Vocês verão a resistência que se dará contra o projeto, noticiado hoje, de reaver – com acréscimo de pesadas multas – o dinheiro que as empreiteiras pagaram para diretores da Petrobras.
O valor de R$ 15 bilhões estimado pela Folha é dinheiro equivalente a quase 1,5 vez e meia – em dólares – ao obtido com a venda da Vale, no Governo Fernando Henrique Cardoso.
Até a Folha deixa claro que o projeto de decreto em gestação “não prevê o salvamento dessas empresas” e nem mesmo a “estatização” de seu controle acionário.
Prevê, sim,a entrega de ativos – propriedades e concessões públicas – que serão colocados em mercado, ficando a União com o produto de sua venda: fatias de aeroportos, usinas elétricas, terminais, estaleiros, concessão de rodovias, etc…
E o preço a ser considerado é o de avaliação feita instituição financeira independente de tudo o que elas possuem e o governo poderá escolher aquilo que lhe convém, tanto do ponto-de-vista estratégico quanto da conversibilidade em dinheiro.
Nada de entregar parte do controle acionário, como faziam os governos militares quando o BNDES virou “hospital” de empresas.
Nem de simplesmente multar, como se fez no exterior com empresas como a Siemens ou o Citibank, porque o valor das multas acaba por sair do faturamento das empresas. Agora, não, é em seus bens.
Quem não quiser, pagará em dinheiro vivo.
A vantagem para as empresas?
Só uma: a de não quebrarem e poderem continuar trabalhando, concluir contratos em andamento, concorrer a outros e, sobretudo, manter seus quadros de pessoal, ainda que em menor escala – parte dele, claro, “vai junto” com os empreendimentos que serão revendidos.
Em nada isso interfere com as condenações criminais a donos e diretores das empresas que participaram da roubalheira nem com as multas e penas pecuniárias que terão de pagar.
Qualquer empresa privada, se pudesse fazer isso com seus credores, ergueria as mãos para o céu.
Qualquer um que já tentou reaver ou cobrar algum dinheiro pela via judicial sabe quanto isso é difícil, lento e custoso. Até este modesto blogueiro, que ganhou uma ação em 1996 ( em última instância) e até hoje não viu a cor do dinheiro.
Então, por que a resistência? Por que tentar, cavilosamente, misturar o que só atinge as empresas com qualquer tipo de acordo que “alivie” corruptos e corruptores?
Porque boa parte dos que se proclamam arautos da moralidade não dão a menor bola para que o dinheiro volte, só se importam em que o governo vá.
No meio de uma crise que aterroriza o mundo, com a perspectiva de um enfraquecimento geral da economia mundial a partir da China, querem que se dispense e entregue à morosidade – de novo, sem trocadilho – da Justiça um valor equivalente a um quarto de todo o investimento estrangeiro direto no país.
Não lhes importa que o dinheiro da propinagem volte para o país, multiplicado pelas multas impostas. Importa é manter uma situação de paralisia, recessão, preferencialmente causando queda na arrecadação, no emprego e no investimento.
5 respostas
Objetivo final instalar o caos ( quebrar o pais e instalar o desemprego) e o retorno da oposição com a volta triunfal da corrupção a todo vapor. Só que dessa vez escondida do povão. Brasil para a Oligarquia não é país e não há cidadãos. Desde que Cabral desembarcou, é um lugar para exploração e assim tem sido por séculos. Dilma e Lula vocês não tem lugar aqui.
Do Brasil 247- BLINDAGEM A AÉCIO NA MÍDIA LIDERA CRÍTICAS NAS REDES
Hashtag #PodemosTirarSeAcharMelhor foi o tema mais comentado no Twitter desde ontem, quando o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef reafirmam na CPI da Petrobras, na Câmara, que o senador tucano recebeu propina de Furnas; portal UOL alterou sua manchete principal para ocultar o nome de Aécio Neves; jornalista Fernando Brito, do blog Tijolaço, aponta “silêncio sepulcral” da mídia em relação ao caso e questiona: “Os jornais não vão buscar mais detalhes: quem pagava, como pagava, quem levava, quem recebia – a bufunfa? Vamos ficar no ‘não vem ao caso’? Ninguém quer tomar a palavra de um bandido da cepa de Youssef como verdade, mas – ao contrário de tudo o mais que ele falou – não se vai investigar?”; termo ‘Podemos tirar, se achar melhor’ teve origem em março, quando a agência Reuters vazou essa orientação em uma reportagem que citava FHC.
Será que a midia quer recuperar essa propina?
As ruas sepultaram o golpe
Publicado no Brasil 247
As manifestações contrárias ao impeachment surpreenderam a oposição. Nem tanto pelo que de fato realizaram, mas paradoxalmente pelos resultados que poderiam ter atingido em outras circunstâncias. Ou melhor, que poderão atingir com um pouco mais de organização e esperteza.
Apesar das tentativas públicas de menosprezar os atos, nas redações e nos gabinetes o tom das conversas é parecido: o governismo ainda possui capacidade mobilizadora e conta com penetração social que seus adversários não conquistaram. Enquanto as passeatas da direita flertam com a repetição, a caricatura e certo esgotamento de propósitos, as da esquerda mal começaram e têm potencial para crescer.
As multidões com bandeiras vermelhas completaram o tripé sobre o qual assentará a permanência do governo Dilma Rousseff. O primeiro pilar é a fragilidade política da oposição, enroscada na decadência de Eduardo Cunha e nas capivaras da Lava Jato. O segundo veio com o manifesto de juristas notórios contra o golpe, atitude pouco divulgada pela mídia, mas que repercutiu nos meios jurídico e acadêmico.
As manobras golpistas precisariam dominar pelo menos um desses flancos. A frente partidária coesa, o respaldo técnico do legalismo e a unanimidade popular, mesmo atuando isolados, suplantariam as demais lacunas. Mostrando-se competitivo nas três frentes, o governo afugenta os pragmáticos do mundo político-empresarial, isolando os aventureiros numa posição incendiária que ninguém ousará bancar.
Mas o golpe foi riscado da agenda antipetista principalmente porque os atos da esquerda criaram um novo cenário hipotético para o futuro próximo. É fácil imaginá-lo: uma onda de reações cada vez mais unidas, representativas e abertamente governistas contra o impeachment. E se os desfiles reacionários suscitarem equivalentes progressistas sempre maiores, fomentando a combalida militância para as eleições de 2018?
Esse prognóstico sombrio domina os bastidores oposicionistas em todos os âmbitos. Por trás das verborragias ameaçadoras, seus líderes na verdade preparam uma despedida honrosa do monstro, que de tão feroz terminou rosnando para os próprios donos. A súbita transferência dos ataques, de Dilma para Lula, sinaliza a estratégia alternativa que o golpismo começa a articular.
http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com.br/
Enquanto existirem politicamente subanimais da miniatura ética de um Gilmar Mendes, de um Aécio Neves, de um Agripino Maia, de um Ronaldo Caiado, de um FHC et caterva – sim, degenerados sociais da miniatura de um Alberto Youssef ou de um Paulo Roberto Costa – , no Brasil, restará somente em letras colossais, em todas as avenidas, ruas e becos: “it don’t comes to the case”!
Então o que sobrará (que há muito já está a sobrar…) em português?
NA ESQUINA
by Ramiro Conceição
No princípio, era “eleger”, sinônimo
de “escolher”, com particípio “eleito”
que substantivado, no feminino,
deu “eleita” que logo virou “elite”… Sim,
desde o início ? a elite roubou o verbo!
É por isso que a elite
cultua ser elite, adora ser eleita,
porém detesta ser denominada
tal qual… Afinal, a elite tem arbítrio
e o resto dos mortais é desperdício.
A elite tem financeira. O resto?
Abana o rabo, a rir na coleira.
A elite tem classe. O resto? Que se
lasque! A elite tem opinião. O resto?
É podridão! A elite adquire. O resto?
Que se vire!
A elite ama. O resto? Se engana. A elite não assassina:
é o resto que estrebucha, morre e desatina. A elite se
multiplica. O resto? Divide as metralhadoras à espera,
na esquina.
O fato da robalheira ter começado antes do PT não alivia nem inocenta a culpa do governo. E quem pensa ao contrário é mau caráter e merece uma morte lenta e dolorosa.