Corre nas redes a frase de Rodrigo Maia, de quem pouca noticia há dos tempos em que era um trabalhador, não um deputado, dizendo que “[todos] conseguimos trabalhar até 80 anos ou 65 anos”.
É coisa mesmo de “filhinho de papai” que nunca deu duro no batente.
E não é só porque aos 65 anos o pedreiro, o servente, o carregador, o trabalhador braçal já não tem forças para suas tarefas, nem o comerciário suporta o dia inteiro em pé, como não aguentam o do professor, também com as cordas vocais arruinadas, nem a mulher que carregou a criação dos filhos sem babás ou empregadas como as que o ex-garoto pimpão que preside a Câmara teve.
É porque aos 50 – às vezes antes – o cidadão e a cidadã sem padrinhos ou cargos públicos passa a viver o terror de que, se o demitirem do trabalho que tem, dificilmente haverá outro que o aceite.
Maia fez esta declaração para sustentar a desnecessidade de uma regra de transição, seja para a aposentadoria após os 65 anos de idade, seja para o aumento do tempo de contribuição, crueldade que nem mesmo na proposta de reforma de Michel Temer se ousou pensar.
Aposentadoria, no Brasil, não é prêmio, algo que basta ver os níveis dos proventos de imensa maioria dos cidadãos, salvo os pagos àqueles que ocupam cargos nas corporações de Estado, quase todos eles, aliás, com rendas suplementares.
O furor dos economistas e políticos “do mercado”, porém, está conseguindo reverter, em poucos dias, o que a propaganda longa e avassaladora da mídia sobre uma reforma dura na previdência ser a única forma de que o Brasil sobreviva vinha conseguindo.
Nas conversas de rua já se começa a observar que as pessoas percebem que elas pagarão caro para que outros ganhem.
E que a reforma de Bolsonaro já pinta pior de “a do Temer”, que não houve.
Daí a pressa, desesperada pressa, para aprovar medidas que, na prática, só começam a surtir efeitos em médio e longo prazos.
O mal, já o percebia Maquiavel, deve ser feito rápido e de uma só vez.
26 respostas
O ponto não é a idade, isso é o bode…, a capitalização está passando batido. Isso sim transforma o futuro do trabalhador em pó.
Botafogo, o Pimpão, tem tomado aquele café da manhã com a txurma da Banca. Já avisou os meninos que a negociação no Congresso vai ser dura e vai sair cara e demorada, como foi com Temer, e que não tem como garantir aquele resultado bacana, sabe como é que é né, mas que ele está fechado com a banca. Fôssemos um outro país, um outro povo botaríamos essa corja para correr, mas somos brasileiros acostumados a assistir a canalhice e a desfaçatez calados, a olhar para o outro lado como se não fosse conosco, a cuidar cada um do seu e pouco a pouco nos isolando e nos distanciando como se não compartilhassemos um destino comum nesta ilha Continental.
Mas o Botafogo não está sozinho, tem o presidente Palmeiras, 120 deputados Flamengo, 42 Vasco, 23 Fluminense. Isto pra falar só no Rio.
Sim, mas Botafogo agora senta na presidência da Câmara (ou da camêra como diz o Moro) e ajuda já há algum tempo a carregar a “agenda” do mercado. O encontro aconteceu e foi patrocinado por um “grande banco” “internacional” que participou ativamente na aventura golpista (como os sujeitos mais ocultos e mais ativos do Golpe).
Ah eu tb sou contra regra de transição. Os bolsominions têm de PAGAR pelo que fizeram.
Pena que não temos uma Bastilha para quedar.
Mas aqui, a ideia é fazer de forma a torturar quem tem algum neurônio. Infelizmente tem muita gente que não se liga nos acontecimentos. Ontem eu estive na Av Presidente Vargas, no Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que voltei lá depois de ter feito muita campanha nos pontos de ônibus, desta via, para o Haddad. Um sentimento estranho me invadiu: eu olhava para as pessoas e não conseguia formular uma hipótese sobre o que se passava nas suas cabeças, ali naqueles espaços esperando a hora de voltar para casa. Uma tristeza imensa me bateu porque na minha impressão mais imediata, elas não se importavam com a realidade que vivem. Pareciam indiferentes. Chorei internamente e segui meu caminho. E essa sensação me acompanhou até entrar na estação do metrô Uruguaiana e me ver cercada de mais trabalhadores vagando nesta onda de alienação…
Passei a ter essa sensação também aqui por essas bandas de Sampa. nenhum motivo pra mudar nada na cara das pessoas…..
Sinto o mesmo que você e tenho até dormido muito mal por causa dessa sensação.
Para mima a grande maioria dos brasileiros está exatamente como uma lombriga.
Vive no meio da merda e não percebe porque está tão acostumada com as coisas que não percebe a merda em que vive.
Isto acontece com gente das classes mais baixas até as mais altas. Parecemos alienados da realidade. O nosso país está em ruínas, como comprovam as tragédias da Vale, a ganância do Flamengo, o massacre do jovens no rio a maldade deste desgoverno embolsonaro ou embolsatudo, tanto faz.
Para onde quer que olhemos só vemos merda.
Não é possível que aceitemos passivamente o que acontece no Brasil.
O maior líder político brasileiro, melhor presidente da história preso por um bando de salafrários golpistas e não nos movemos. Aceitamos passivamente.
Somos mesmo umas lombrigas.
E temos e merda que merecemos.
Não só os filhinhos privilegiados pensam assim. desgraçadamente somos um país elitista como toda a América Latina, onde classe média se acha elite e elite se vê como onipotente. Espero que o povo enxergue rápido o mal que este desgoverno está causando aos brasileiros.
Bom, ele não se “armariam” a toa, né?
E vamos afundando!
Podiam fazer um programa de extermínio em massa e em série ,em praça pública, com o Moro fazendo o sinal com o polegar para cima, a cada leva de 100 brasileiros liquidados.
O pior de tudo é que se isso fosse feito , o que não está tão longe de acontecer, o povo estúpido e imbecil elegeria os seus carrascos de novo.
Como se nos campos de concentração da 2a.guerra, os prisioneiros cantassem hinos de louvor a Hitler.
Assim é esse nosso povo de merda.
Lombrigas.
Trabalhar e morrer antes da aposentadoria não é problema para quem votou no Boçal Nato.
O importante para eles é que Lula vai apodrecer na cadeia e a corrupção “acabou”.
Também, para muitos deles, caso falte pão na mesa, é só pedir para o Malacheia mandar um WhatsApp para o homem lá de cima, e está tudo resolvido.
Maia disse = “conseguimos trabalhar até 80 anos ou 75 anos” e não 65 anos, como está no primeiro parágrafo do post.
Político profissional,nunca trabalhou de verdade.Nada sabe sobre o que está teorizando.Pela sua pouca idade,talvez tenhamos que aturá-lo(e sustentá-lo)por um grande período com seus gordos(epa!)salários,mordomias e aposentadorias precoces.Como seus pares.
Pouco a pouco vai se desenhando o destino que se prepara para os “improdutivos” de idade avançada ou com sérias limitações de saúde: a mesma saída dos gregos na Praça Syntagma ou dos pensionistas semi-mendigos de Santiago do Chile. O suicídio.
NO desenho A Família Dinossauro, quando um dinossauro completava 65 anos tinha que se atirar no poço de piche.
Sorte que os Paulo Guedes da vida ainda não tiveram esta idéia.
Talvez não tenha assistido ao desenho.
Sou a favor que não tenha regra de transição para que os estúpidos que votaram nestes trastes já sintam agora o que fizeram.
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: * * * * 04:13 * * * * * : Poema “Z”
Para Dilma, Lula e o PT e todos/as os/as progressistas do mundo inteiro. Sinta-se homenageado/a, também.
Penso
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ReXisto
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Esse Maia é um cretino desgraçado, aos 50 o cidadão já não tem um bom vigor, muitas doenças e dificuldades de se colocar no mercado de trabalho, aos 60 então é bem pior, agora com 70 ou 80 anos, aí ja é brincar com as pessoas. …
Os escravos trabalhavam e morriam sem incomodar. Os que sobreviviam comiam o resto do que sobrava da Casa Grande. Havia feitores, capitães do mato, legisladores que representavam a elite e tornavam legais as mortes por emoção qdo a chibata matava. Também seus capitães do mato estavam autorizados a matar os negros fujões se reagissem (ou por descarte). Os filhos doutores se formavam na Europa, pois estudar não é para pobres mas para elite. Alguma coincidência? O Brazil tem um grande passado pela frente.
Exatamente isso. O Sr Rodrigo Maia como porta voz e representante da Casa Grande, acha normal que os “novos escravos” trabalhem até a morte….Os filhos mimados da elite se sentem “pessoas diferenciadas”, um degrau acima dos reles mortais. Lixo.
Reforma da Previdência já. Sem regra de transição: os bolsominions tem que aprender na própria pele, que burrice tem consequência. Se não aprendem com amor, aprendem com a dor.
deve ser esse o programa do bozo de ‘esterilizar’ pobres e velho e assim acabar com a pobreza, esterilizando o espaço que ocupavam