1964 – Parte 2. O PMDB, Moro e porque a classe média quer derrubar Dilma. Por Augusto Bisson

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A primeira consequência do desembarque do PMDB do Governo Dilma Rousseff – e a previsível aceleração do processo de impeachment da presidente na Câmara dos Deputados – é o progressivo arquivamento do atual herói de grande parte da classe média brasileira, o juiz espiritualmente tucano Sergio Moro. Quanto mais se aproximar a data da possível queda de Dilma, mais os holofotes da mídia, que promoveram ad nauseum a ele e à sua Operação Lava Jato, vão se apagar definitivamente para ambos.
Cumprido seu papel circunstancialmente histórico de dar legitimidade jurídica à desmoralização do atual governo (ainda que este também tenha contribuído para seu descrédito…mais sobre isso adiante), Moro será devolvido à sua insignificância paranaense. Com o tempo, vai se tornar, na condição de juiz de Primeira Instância, uma figura tão esquecida pela população quanto é hoje seu conterrâneo que, durante o congelamento de preços promovido pelo Plano Cruzado (1986), “fechou um supermercado em nome do povo brasileiro”. Moro até pediu desculpas ao STF por violar a Lei 9296/96 ao divulgar as conversas privadas de Lula. Escutas telefônicas só podem ser utilizadas dentro da investigação e do processo penal. O fato notável é que, além da desrespeitar a legislação, jamais um juiz pediu desculpas ao STF em situações que envolvessem suas decisões, sobretudo publicamente.
O clichê diz que revoluções devoram os seus filhos. E involuções, que é o que estamos assistindo no Brasil, também. A estrela de Moro caminha para a extinção. Não é possível a continuidade de uma operação como a Lava-Jato – se esta se aprofundasse, realmente, e não visasse somente o PT – sem destruir o sistema político brasileiro, particularmente a parte podre de seu maior partido, o PMDB.
E isto não vai acontecer, sob o silêncio obsequioso, inclusive, do STF. Gente como Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Aécio Neves (PSDB) permanecerá intocada, garantida pelos acordos que vão envolver a formação do Governo Temer. O tempo o mostrará . Pois, como escreveu o Hegel citado erroneamente por aqueles promotores atrapalhados de São Paulo, “a coruja de Minerva só alça ao voo ao anoitecer”.
Fala-se bastante nas redes sociais em golpe e repetição de 1964.
Bem, o pouco citado cenário econômico, particularmente, é essencial, como sempre, para o entendimento dos acontecimentos. O que começou a partir de 2012 no Governo Dilma é bastante semelhante ao que ocorreu em 1963. Um fim de festa, digamos assim. No período 1957-1962, o Brasil cresceu a uma taxa média anual de 8%. Em 1963, porém,o desempenho da economia atingiu pífios 0,6%, a inflação chegou a 74% e a indústria decresceu 0,1%. Sentindo o freio de suas pretensões de consumo aguçadas nos anos de prosperidade – e assustada com Cuba e com o crescente avanço da esquerda nas ruas – a classe média deu o sinal verde para intervenção militar (1964). Hoje, pode-se dizer que o ela quer, sem se dar conta disso, é a volta dos tempos de Lula….Crescimento de 7% ao ano, crédito a perder de vista para a compra de bens de consumo duráveis, dólar baixo etc.
Não é de se duvidar, inclusive, que aquelas panelas batidas nos bairros de classe média alta durante os pronunciamentos de Dilma na TV tenham sido compradas em lojas nível C de Miami e Nova Iorque…Pode parecer inacreditável diante das dificuldades financeiras do Estado brasileiro, mas é provável que Dilma não se veria diante de tantos protestos, se, irresponsavelmente, baixasse a gasolina para dois reais o litro, e a conta de luz de 200 para 80 reais. A indignação moral da classe média se dá contra o PT porque, em tempos de recessão econômica, ela acredita que este partido está tomando o dinheiro que deveria estar nos bolsos dela.
Sendo assim, a maior parte das pessoas não está interessada nos crimes de Eduardo Cunha, Aécio e quejandos. Eles querem só “pegar” o PT. Como resultado dessa posição estreita, teremos Temer e o PMDB. Voltamos ao de sempre. Infelizmente, o país parece não ter jeito, pelo menos em nosso tempo de vida.
Entretanto, essas coisas não acontecem apenas por um conspiração “midiático-jurídica” – embora a grande imprensa combata inescrupulosamente e sem tréguas Lula e Dilma, mentindo, omitindo e distorcendo os fatos. É preciso reconhecer, também, os equívocos da esquerda. Ela se desmoralizou eticamente ao fazer o jogo de um sistema político que condenava quando estava na oposição. Isto também revolta a classe média, que se sente, com razão, nest6e caso, lograda em suas expectativas de um novo Brasil, devidamente “moralizado” a partir do PT.
Muito se fala em reforma política, já que, efetivamente, nosso sistema está apodrecido. Quero lembrar, entretanto, que ele, sistema, já estava nessa condição quando Lula assumiu a Presidência. E, até essa época, nunca, ou raramente, se viu a esquerda propor reformas concretas no nosso arcabouço político-eleitoral.
Pode-se dizer, também, que Dilma não agiu politicamente a tempo de conter seus opositores. Tampouco se pode dizer que tenha a retórica, malícia e desenvoltura essenciais para exercer o papel de liderança num tempo de crises e conflitos, sejam estes criados pela mídia ou efetivamente reais.
E, além disso, as denúncias de corrupção e negociatas devastaram os melhores quadros do PT, o que faz com que a equipe de governo não tenha atuação política firme nem para se defender.
Por fim, Dilma conseguiu colocar toda a elite financeira, comercial e industrial contra ela em função, dizem eles, de suas constantes intervenções na economia.Fala-se que o PT se afastou de suas bases populares, mas é preciso lembrar que os empregos destas dependem dos investimentos feitos pelos detentores do capital. Aliás, a extraordinária popularidade de Lula residiu no fato de seu governo ter contentado amplamente a base e o topo da pirâmide.
Hoje, o país está paralisado por absoluta descrença, justa ou injusta, na Presidente Dilma. Não há como qualquer plano de recuperação econômica funcionar sob esta condição.
Enfim, Dilma, que é 100% honesta até prova em contrário, não vai e não deve mesmo renunciar. Os que a apoiam é que devem, mais do que tudo, resistir e denunciar o “golpe branco” que está acontecendo no Brasil – onde a política se judicializou e o Judiciário se politizou ao extremo, nas palavras do sociólogo Boaventura Santos.
Mesmo a imprensa internacional que se mostra crítica em relação à capacidade da presidente, já se encarregou de mostrar a situação surreal que estamos vivendo por aqui. Quem está julgando Dilma no Parlamento é mais “culpado do que ela”, diz o Los Angeles Times. A rede Al-Jazzeera também repisou este tema.
Ainda que Cunha e Renan fossem modelos de honestidade, um terço do Congresso está envolvido em falcatruas, assim como igual número dos deputados que compõem a Comissão do Impeachment. Como disse um jornalista no Facebook, este Congresso não tem moral nem para julgar Fernandinho Beira-Mar.
Uma verdadeira epígrafe de nossos tempos sombrios.
Carlos Augusto Bisson, jornalista gaúcho, cedeu gentilmente este texto para o Tijolaço.
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39 respostas

  1. Pois senhor Bisson,como o senhor,também sou do R.G.do Sul.Compartilho algumas opiniões de sua análise,mas devo alerta-lo de que exigir-se de um partido,com características de PEQUENA BURGUESIA,para fazer reformas,mesmo as mais tímidas,é historicamente,impossível.Não conheço e nem ouvi falar,ainda que saiba de minhas limitações de toda ordem,inclusive intelectuais,de que isso tenha ocorrido,desde a REVOLUÇÃO FRANCESA,que redundou em LUIS BONAPARTE,com o beneplácito da MONTANHA,o PT de antanho.E o Gel.Cavagnat,INSPIRADOR MAIOR DE LUIS,e bem armado,pois não há nas guerras,nada que inspire mais,que as ARMAS.Com relação a PEQUENA BURGUESIA,mais a direita,ela é unicamente,fiel serviçal da burguesia,desde o seu nascimento,vieram ao mundo para PUXAR SACOS DOS RICOS e SENTIR PENA DOS POBRES,desde que estes,continuem em seus lugares.Mas temos que admitir,que o atual governo,atuou dentro dos limites permitidos pela acordo social,na direção de no mínimo,encaminhar a economia para o que chamam de POPULISMO ,que não é outra coisa,que usar os COFRES PÚBLICOS,não para atira-los nas cabeças dos burgueses,mas senão para estimular investimentos onde forem mais urgentes,e dar assistência social aos mais pobres,até que a economia os absorva em atividades PRODUTIVAS.O mesmo que Roosewelt fez,nos E.Unidos.Quanto eventos de corrupção,nas sociedades divididas em classes,essa é uma DOENÇA PERPÉTUA.Não tem cura.A Mais Valia,menos falada nos dias atuais,é seu ingrediente mais feroz.Com relação a timidez do governo em se defender,esses criminosos golpistas,conseguiram paralisar o ESTADO BRASILEIRO,nas várias frentes de trabalho que estavam acontecendo,deixando o governo,sem alternativas.As arremetidas golpistas,contra as empresas que sabidamente sempre foram CORRUPTAS,mas somente agora,em face de MÉTODOS DE ALCAGUETÁGEM E DEDURISMO,um absurdo jurídico,somente usado pelos NAZISTAS e que todo mundo acha normal,conseguiram retirar todas elas,de seus canteiros de obras,em cima de denuncias de LADRÕES,que roubaram anos a fio,a Petrobras,e particularmente nessa,se atribuiu maior importância,posto que o GOLPISMO tem por objetivo,doa-la para os PARTICULARES,seus sócios e patrões,como fizeram com a VALE,e eu não assisti à época,artigos FURIBUNDOS,COMO ASSISTO AGORA.No frigir dos ovos,essa é uma luta entre os PRIVATISTAS CANALHAS,e alguns patriotas que ainda acreditam poder diminuir no Brasil,a sede dos ABUTRES FINANCISTAS.

    1. Parabéns , suas palavras representam nosso verdadeiro Rio Grande , gigante nas horas sombrias. Perfeita sua análise.

    2. Marco faço suas palavras como minhas e confesso a todos estamos nessa situação por que ficamos uns esperando por outros. Somente agora começamos a acordar e observar que os golpistas de hoje foram os mesmos de ontem. Se quisermos podemos pará-los e vamos pará-los nem que sejam necessário eliminá-los fisicamente. Se amanhã surgirem novos Bonapartes, Hitler etc nós fizemos a nossa parte. O avanço dos usurpadores é o nosso recuo. Avante! Brasileiros somos a última trincheira da democracia e os reais defensores do nosso futuro.
      Queremos lembrar aos senhores governadores da Bahia, Minas Gerais e Piauí se eles mantiverem alheios e o golpe prosperar, não pensem que vão continuar governando. Serão defenestrados com decretos de intervenção e colocados em seus lugares, vices que debandearem ou presidentes de Tribunais de Justiça. Portanto, urge que preparem suas policias para ajudarem aos democratas fieis a abortar esse golpe que caminha a passos largos.VAMOS PARA RUAS DEFENDER O FUTURO DOS NOSSOS FILHOS,mesmo que tenhamos de morrer…

  2. Quando é que os seres pensantes deste pais vão reconhecer de forma clara que o governo eleito e o estado brasileiro estão sofrendo a vários anos ataques midiático e ataques jurídicos cuja finalidade sempre foi a desestabilização política e econômica
    com a clara finalidade de golpe de estado.
    O Texto me parece querer inocentar os agressores e colocar a culpa nos que sofrem a agressão.
    Só no Brasil.

  3. Em outros momentos, como em junho de 2013, houve uma grande sensação de que o governo não seguiria em frente. Não só continuou como a Dilma foi reeleita.

    Acredito que dessa vez ocorrerá o mesmo. Acima de nós existem forças olhando pelo futuro da Nação.

    Vamos ser otimistas!
    Avante!

  4. O GOLPE DE 1964 NÃO FOI UM GOLPE

    Por *Emir Sader
    *Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

    30 de Março de 2016

    “Os golpes nunca se dizem golpes, os golpistas nunca se fazem chamar de golpistas. Há sempre vários tipos de nomes, pelos quais os golpistas tentam disfarçar seu golpe”, afirma o colunista do 247 Emir Sader; “Ninguém é golpista, mesmo que planeje e dê um golpe, interrompa o processo democrático e imponha uma ditadura. Ele sempre se pretende imbuído de uma missão nobre: limpeza ética do país, combate à subversão, resgate da economia dos riscos do estatismo”, acrescenta; para Sader, tanto o que correu em 1964 quanto o que está em curso em 2016 têm tudo de golpe: “cara, jeito, ação, projeto. Só não aceita o seu verdadeiro nome: golpe. Não querem aparecer e oposição ao que querem destruir: a democracia”

    (…)

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/223244/O-golpe-de-1964-n%C3%A3o-foi-um-golpe.htm

  5. Esse texto evocou recordações de um tempo um pouco anterior ao golpe militar em que saques a supermercados aconteciam de maneira violenta e constantes e, de repente…tenho um forte impressão de já vivemos um processo de Venezuelização bem antes dessa atual que conhecemos.Estocávamos alimentos (coisa que também aconteceu no tempo de Cruzado, como já citado no texto). Mas a única coisa que lembro de reações antigolpistas, além do comício da Central do Brasil, foi do medo de uma colega, filha de sargento, que desapareceu da escola depois do golpe. E ainda de outra história de uma vizinha, cujo pai voltou para casa dentro de um caixão lacrado (ele havia sido misteriosamente assassinado). Então, lembro de uma classe média muito unida contra os ‘comunistas’. Já na ditadura lembro dos movimentos estudantis e aí a história foi ficando diferente pelo menos para mim. Foram tempos sombrios para muita gente. E outras gentes passaram os anos de chumbo sem desconfiar de nada do que se passava nos quarteis e nos chamados porões da ditadura. Embora a literatura da AL trouxesse histórias que retratavam a mesma realidade daqui. O teatro foi outra referência forte para mim. E hoje, entramos na crise consciente de suas motivações institucionais (péssimas motivações, por sinal), existe uma reação forte contra o golpismo, apesar da mídia conspiradora e de toda a máquina usada para isso. A Internet tem obrigado as pessoas a discutirem o país e isso vai ter um saldo positivo em algum momento próximo. Mal ou bem, eis um processo que tende a ser bem mais rápido do que o período do último golpe sofrido no Brasil. Diria que estou quase otimista, com a desculpa de que não gosto de sofrer à toa.

    1. LÁ VEM O MATUTO QUE SENTE CHEIRO DE GOLPE DESDE O DIA EM QUE NASCEU EM PINDORAMA

      … Não é confiável este “procurador que somente procura o que quer achar ainda que o algo procurado não exista, tirante na vontade expressa deste que procura”!
      Em tela o tal procurador de pretérito obscuro desde o antanho do [mega]escândalo do Banestado da ‘Privataria DEMoTucana’!
      Segue uma abordagem científica acerca de um representante da sórdida &$ perniciosa cepa assemelhada:

      ***

      Moro é capo provocador
      Por emérito e destemido Professor Wanderley Guilherme dos Santos

      “Moro, quer me fazer de tolo?”

      em
      A TRAGÉDIA DEMOCRÁTICA

      30 de março de 2016

      (…)
      Minha reserva técnica de respeito institucional evaporou-se: esse rapaz é um capo provocador.
      (…)
      Esse rapaz sabe o que está fazendo.
      (…)
      A tragédia da democracia é aceitar como legítimas as manifestações contra ela. As consequências dos ataques que sofre são irreparáveis na ordem dos fatos, viram cicatrizes da memória. Mas Sergio Moro passará o resto de sua vida com medo.

      FONTE [LÍMPIDA!]: http://insightnet.com.br/segundaopiniao/?p=288

      1. … Ãhã ãhã ãhã… Quer dizer, “intonci” que, segundo o procurador não confiável *Carlos Fernandes dos Santos Lima, eles [a revista IstoÉ] estão em recuperação judicial!
        Bacana!
        Será que esta revelação explica a “bombástica” capa do Delcídio do Amaral?!
        A investigar!

        “As pontas sendo amarradas!(?)”
        … Ãhã ãhã ãhã…

        *em
        FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/governo-fhc-fez-pressao-para-abafar-caso-banestado-diz-procurador-carlos-lima-da-lava-jato-por-pedro-zambarda/

  6. “Cuma”?!
    Senão vejamos:
    *”(…) mas é importante salientar que essa publicidade aconteceu a pedido do próprio Ministério Público. Além disso, a Polícia Federal selecionou as gravações. A responsabilidade é de cada um de nós”, frisou o procurador nem um pouco confiável Carlos Fernandes Lima Santos “que de santo não tem absolutamente nada nem tampouco a barbicha muito menos a calva que se avizinha”.

    *em
    “GOVERNO FHC FEZ PRESSÃO PARA ABAFAR CASO BANESTADO”, DIZ PROCURADOR CARLOS LIMA, DA LAVA JATO.

    (…)

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/governo-fhc-fez-pressao-para-abafar-caso-banestado-diz-procurador-carlos-lima-da-lava-jato-por-pedro-zambarda/

    ***
    “Cuma”?!…

    1. … “Enche o saco”, este tal procurador!
      “Que saco!”
      [Bem que se as investigações não fossem politizadas – e sem estardalhaços pirotécnicos e sem o desrespeito à ecumênica presunção de inocência – (irresponsável e criminosa política da terra arrasada) os estragos poderiam ter sido bem menores…]

      “… seu trabalho [na empáfia do tal procurador] foi executado com mais independência e teria retornado cerca de R$ 4 bilhões de corrupção da Petrobras aos cofres públicos na Lava Jato.”

      “Ah é?”
      NOTA:
      os dados que seguem são de, pasme, abril de 2015!

      ***

      FGV: CUSTO ECONÔMICO DA LAVA JATO É DE R$ 87 BILHÕES

      Esse é o volume que pode ser reduzido do crescimento do PIB deste ano em decorrência da investigação de corrupção na Petrobras, de acordo com um estudo feito pela FGV e pelo Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (Cades); operação da Polícia Federal resultou em paralisação de obras, calote de empresas, entre elas a Petrobras, falência de companhias e desemprego de milhares de pessoas; nessa semana, a OAS foi a terceira empresa a entrar com pedido de recuperação judicial, depois do grupo Galvão e Alumini; setores que se destacam em prejuízos são o da indústria naval, no qual a Sete Brasil, empresa da Petrobras que subcontratou diversos estaleiros para a produção de sondas e navios-plataforma, passa por sérias dificuldades, e o da construção, em que a redução na massa salarial deve alcançar R$ 1,7 bilhão, segundo os pesquisadores

      2 DE ABRIL DE 2015 ÀS 18:31

      (…)

      FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/economia/175622/FGV-custo-econ%C3%B4mico-da-Lava-Jato-%C3%A9-de-R$-87-bilh%C3%B5es.htm

        1. Resumo da ópera bufa:

          o tal procurador teve formação de esquerda na ‘Escola do Caralho’!

          1. … Ah estes cafajestes vulgares do ‘miniSTÉRIO’ PRIVADA Federal dos DEMoTucanos’ totalmente ‘desMOROlizados’ que ousem tocar um dedinho IMUNDO no [eterno] presidente Lula!
            Tocar um dedinho podre que seja!
            Vigaristas remunerados com o dinheiro do honesto povo trabalhador brasileiro!…

  7. É DE ESTARRECER!
    Especialmente para que ainda não deixou a ficha cair!

    $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

    Brasil e Rússia sob ataque de “Guerra Híbrida”

    Por *Pepe Escobar, no Russia Today
    31/03/2016 Redação

    Revoluções Coloridas nunca bastariam. O Excepcionalistão vive à procura de grandes atualizações de estratégia capazes de garantir a hegemonia perpétua do Império do Caos.
    A matriz ideológica e o modus operandi das revoluções coloridas já são, hoje, assunto de domínio público. Mas não, ainda, o conceito de Guerra Não Convencional (GNC) [orig.Unconventional War (UW).
    Essa guerra não convencional apareceu explicada no manual das Forças Especiais para Guerra Não Convencional dos EUA, em 2010. O parágrafo chave é:
    “1-1. A intenção dos esforços de GNC dos EUA é explorar vulnerabilidades políticas, militares, econômicos e psicológicos de um poder hostil, mediante o desenvolvimento e sustentação de forças de resistência, para alcançar os objetivos estratégicos dos EUA. (…) Para o futuro previsível, as forças dos EUA se engajarão predominantemente em operações de guerra irregular”
    “Hostil” não se aplica apenas a potências militares; qualquer estado que se atreva a desafiar alguma trampa importante para a “ordem” mundial Washington-cêntrica – do Sudão à Argentina -, pode ser declarado”hostil”.
    (…)
    Dado que os BRICS são o único real contrapoder ante o Excepcionalistão, foi preciso desenvolver uma estratégia para cada um dos principais atores. Jogaram tudo contra a Rússia – de sanções à mais total demonização; de ataque contra a moeda russa até uma guerra dos preços do petróleo, que incluiu até algumas (patéticas) tentativas de iniciar uma revolução colorida nas ruas de Moscou.
    Para nodo mais fraco no grupo BRICS, teria de ser desenvolvida estratégia mais sutil. O que afinal nos leva até a complexíssima Guerra Híbrida que se vê hoje lançada com o objetivo de conseguir a mais massiva e real desestabilização política/econômica do Brasil.
    No Manual dos EUA para Guerra Não Convencional lê-se que fazer balançar as percepções de uma vasta “população média não engajada” é essencial na rota do sucesso, até que esses “não engajados” acabem por voltar-se contra os líderes políticos.
    O processo inclui de tudo, de “apoiar grupos insurgentes” (como foi feito na Síria) até implantar “o mais amplo descontentamento, mediante propaganda e esforços políticos e psicológicos para desacreditar o governo” (como no Brasil). E, à medida que uma insurreição vá crescendo, deve-se “intensificar a propaganda e a preparação psicológica da população para a rebelião”. Assim, num parágrafo, está pintado o caso do Brasil.
    Precisamos de um Saddam para chamar de nosso
    O principal objetivo do Excepcionalistão é quase sempre conseguir um mix de revolução colorida e guerra não convencional. Mas a sociedade brasileira e sua vibrante democracia sempre seriam sofisticadas demais para uma abordagem de Guerra Não Convencionalhardcore, como sanções ou o conto da “Responsabilidade de Proteger” (R2P).
    Não surpreende que São Paulo tenha sido convertido em epicentro da Guerra Híbrida contra o Brasil. São Paulo, o estado mais rico do Brasil, onde está também a capital econômica e financeira da América Latina, é o nodo chave numa estrutura de poder interconectada nacional/internacional.
    O sistema da finança global centrado em Wall Street – e que governa virtualmente todo o Ocidente – simplesmente não poderia de modo algum permitir qualquer ação de plena soberania nacional, num ator regional com a importância do Brasil.
    A ‘Primavera Brasileira”, de início, foi virtualmente invisível, fenômeno exclusivamente das mídias sociais – como na Síria, no início de 2011.
    Então, em junho de 2013, Edward Snowden vazou aquelas sempre as mesmas práticas de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA. No Brasil, a ASN-EUA espionava a Petrobrás por todos os lados. E então, de repente, sem mais nem menos, um juiz regional, Sergio Moro, baseado numa única fonte – depoimento de um corretor clandestino de câmbio no mercado negro (“doleiro”) – teve acesso a uma grande lixeira de documentos da Petrobrás. Até agora, a investigação de corrupção que já dura dois anos, “Operação Car Wash”, ainda não revelou como conseguiram saber tanto sobre o que os próprios investigadores chamam de “célula criminosa” que agiria dentro da Petrobrás.
    O que realmente interessa é que o modus operandi da revolução colorida – a “luta contra a corrupção” e”em defesa da democracia” – já estava posta em andamento. Foi o primeiro passo da Guerra Híbrida.
    Assim como o Excepcionalistão inventou terroristas “bons” e terroristas “maus” cujos confrontos criaram a mais terrível confusão e agitações por todo o “Siriaque”, no Brasil surgiu a figura do corrupto “bom” e do corrupto “mau”.
    Wikileaks também revelou como o Excepcionalistão classificava o Brasil como “ameaça à segurança nacional dos EUA”, porque poderia projetar um submarino nuclear [esse Wicki-telegrama é de 2009, o mesmo ano do ‘curso’ que o juiz Moro fez no Rio de Janeiro. Só pode ter sido por acaso (NTs)]; como a empresa construtora Odebrecht estava-se tornando global; como a Petrobrás desenvolvera, a própria empresa, a tecnologia para explorar os depósitos de petróleo do pré-sal (a maior descoberta de petróleo confirmada desse início do século 21, da qual o Big Oil foi excluído por, ninguém mais, ninguém menos, que o presidente Lula.[2]
    Adiante, por efeito das revelações de Snowden, o governo Rousseff passou a exigir que todas as agências governamentais usassem empresas de tecnologia estatais, para atender todas as necessidades do governo. Significaria que as empresas norte-americanas do setor perderiam, em dois anos, ganhos já previstos de $35 bilhões, se fossem alijadas dos negócios de tecnologia da 7ª maior economia do mundo – como o grupo Information Technology & Innovation Foundation rapidamente descobriu.
    O futuro acontece agora
    (…)
    “Movimentos” de ultradireita financiados pelos nefandos Koch Brothers repentinamente começaram a surgir nas redes sociais e em movimentos de rua. O advogado-geral do Brasil visitou o Império do Caos chefiando uma equipe da “Operação Car Wash para entregar informações da Petrobrás que talvez levassem a uma acusação formal pelo Departamento de Estado.
    (…)
    Problema hoje é que, se o tal golpe soft falhar – como agora já parece pelo menos possível que falhe -, será muito difícil desencadear golpe hard, de estilo Pinochet, com recursos de Guerra Não Convencional, contra o governo sitiado de Rousseff; vale dizer, completar o ciclo de uma Guerra Híbrida Total.
    Num plano socioeconômico, a “Operação Car Wash” só seria plenamente “bem-sucedida” se levasse a um afrouxamento das leis brasileiras sobre exploração de petróleo, abertura do país ao Big Oil dos EUA. Paralelamente, todos os gastos em programas sociais teriam de ser esmagados.
    Ainda não acabou e só acabará quando algum homem gordo na Suprema Corte do Brasil [seria o ministro Marco Aurélio Mello? Adendo nosso!] cantar. O que é certo é que já há pensadores brasileiros independentes que começam a construir as bases teóricas para estudar a “Operação Car Wash” não como mera ‘investigação’ ou ‘movimento’ massivo “contra a corrupção”; mas, isso sim, como legítimo caso exemplar, a ser estudado, de estratégia geopolítica do Excepcionalistão aplicada a ambiente globalizado sofisticado, com ativas redes sociais e dominado pelas TIs.
    Todo o mundo em desenvolvimento muito tem a ganhar, se se mantiver com os olhos bem abertos – e aprender as lições que dali brotem, porque é bem possível que o Brasil venha a entrar para a história como caso exemplar de Guerra Híbrida (só) Soft.
    [*Pepe Escobar é um jornalista investigativo independente brasileiro, especialista em análises geopolíticas. No Brasil, trabalhou para os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Gazeta Mercantil, além de ter publicado artigos na revista Carta Capital. Desde 1985 tem atuado como correspondente estrangeiro. Viveu em Londres, Paris, Milão, Los Angeles, Washington D.C., Bangkok e Hong Kong.]

    1. Edward Bernays a serviço do império EUA desconstruiu um governo democrático eleito na Guatemala através da propaganda, nos anos 50, contra interesses do país latino que queria autodeterminação (e o sujeito dormia tranquilo até os anos finais da vida!).
      ver youtube, legandado, The Century of the Self.

  8. Mesmo eu sendo Lula,a Dilma vai cair por que e péssima,bastava ter reduzido o óleo diesel a 2,80 /milhões voltariam para o lado dela ,não é só caminhoneiro que depende de caminhao/ todo comércio depende/lembra a prefeita de Fortaleza luziane lins

  9. Brasil contra esse cenário de golpe branco/soft em cenário de golpe/mudança de regime.

    Atores crucialmente importantes na sociedade brasileira estão agora firmemente posicionados contra oimpeachment da presidenta Rousseff, da Igreja Católica a grandes igrejas evangélicas; professores universitários respeitados; pelo menos 15 governadores de estados; artistas, massas de trabalhadores da ‘economia informal’, sindicalistas; intelectuais públicos; a grande maioria dos principais advogados do país; e afinal, mas não menos importante, o “Brasil profundo” que votou e elegeu Rousseff legalmente, com 54,5 milhões de votos.

    Ainda não acabou e só acabará quando algum homem gordo na Suprema Corte do Brasil cantar. O que é certo é que já há pensadores brasileiros independentes que começam a construir as bases teóricas para estudar a “Operação Car Wash” não como mera ‘investigação’ ou ‘movimento’ massivo “contra a corrupção”; mas, isso sim, como legítimo caso exemplar, a ser estudado, de estratégia geopolítica do Excepcionalistão aplicada a ambiente globalizado sofisticado, com ativas redes sociais e dominado pelas TIs.

    Todo o mundo em desenvolvimento muito tem a ganhar, se se mantiver com os olhos bem abertos – e aprender as lições que dali brotem, porque é bem possível que o Brasil venha a entrar para a história como caso exemplar de Guerra Híbrida (só) Soft.

  10. 1.não haverá o golpe, mera intuição que cultivo.
    2.a situação não estaria no pé em que se encontra não fosse a rede globo (e assemelhadas) + juizinho 1a.instância + PGR atuarem como vêm fazendo, isso é ponto pacífico, afinal, a maioria não lê/ouve/assiste notícias de outras fontes, como o Tijolaço. a maioria prefere deixar golpistas de todos matizes, em todas frentes pensarem por ela, ajudando-a na insensata percepção (distorcida) da situação. não obstante os erros Dilma. estamos claro num golpe bem urdido mas sem o controle total das variáveis, como a reação que tomou forma desde a coerção de Lula.

      1. [Na imagem acima] À esquerda o encarte de 44 páginas veiculado apenso ao Jornal ‘Folha de São Paulo’ dos Frias da puta da ‘ditabranda’. O material subversivo circulou nas bancas de revistas e mentes na edição do fatídico dia 31 de abril de 1964. À direita os panfletos subversivos do golpe de hoje anunciados no PIMG (Partido da Imprensa Mafiosa &$ Golpista) de sempre!

        http://www.viomundo.com.br/wp-content/uploads/2016/03/captura-de-tela-2016-03-30-axxs-23.38.24-1176×400.png

  11. Caramba, pelo jeito o “Bessias” do blog não dorme, passa a madrugada trabalhando pelo partido. Quanto ao texto, a bobajada de sempre, querendo comparar situações totalmente distintas. O Collor também dizia que o “sindicato do golpe” queria impichá-lo. E no final fez do governo um balcão de negócios, oferecendo tudo em troca de votos. O pessoal aceitou e pegou o que deu mas, na hora H, votou contra o malandro.

  12. O MST acaba de dá o ultimato aos golpistas. Lutar pela democracia e “não ao golpe”. Causa espanto o silencio das nossas forças armadas… Apenas pedimos que não coloquem nossos tanques e nossos soldados para defenderem os golpistas e saqueadores do nosso país. Por favor tenham juizo!!! É melhor ficarem de fora e serem meros expectadores.

  13. Concordo plenamente com o Bisson. Poderia dizer, ainda, da incapacidade de os governos Lula/Dilma exercerem o comando efetivo do governo federal, seja pelas acomodações políticas sem maiores questionamentos, desde a manutenção ingenua de administradores ainda de governos anteriores até o absoluto abandono do MPF e PF a seus chefetes. Nesses instituições imperou e impera a descalabro funcional. No intuito, meritório, de liberdade funcional para o combate à corrupção, afrouxou-se o controle das instituições. A famigerada “lista tríplice” do MPF e, depois, a nomeação de um pseudo ministro da justiça, ausente de suas funções de comando da PF, publicamente ridicularizado por agentes, inclusive a Presidente da República, levaram a estado atual. Um juiz que em DOIS ANOS de investigação não conseguiu incriminar UM envolvido na roubalheira da qual a Petrobras é vítima, assumiu o papel de julgar nacionalmente o que, no entender do “grupo” ali formado, significa corrupção, que pelos resultados até agora vistos, iniciou-se em 2002. Antes não existia, em que pese delações a respeito.
    Só em democracias de fachada a Câmara de Deputados é conduzida por envolvido, denunciado e processado por corrupção. Aqui o que se chama de “justiça” para o caso = MPF, PF e STF = assistem candidamente a novela como se num teatro estivessem.

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