Chuva se normaliza e usinas já recebem mais água do que usam para gerar energia

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Desde ontem, os principais sistemas geradores de energia elétrica do Brasil estão recebendo mais água do que usam  para gerar energia.

Não é nenhum dilúvio, apenas as chuvas voltando ao nível histórico que a média registra, como você pode ver no gráfico.

Um alívio para situações dramáticas, como Três Marias, a primeira do São Francisco,  que, ao contrário das demais, não pôde ser ter seu nível preservado para não comprometer o rio, estavam recebendo 70 metros cúbicos por segundo e isso se multiplicou por cinco, em  três dias e  isso deve continuar aumentando, na próxima semana, para a qual há previsão de mais de 100 mm de precipitação.

Está conseguindo, agora, subir diariamente seis centímetros o nível que está 15 metros abaixo do normal.

As usinas de maior porte têm reservatórios imensos e, por isso, enchem e esvaziam lentamente.  Em Três Marias, por exemplo,caberiam umas dez vezes a Baía da Guanabara.

onsA situação, porém, é muito melhor, o que levou o Operador Nacional do Sistema a revisar para baixo o preço da energia – o chamado Custo Mensal de Operação – em quase 50%.

Veja aí ao lado e saiba que, esta semana, ele passava de R$ 1 mil.

A quantidade de água (e de energia, portanto) afluente passou de perto de 50% da média normal, no início do mês, para 86%, ontem. E o cálculo é que que ela seja, em média, de 94% do valor histórico para o mês de dezembro no Sudeste e no Centro-Oeste. E que o nível dos reservatórios feche o ano com 23% de acumulação e que esta chegue a 34% em janeiro, contra 15,1% de ontem.

Estão no gráfico os dados – oficiais – do esperado pelo Operador Nacional do Sistema que, como já frisei, é muito conservador em suas expectativas, porque é responsável.

Não haverá milagre, assim como não haverá catástrofe, embora ela esteja a anos-luz de ser tranquila.

Foi por isso que, dois dias atrás, se protestou aqui contra a “urubologia” de Miriam  voltando a prever apagão.

Ela tem razão ao dizer que foi uma seca mais severa que a do apagão de FHC. Mais severa e, mesmo assim, sem apagão, não é?

Porque é um absurdo que ela não use 1% do seu volume de indignação acusatória contra uma situação que é mil vezes pior, a do abastecimento de água em São Paulo onde, infelizmente, as chuvas não levaram a nenhuma recuperação dos reservatórios.

A vazão afluente é média de novembro é de 6 m³ por segundo, um terço do que, mesmo com toda a penúria hídrica a que estão submetidos os paulistanos, é só um terço do que se consome.

Como aqui não se faz terrorismo, não há risco imediato para São Paulo – salvo por algum problema das bombas das gambiarras feitas por Geraldo Alckmin – porque a chuva vai continuar.

Mas lá, sim, com qualquer cenário que não inclua dilúvios históricos, qualquer analista sabe que a situação vai sair do controle assim que terminar a situação chuvosa, já que seu principal sistema de abastecimento tem hoje MENOS  20,1% de sua capacidade normal.

Ou, para falar em litros, uma “dívida” de 200 bilhões de litros.

Isso aí é que é deficit público, Miriam!

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9 respostas

  1. A recuperação hídrica dos principais reservatórios responsáveis pela produção de energia elétrica é uma agradável notícia. Em termos econômicos,uma das mais baratas energias possíveis e, de outra, evita-se o uso de termelétricas que tem custo mais elevado e ambientalmente mais danoso. Tem efeito cascata na economia eis que energia mais em conta, deprecia os preços tanto da indústria quando para o consumidor final. Em tempos em que o combate à inflação se torna uma meta a ser seguida com maior rigor, a volta da capacidade hídrica é um renovado alento. Quem não gosta dessa notícia, com certeza, é a Miriam Leitão. Mas isso é um problema de foro íntimo.

  2. Eu fico feliz com o sertão chovendo,as aguas do São Francisco,são muito importante,para abençoar esse projeto grandioso da transposição e também esses outros rios de Santa Maria da Vitoria e Correntina e todos seus afluentes e a vida continua,com esperança e otimismo….viva nosso Senhor Bom Jesus da Lapa!

  3. E com as chuvas as flores nos campos se
    abrirão,com seus perfumes,no interior…
    um bom lugar para se viver em paz,e’ um
    Brasil que está melhor,a vida está melhor !

  4. Fico feliz que as chuvas estejam aumentando os níveis das represas do velho Chico, mas fico muito preocupado que o cantareira esteja mesmo num período chuvoso, onde se o nível estivesse subindo pouco já seria ruim, ainda esteja perdendo 0,01 ao dia. Sinceramente, nem toda minha torcida e desejo, não consigo vislumbrar um bom cenário para o abastecimento de SP e várias cidades do Interior, sem contar a saúde das principais bacias de SP.

  5. Sabe não e’ a chuva que se normaliza,
    nada e’ garantido,não e’ garantido que
    a chuva sempre vira’…não e’ garantido que o clima nunca mudará…. nada….nada!
    Não e’ garantido nem sequer a vida….mas a
    quem tem esperança teima, porquê ?
    há algo que garante a vida e a esperanca,e nesse caso “eu acho” que a companhia da verdade,teimara’,para testemunhar e como garantia,como as leis da física,algo faz a vida prosseguir e a vida virá,sempre foi assim e não há nada que se possa fazer,somos passageiros
    no mundo.

  6. Precisamos aproveitar esta experiência dramática para investirmos na recuperação dos leitos dos rios e nascentes. Campanhas de conscientização nas escolas de preservação do meio ambiente. Punir com mais severidade o uso de queimadas como técnica agrícola. Aumentar os incentivos ao aproveitamento das águas da chuva tanto no campo , como nas cidades.

  7. Há décadas que as matas ciliares estão sendo sistematicamente devastadas. É o agronegócio, estúpido ! Ganância desenfreada. Isso também conta na deterioração das bacias hidrográfica, ou não ? O plantio de matas ditas renováveis, eucaliptos e pinho para a indústria papeleira e fornos de pizzarias. Os governantes devem se debruçar sobre esse problema, causado pelo próprio homem. Homem ?

  8. Grande Brito, tua calma, tua competência e resistência merecem essa notícia!
    Merecemos, nós que vamos pelo bom caminho, que como se diz, combatemos o bom combate.

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