O Estadão descobre a emergência da água em São Paulo, afinal

vazao

Em ótima matéria dos repórteres Ragfael Italiani e Fabio Leite, o Estadão quase chega ao ponto de assumir que São Paulo não vive uma situação grave em termos de abastecimento d’água mas, sim, uma situação desesperadora.

Diz que, na previsão feita em outubro, a Sabesp 3, afirma que haveria “um déficit de 50,1 bilhões de litros de água no sistema ao fim de abril. Isso quer dizer que, pela projeção mais pessimista feita à época,  o Cantareira não recuperaria tudo o que já havia sido utilizado dos 182,5 bilhões de litros do primeiro volume morto”.

Essa previsão, diz o jornal, estimava como parâmetro o pior cenário de chuvas já registrado, o de 1953.

Só que a situação é pior, muito pior, como você vê nas curvas de vazão afluente do Cantareira.

Registra a reportagem que de outubro para cá, entraram nos reservatórios 151,1 bilhões de litros a menos de água do que era esperado pela Sabesp.

Portanto, em números redondos, 150 bilhões mais os 50 bilhões do déficit inicialmente previsto, são 200 bilhões de litros de déficit, isso se chover em fevereiro, março e abril tanto quanto naquele ano da seca de 1953.

Ruim?

Espere.

Para isso acontecer, é preciso que o Cantareira pare de cair, como vem caindo quase todos os dias e “ganhe” mais 36 bilhões de litros do que tem hoje.

Porque está 236 bilhões de litros “abaixo do zero normal”, sem bombeamento.

A  55 milhões do fim da “segunda cota”, uma invenção que rendeu mais 100 bilhões de litros.

E para entrar na terceira cota, porque, mesmo restando água no reservatório do Jacareí, ela não pode ser bombeada na velocidade necessária ao sistema e, por isso, o reservatório do Atibainha, de onde vem esta terceira cota, terá de ser drenado antes do fim do uso daquele reservatório.

No dia 21, quando este blog disse o que diz hoje o Estadão, o Atibainha estava apenas 65 centímetros acima da marca autorizada pela Agência Nacional de Águas para o fim da segunda cota. Hoje, está a 38 centímetros, isso porque  no sábado houve uma chuvarada na sua área de captação e o volume de água foi muitíssimo superior ao “normal” (de fato, anormal) que se vem registrando.

Claro que pode ocorrer um “milagre” e chover mais.

Mas nem um milagre resolverá, não no grau a que se permitiram que chegassem as coisas.

É possível que se evite o esgotamento total das represas até o fim do verão, embora a cada dia isto esteja sendo mais difícil.

Porque o fundo do funil chegou.

Já não adianta mais falar em percentagem dos reservatórios.

É o mesmo que discutir “fluxo de caixa” quando você não sabe quando e quanto São Pedro irá lhe pagar e restam a você algumas moedinhas no fundo do bolso e ainda aquelas que você pode encontrar perdidas em alguma gaveta.

Geraldo Alckmin não tem culpa pela falta de chuvas, é obvio.

E, mesmo que se tivessem feito o planejamento e as obras necessárias, a seca ainda assim seria grave.

Mas o governo paulista e a imprensa têm uma culpa indesculpável.

A de mentirem e omitirem à população.

A verdade é algo que tem de ser dito, ao menos na esfera pública, chova ou faça sol.

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13 respostas

  1. Mentir: a cara da politicagem. Alckmin e Dilma são ótimos exemplos na atualidade.
    E não adianta: petrolão, mensalão, tremsalão, banestado.. nunca veremos a devolução do dinheiro surrupiado.

  2. A culpa de Alckmin não é apenas por ter mentido e omitido, como também por não ter trabalhado, projetado e realizado obras há mais de 10 anos.
    Como disse uma charge: se o Deserto do Saara fosse administrado pelo PSDB teríamos racionamento por falta de areia. Os caras são muito ruins de serviço!!

  3. O Alckmin queria se reeleger e por isso mentiu como lhe é de costume, mas a Mídia tem culpa maior nesse episódio, pois poderia ter alertado a população para a gravidade do que ocorreria caso fosse um serviço isento a serviço da ética e decência como pregam os seus editoriais, mas o que se viu foi o contrário se aliaram aos seus beneficiadores de verbas publicitárias esconderam da população a catástrofe do que irá ocorrer. A Mídia brasileira está a serviço apenas de seus interesses monetários e sua regulamentação já é tardia.

  4. mas nem uma única voz se levanta pra clamar a cabeça do picolé de chuchu…

    isso pra mim se chama “estelionato eleitoral” já foi praticado algumas vezes, inclusive pela nossa estimada esquerda…

  5. Quando o povo souber que o reservatório secou, lá por março ou abril, mais tardar em junho, aí sim é que o desespero vai bater e a ficha vai cair.

    Hoje o povo paulista dá com as costas porque é o volume do seu cérebro que morreu, e isso muito antes da crise nos reservatórios, principalmente o cantareira, isso sim..

    O estado de SP e a cidade de SP perderam a dignidade, assumiram o psdb, reelegeram de novo um maldito tucano[eles estao aqui desgraçando tudo há 20 anos], entao agora engulam “seco” o que vem pela frente.

    Irao protestar nas ruas a desgraça que o psdb fez com o recurso hídrico paulista?
    Nao. Claro que nao! Vao preferir creditar a irresponsabilidade estadual do psdb paulista ao governo federal, duvidam?

    O pig se encarregará de fazer a cabecinha vazia do analfabeto[político]paulista, aliás, nem precisa tanto esforço, porque SP é um estado pobre de espírito e hipócrita desde sempre e o psdb e o pig sabem muito bem disso.

    Sou nascida e criada na cidade de SP e nunca entendi a falta de interesse do povo sobre os assuntos importantes para a cidade e para o estado. Votam por obrigaçao e sem nenhuma responsabilidade. Entao, alckimim goela abaixo porque é isso que vai sobrar.

    Um estado que elege merda e toma a sua água retirada do lodo do volume morto reclamará do que quando nem isso tiver para beber?

    Reclamará da Dilma, claro.

    Viva o povo paulista!

    O estado mais analfabeto do Brasil.

    1. O cérebro do coxinha já nasceu natimorto. Quero nem imaginar o caos que será uma metrópole como SP com 20 milhões de habitantes sem água.

    2. Tens toda razão. É tanta lavagem cerebral que o PIG faz, diariamente, principalmente em SP, que transformou a massa encefálica de grande parte da população em volume morto. Meses atrás, foi publicado no Estadão um texto de um colunista, escritor famoso, sorrateiramente jogando a culpa da falta d’água no prefeito Fernando Hadad e em Dilma. Como diz aquela propaganda que retrata os leitores do jornal: “se eu tivesse um cérebro…lavava no Estadão” http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,o-arco-iris-da-seca-anunciada-imp-,1127702

  6. Fernando Brito, será que você pode discorrer um pouco sobre a situação da água no Rio de Janeiro? Parece que está tudo tranquilo, reservatórios cheios, podemos ficar descansados, não é verdade?

  7. Eu não acredito que o Estadão “já” descobriu que o problema da seca é grave? Vc tem certeza que eles descobriram mesmo? Outro ponto importante é quando vc diz que a imprensa tem culpa pela omissão. Não é verdade. A mídia honesta de São Paulo apenas não quis informar para não causar tumulto e nem apreensão na população. Oras a mídia não deve servir p/ estas coisas. Em momento algum ela omitiu p/ ajudar na reeleição do Picolé. Jamais fariam isto…..

  8. Vi num Blog ai que um Secretário de SP está pedindo para o governo federal decretar racionamento de Energia!
    Brincadeira, não?! Mas é verdade>
    Não querem assumir a seca d’água sozinhos, necessitam de um problema do mesmo tamanho para o governo federal.
    É muita safadeza desses abutres, carniceiros do Estado, bebedores de lodo!
    Oh Alckmin? Energia, traremos da Amazônia, do Sul, Centro Oeste e até do nordeste. Agora Água, amigo, só se for do Tietê!!

  9. paulistada coxinha surtando.
    Com o apoio da revista Veja, grupo quer SP independente do Brasil e Alckmin como Presidente
    Separatistas querem São Paulo independente do Brasil
    Moeda seria diferente e Geraldo Alckmin o presidente, se apoiasse o sonho dos manifestantes

    O nome seria República de São Paulo. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) até poderia ser empossado presidente, desde que tivesse apoiado a separação do Estado do restante do Brasil. “A moeda muito provavelmente não seria o Real. Até porque, né…” Esse é o país dos sonhos de Júlio César Bueno, um professor de história de 24 anos que comanda o Movimento São Paulo Independente.

    Na manhã deste domingo (25), dia do aniversário da capital, ele e seu grupo marcaram um encontro em frente ao Obelisco, em frente ao parque Ibirapuera, monumento símbolo da revolução constitucionalista de 1932. “O que nós queríamos era fazer uma visita, mas não vai dar”, lamentou.

    É que os vigilantes do local foram avisados de que haveria uma “manifestação”, e decidiram fechar as portas. Como o encontro do grupo foi divulgado na última semana pela “Veja São Paulo”, Júlio e seus companheiros entenderam que eram o alvo da precaução. Não pareciam oferecer risco. Ao todo, o grupo não chegava a 20 pessoas.

    Quando estão na rua, os entusiastas da independência de São Paulo pedem assinaturas de apoio para uma de suas bandeiras: a troca do hino do Estado. Na avaliação do grupo, o Poema dos Bandeirantes “não tem melodia, nem a força” que o Estado merece. Eles advogam a adoção do Hino Constitucionalista, de 1932.

    Quantas assinaturas querem colher? “Um número significativo, para apresentar a um deputado que simpatize com a causa”, diz Júlio.

    E há um deputado que simpatize com a causa? “Simpatizante, simpatizante, não. O Coronel Telhada (PSDB) é um político que nós admiramos, mas ele já disse que é contra a separação”, concluiu.

    O movimento foi criado em 1992, viveu um forte ocaso na virada do século e, mais recentemente, retomou suas atividades. “A maioria das pessoas que o fundaram morreu. Então nós começamos a nos falar, nos grupos, na internet”, explicou Júlio –ele é o presidente do movimento.

    “Às vezes marcamos reuniões públicas. As pessoas aparecem para ver do que se trata. Descobrem que não somos um grupo de nazistas, de xenófobos que quer expulsar nordestinos. Veem que somos pessoas normais”, explica.

    O movimento é a favor de que São Paulo tenha uma legislação penal própria, além de regras “objetivas e claras” para imigração. “Não queremos expulsar ninguém, mas o Estado está inchado, com 40 milhões de pessoas. Como controlar isso? Estimulando uma progressão demográfica em níveis controlados.”

    “Centenas de haitianos desembarcaram no Acre fugindo de seus país. O que fez o governador Tião Viana? Mandou todos eles para São Paulo. Claro, né? São Paulo resolve. Algumas pessoas acham que a gente não tem problema, que São Paulo é a Suécia. O Tião Viana pegou os haitiano e mandou para cá. Quem é xenófobo? Eu ou ele?”, provoca Júlio.

    Eles dizem não serem filiados a nenhum partido. Júlio criticou a presidente Dilma Rousseff (PT) e seus principais adversários na última eleição, Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). Diz que os governadores de São Paulo, inclusive Geraldo Alckmin, foram “frouxos” e não estão preocupados de fato com o Estado.

    “Eles só pensam em uma coisa: Brasília. Querem ser presidentes”, diz.

    A principal justificativa para defender a independência do Estado é financeira. “São Paulo é o Estado que mais produz riquezas e esse dinheiro se perde na corrupção de Brasília”, diz Júlio.

    Questionado se seria um bom momento para pedir a independência do Estado, justo quando ele atravessa a maior crise hídrica de sua história a ponto de precisar buscar água em rios federais para tentar resolver o problema a longo prazo, Júlio é pragmático.

    “São Paulo produz R$ 400 bilhões por ano. Com esse dinheiro, eu dessalinizo água, como faz Israel. Eu tenho dinheiro, eu compro água”, responde. “Nenhum povo que buscou a independência se arrependeu. São Paulo não vai ter saudade do colonialismo de Brasília”, conclui Júlio.

    (OTempo)

    1. Depois de tantos anos de destruição causada pelos desgovernos tucanos em SP, logo, logo, serão os moradores dos demais estados que irão pedir a separação deste Estado em decadência, em que a violência está, cada dia mais, batendo à porta de todos, em que falta água, em que a privatizada Eletropaulo corta a luz a cada chuvisco, em que os pedágios são os mais altos, o metrô uma calamidade de hiperlotação e falhas, as escolas estaduais são péssimas. E uma população que não consegue enxergar o quanto é manipulada pela imprensa oligopolizada, ao ponto de ter gente saindo às ruas para uma manifestação tão sem noção como essa citada.

  10. E a Dilma ainda manda R$ 3 bilhões para esse governador que cometeu estelionato eleitoral, crime ambiental e ferrou com SP pelos próximos anos, prejudicando a população, que ficará sem água, e toda a economia paulista. Por que ao invés de dar dinheiro para o incompetente do Alckmin, Dilma não mandou um interventor para tentar salvar o que ainda restava de água nos reservatórios em 2014?

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