O Estado de S. Paulo publica hoje ótima reportagem de Renée Pereira e Daniel Teixeira que não podia revelar um quadro mais devastador no que era uma dos mais dinâmicos setores da economia brasileira: a indústria naval:
Símbolo de um Brasil que tentou repetir o crescimento dos anos 70, o setor naval entrou em colapso. De um conjunto de 40 estaleiros instalados no País, 12 estão totalmente parados e o restante está operando bem abaixo da capacidade instalada. Sem encomendas, com o caixa debilitado e, em alguns casos, com sócios envolvidos na Operação Lava Jato, cinco desses estaleiros entraram em recuperação judicial ou extrajudicial. Dos tempos de euforia, sobraram uma dívida bilionária para pagar no mercado e quase 50 mil trabalhadores demitidos, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval).
Entre os estaleiros que ainda estão em operação, uma parte é voltada para a construção de embarcações fluviais, como barcaças, ou de transporte de passageiros, como os catamarãs comuns no Norte do País. A indústria voltada para a construção de plataformas e navios offshore, que nasceu para atender as demandas da Petrobrás, está em contagem regressiva, com os últimos projetos em fase final de construção. Alguns grandes estaleiros têm pouco mais de dois meses de trabalho e depois podem engrossar a lista de estabelecimentos parados.
Eram 50 mil empregos diretos. Some aí os indiretos e você terá, sem exageros, ao menos 200 mil pessoas que perderam o seu ganha-pão graças a este espetacular processo de “moralização” do país.
Embora seja ainda mais evidente que de “moralizado” não temos nada. Há apenas uma sucessão infinita de denúncias, delações, arapongagens, brigas de poder, abusos, xingamentos e tudo mais que é típico em situações de desordem generalizada.
Conseguiu-se transformar o Brasil onde Diógenes e sua lanterna não achariam um homem honesto a começar porque o próprio Diógenes, em cognição sumária, poderia ser recolhido compulsoriamente por João Dória, por ter se tornado um mendigo nas ruas de Atenas.
Ou, de Diógenes, sobre ao casal Jorge Roberto Peixoto da Fonseca e sua mulher, Maria Angélica – antes empregados no setor, com bons salários – o que fazem hoje (e com dignidade: ele limpa fossas e ela, faxinas) aquilo que o grego foi surpreendido fazendo: pedir esmolas a uma estátua.
Quando lhe indagaram a razão de fazer isso, o filósofo respondeu: duas: primeiro, ela não me vê; segundo, nada me dará.
Os moralistas brasileiros não merecem um estátua, já são uma como aquela a quem Diógenes pedia piedade.
12 respostas
Brito, nos teus comentários, a meu ver, faltou notar e anotar “nos tempos de euforia”. Trabalho para o operariado brasileiro, via encomendas do governo federal, virou “euforia”.
Melhor encomendar no estrangeiro ?
Parece-me que aí está uma crítica – uma no cravo e outra na madeira – ao tempo das encomendas dos governos Lula/Dilma feitas pelas Petrobrás.
Abraço
O texto descritivo não é meu, é do Estadão. Penso como você
Caro Brito o jornalão ‘publica hoje ótima reportagem de Renée Pereira e Daniel Teixeira’ mas os repórteres esqueceram de informar que é assim (terra arrasada) que os mesquitas desejam para o Brasil!
Não se preocupem… A MÃO INVISÍVEL DO MERCADO EM BREVE VIRÁ NOS SALVAR!!!
As empresas navais brasileiras devem estar em fase de concorrência… onde elas disputam entre si no livre mercado… todas lutando para fornecer o melhor serviço e o mais baixo custo para a população… em breve, as melhores serão selecionadas… aí virá uma nova geração de navios projetados pelas empresas vencedoras da concorrência… pode perguntar ao Rodrigo Constantino, Reinaldo Azevedo, Mírian Leitão… não tem erro.
Boa tarde,
crise essa criada pela elite brasileira que afunda a todos. Quero ver se a indústria Naval vai renascer de novo ou morrer com a elite brasileira.
mande a conta e a uma acão popular, por crime de responsabilidade de atentado direto a soberania do Brasil, aos concurseiros do MP e o capacho do Depto de Estado dos EUA do Judiciário,que estão em Curitiba rindo de todos….
Isso mesmo.
PSDB/PMDB e as mega elites corruptas deste pais
destruíram o Brasil;
Futebolzinho de merda, novelinha de merda, grande empresários de merda.
FORA CANALHAS!!!!!!!!!!!!!!
Os golpistas vão criar uma guerra civil no Brasil.
Pena que a outrora “grande mídia” e agora apenas “mídia tropical terceiro mundista”, só entrou na real neste momento, quando já está tudo destruído pelo GOLPE DOS LADRÕES 2016, também patrocinado por ela.
Que passe a pedir esmola também, pode ser ,que por milagre, uma estátua qualquer lhe dê algum.
A SETE BRASIL foi uma empresa criada para gerar PROPINAS. Sabem quem foi o primeiro presidente da SETE BRASIL ? Ele mesmo: PEDRO BARUSCO. Taí a “indústria naval” brasileira.
Triste. Mas conheço muitos do setor naval que pediram impeachment de uma presidenta honesta pra entrar um bandido de alto escalão. Foi so fazerem um dinheirinho por uns anos e esqueceram como chegaram ali, gracas ao governo Lula e continuado pela Dilma. Agora de irata a faxineiro, vms ver se ainda se acham parte da elite paulista.