Messi, o craque e o líder.

messi

Assisti, ontem, chilenos e argentinos se enfrentarem pela decisão da Copa América.

E não foi por rixa com os argentinos, a quem admiro em muitas coisas, inclusive no futebol, que torci pelos chilenos.

Viu-se neles garra daquelas que o João Saldanha chamaria de “correr atrás de um prato de comida”, sobretudo quando a expulsão de um jogador, aos 20 e poucos minutos do primeiro tempo, tinha tudo para gerar num time de fracos um “apagão” que por aí explicasse a derrota para um time já superior tecnicamente, como o da Argentina.

Coisa de doer num brasileiro que viu os sete a um de 2014.

Não cheguei a ver depois do jogo o chororô de Messi, dizendo que encerrava sua carreira na seleção, que depois li ser acompanhado, sei lá se para valer, por outros jogadores.

Fiquei pensando nos craques do passado que tive a sorte de ver jogar: ainda um finzinho de Garrincha, um bom tanto de Pelé, um longo padecer (para um tricolor) de Zico e um encantamento com Maradona.

Todos eles perderam pênaltis em horas decisivas. Zico, no tempo normal, perdeu um. Na decisão, foi lá e fez o seu. Mas outros gênios, naquela mesma disputa, perderam: Sócrates e Platini, que “isolou” a bola nas alturas.

Nunca vi neles uma reação de “mimimi” deste tipo.

Messi perdeu o pênalti porque  pênalti se perde, embora não se deva perder.

Paciência, não somos máquinas, por mais categoria que tenhamos, somos gente e gente falha.

É pior que isso, entretanto.

E é aí que busco o paralelo entre a paixão do futebol e a paixão política.

Em nenhuma das duas há jogo ganho de véspera. Em nenhuma das duas há vitória permanente. Em nenhuma das duas o triunfo não é senão parcial e temporário.

Alguns, como Messi, nascem com um talento e habilidade especiais.

Mas só alguns deles juntarão a isso a capacidade de teimar, e teimar e teimar.

Vencendo ou, na maioria das vezes, perdendo, porque perder é o mais comum a quem luta ou disputa, uma partida de futebol que seja, porque uma derrota, na hora decisiva, apaga dúzias de vitórias.

Não é justo atirar sobre Messi o infortúnio da Argentina e creio que ninguém, exceto ele, o fez, por mais do que aqueles minutos da frustração do torcedor.

Mas não fez como faz um líder, que recolhe as culpas para si, lambe suas feridas e volta a lutar como um leão.

Isso é privilégio dos que se vêem como parte de um grupo, de um time, de uma nação.

Este é a encarnação de um sentimento, aquele é apenas um craque.

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20 respostas

  1. Em tempo, Brito: Nosso Fluminense venceu o até então favorito Flamengo. Como se vê, na se ganha há de véspera.

  2. Um netinho chega para um avô e pergunta….. vovô, é verdade que você foi um herói de guerra.
    O avô responde…
    Não, eu não fui herói de guerra, mais é verdade fui membro de uma equipe que foi sim uma equipe heroica de guerra.

  3. Discordo do texto todo. Começando pelo fato de que o Messi nunca quis ser lider. Messi eh o mesmo jogador dentro e fora de campo. Nao encena, nao cai, nao fica reclamando e nem falando demais. Ele vai la e faz. Foram citados varios craques brasileiros ai em cima. Cracaços, diga-se de passagem. Mas poucos deles podem se dizer tao profissionais quanto messi.
    O messi tentou, tentou, tentou e nao deu. Na hora da emoçao, e da provavel primeira vez que o vejo chorar por um resultaod (e mal cairam lagrimas), ele falou algo de cabeça quente, q tenho ctz mudará de opiniao, cedo ou tarde.

    O grande problema do Messi eh que ele nunca foi o mais querido da argentina. O tevez, por exemplo, que nunca jogou metade dele era mto mais querido la. A grande vdd eh q o messi tem um vinculo forçado com a argentina, pois quem lhe deu tudo que tem hj, inclusive tratamento medico, foi a espanha, desde que messi era garoto. Messi cresceu e se vinculou ao barcelona e a espanha, a ligaçao com a argentina eh apenas por questao de nascimento e ancestralidade.
    Acho que pela primeira vez em anos, ele finalmente sentiu uma ligaçao com seu país de origem e por isso as raras lagrimas, o penalti incrivelmente mal batido e o desabafo adolescente ao final do jogo. O desespero pela primeira vez bateu nesse jogador, que parecia nao ter limites e agora encontra uma barreira da qual nao consegue passar.

    Obs.: injustiça falar em mimimi quando o cara a quem todos jogam uma pressao por um titulo pela seleçao, poe a bola embaixo do braço e vai bater um penalti contra um goleiro q treina todo o dia com ele.
    Obs2.: eu se fosse o messi teria me naturalizado e jogado pela Espanha, país que tudo deu a ele, como disse acima.
    Obs.3: um tempo parado fora da selecao pode ser uma boa pro messi. Se a argentina aprender a se virar sem ele, qdo voltar poderá ate ser o lider que todos cobram dele. Eu nao o cobro disso, pois a liderança dele eh tecnica, pro resto tem o mascherano

      1. So pra ficar claro, pq seu comentario foi igual de coxinha que nao entende o que a gente escreve: nao se cobra liderança de alguem que nunca pretendeu ser lider. Messi nunca quis ser. Messi eh um profissional, formidavel e nao um mimimi, nunca foi nem fora e mto menos dentro de campo, mesmo com o tanto de pancada que leva. Liderança depende de perfil, nao de talento.

  4. O fardo do mito está pesado demais para os ombros de Leonel Messi. Trata-s de um jovem com 29 anos e toda a dor do mundo. Jamais foi líder, como cruelmente notou El Pibe, pois não sabe fazer os demais jogarem jogar como deseja, sabe apenas jogar para satisfazer sua paixão pela única coisa que sabe fazer. E, como tal, é brilhante. Mas ter sido transformado em símbolo, à revelia, parece demais para ele. Tudo o que quer é jogar bola, e bem. O resto é projeção. Da torcida, carente de ídolos em tempo de crise. Da imprensa esportiva, que precisa de materia-prima para trabalhar. De todos os atravessadores envolvidos com o esporte (empresários, publicitários, dirigentes, etc), que precisam de uma imagem a explorar. Dos adversários, que precisam de alguém para destruir. Claro que, em uma hora, a panela de pressão iria explodir, e isto já se deu algumas vezes. Se ele quiser se preservar, deveria mesmo sair deste circo insano. Não sei se conseguirá, pois os interesses são grandes demais. Mas, qualquer que seja o desfecho, Leonel já é um gigante deste esporte. Apesar do Messi.

  5. Na minha época
    haviam muitos reis…
    Maradonas,Messis e Pelés…
    todos camisas dez,
    muitos fenômenos
    que abalaram
    as arenas e coliseus
    da Paixão Mundial!
    Mas me recordo com prazer
    que só tinha um Zé Mané
    que pintou o sete!!!
    Driblou todo mundo
    e bem na linha divisória
    entre o anonimato e a glória
    ousou voltar driblando até seus companheiros
    que só pensavam em marcar gol.

  6. Nossa ! que marcaçao… O Messi é gente muito boa comparado com a maioria. Qto a comparaçao com a politica tb acho justa, principalmente qdo os progressistas esquecem o quanto o PT, Lula e Dilma fizeram e centram suas criticas em suas falhas para em seguida liquidar toda uma vida de luta e de coerência. Sim, perder faz parte do jogo, mas saber perder e aprender com as perdas é de fato o mais importante. Gente que não luta e não tem sonhos não tem nada a perder porque nunca teve nada… Sorry, estou falando abobrinha, so pra zoar mesmo… Depois daquele 7 – 0 sem perceber perdi todo meu interesse por tudo que esta ai… Prefiro ver o Brasil aprender a fazer politica e pensar no outro, ser solidario e construir uma sociedade mais justa. Futebol ? Deixe os caras chorarem, ou não, somos todos assim… Na proxima ele ganha e a roda dos sonhos continua…

  7. Leonel Messi, diz a lenda, é autista.
    Se isso é verdade, ser líder, para ele, é uma impossibilidade lógica: ou bem você é autista, ou bem você é líder, os dois se excluem mutuamente.
    Haver tido uma reação emocional já uma enorme vitória para ele, como pessoa, se de fato é autista.
    Dito isto, falemos de política. Dilma Roussef, ao que parece, é o próprio Messi da política. Técnica brilhante, quadro sumamente importante para qualquer governo de esquerda, saiu-se uma autista máxima quando teve que exercer a política. Aliás, uma fusão de Messi e Neymar: de um lado o autismo político messista, do outro, cercar-se da entourrage pilantrista militante do PMDB, tal e qual o Neymar Jr (q pra mim não passa de um produto do marqueting da Globo).

    1. hahahahahahahahaha…. Muito legal essa analogia. Contudo, discordo da Dilma ser autista na politica. FAZER politica de outra maneira esta mais ligado aos valores culturais que de concreto não têm mesmo nada de “essencial” ou definitivo. Além do que a politica que sempre esteve ai provou que é um fiasco, portanto, confio muito mais no taco e no feeling muito mais politico de Dilma do que de muitos outros politicos considerados bons (em retorica, principalmente) em seus times/partidos. Como no futebol, ficamos muitas vezes focados em nossas preferencias e em nossas visões particulares porque de fato ninguém mesmo tem a VERDADE ABSOLUTA. O que muitos julgam “fazer politica” tem muito a ver tb com o discurso da grande midia e uma boa dose de “machismo acomodado” que se acha no direito de ter a formula final e acabada do mundo politico. O que é afinal politica ? Acho que a maioria aqui nem sequer sabe… Parece que existe um discurso, uma narrativa, que se repete de forma desconectada de qualquer reflexão, como se fosse um dogma. Enfim, viva Dilma que se fosse autista não teria deixado o Temer e sua turma segurando a propria merda !!! Precisamos mesmo é de muitas Dilmas, ai sim esse Brasil, e o mundo inteiro, mudaria de foco. Ela ja mudou o jogo, SOZINHA e contra todos que a criticavam, e ainda tem gente pra dizer que ele é autista… Ué… parece que os autistas aqui do blog são muitos…

    2. Ah, não é lenda não ! O Messi é de fato autista, comprovado pela medicina desde que era garoto. Mas isso não impediu que ele fosse um esportista de primeira qualidade. Olha ai o preconceito com os autistas…

      1. Autista tem reações emocionais extremas a estímulos e não a sentimentos, então, o comentarista não foi preconceituoso.
        E a comprovação de que Messi é autista já foi desmentida pelo próprio médico pessoal de Messi. Messi tinha problema hormonal, não autismo. “Na maior parte dos casos, os portadores da Síndrome de Asperger, têm baixa motricidade e não se dão bem em atividades em equipe. O Messi, ao contrário, tem um domínio motor sofisticado, e joga muito bem em equipe.”

        1. Obrigado pelas informações sobre o autismo do Messi (que afinal foi esclarecido). Qto ao preconceito foi o fato de achar que a Dilma seria autista como caracteristica negativa. Dilma também joga muito bem em equipe e tem o dominio motor muito sofisticado, principalmente depois que começou a pedalar… :-) Digo, pedalar sua bicicleta, é claro…

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