja, colocaram em letras de forma um episódio familiar constrangedor, quando o Dr. Barbosa foi denunciado por agressão a sua então esposa numa delegacia de polícia. A Veja fez isso, com uma “reportagem”, com requintes de transcrição de supostos diálogos como o que copio a seguir, feita pelo homem-fonte de Carlinhos Cachoeira, o rei das escutas, o famoso Policarpo Júnior:
“Enquanto o governo decidia o que fazer, os comentários pipocaram no próprio Supremo. A ministra Ellen Gracie, a única mulher da corte, no intervalo entre uma sessão e outra, mostrou-se preocupada. “Vai vir para cá um espancador de mulher?”, perguntou ao colega Carlos Velloso. “Foi uma separação traumática”, conciliou Velloso. “Mas existe alguma separação que não é traumática?”, interveio o ministro Gilmar Mendes. Para desanuviar o ambiente, o ministro Nelson Jobim saiu-se com uma brincadeira machista, a pretexto de justificar a agressão: “A mulher era dele”.
Deve o Dr. Barbosa recordar-se que, quando era Joaquim Benedito Barbosa Gomes, um homem negro e de origem humilde que, por seus méritos, foi escolhido por Lula para o STF, não eram os ricos e famosos, e nem a direita, quem estava com ele.
Não eram os globais, não era a mídia, não eram as pessoas que hoje se articulam para fazer dele um instrumento contra as forças que o conduziram, um jurista negro, trabalhador, um filho de pedreiro – eu sou neto de um pintor de paredes e me orgulho disso, como deve o Dr. Joaquim orgulhar-se – ao Supremo, que hoje ele preside.
Estes se aproveitam, envolvem, badalam enquanto lhes é conveniente.
Suas raízes profundas, Dr. Joaquim Benedito Barbosa Gomes, estão no povo pobre deste país que, com todos os defeitos e problemas que vivemos, finalmente vê um governo preocupar-se com ele e não com o mundo dos ricos e famosos.
Irá o senhor se prestar ao papel de ser o instrumento contra quem o reconheceu como jurista, quem viu no senhor um símbolo de que o do povo negro e pobre deste país não era escravo, mas merecia e teria os mais altos postos da República?
Atrair e trair são palavras muito semelhantes, e trair é entregar algo ou alguém precioso ao adversário. E o que mais precioso que nossas origens e nossa alma e nossa história?
A aranha tece sua teia em seda macia. Mas envolve, suga e mata.
7 respostas
Joaquim Barbosa deve está muito apreensivo e pensando se será bom pra ele abdicar da presidência do Supremo, pois ao largar o poder e se render aos poderosos, ele só poderá almejar algo daí em diante se ganhar um cargo político qualquer que seja, poios se perder estará ferrado, ou não, porque acho que ele ainda pode se aposentar, bom no judiciário acho que pode tudo.
Sabe a frase de Abraham Lincoln: “Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”…
O deslubramento do homem, faz ele esquecer as suas origens e até se voltar contra ela.Basta que el pense que é aceito pela sociedade.
Não resistiu ao encanto dos holofotes….
Eu olho para as figuras de Ana Maria Braga e Luciano Huck e imagino a apresentadora com aquele colar de tomates e o apresentador como uma figura que se move em meio ao poder para conseguir favores e logo penso, essas pessoas são capazes de tudo.
Luciano Huck arruma emprego para o filho de Joaquim Barbosa, tenta se aproximar, criar um clima em que Barbosa fique “devedor” dele de alguma forma. Pessoal essa turma da mídia global são todos uns pegajosos e se aproveitam de qualquer situação para tirar vantagens.
Joaquim Barbosa deveria se aproximar de seu filho, se não pode pedir algum cargo ou emprego para ele por causa de sua condição de ministro, ajude ele a criar uma empresa entrar no mundo de algum negócio, melhor assim.
Joaquim Barbosa não pode se tornar refém destes mequetrefes, tem uma missão importante para cumprir neste momento histórico do Brasil como Presidente do STF, não foi para lá atoa.
Acho que esse não é mesmo o Barbosa de quando foi escolhido para o STF. O trecho “Deve o Dr. Barbosa recordar-se que, quando era Joaquim Benedito Barbosa Gomes, um homem negro e de origem humilde que, por seus méritos, foi escolhido por Lula para o STF, não eram os ricos e famosos, e nem a direita, quem estava com ele.” diz tudo.
Negros que escravizam
e vendem negros na África,
não são meus irmãos.
Negros senhores na América
a serviço do capital,
não são meus irmãos.
Negros opressores
em qualquer parte do mundo,
não são meus irmãos.
Só os negros oprimidos,
escravizados,
em luta por liberdade,
são meus irmãos.
Para estes tenho um poema
grande como o Nilo.
(Solano Trindade)
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