Os jornais noticiam que Jair Bolsonaro começou a ceder na reforma da Previdência.
Acho que é pior: ensaiou diante dos parlamentares pretender ser um novo Bolsonaro, que sabe ouvir, ceder, nomear apadrinhados, distribuir verbas – o que Ônyx Lorenzoni fez explicitamente, segundo O Globo.
Ele não é, seu governo não é e muito menos são seus apoiadores.
Tanto que, nestes primeiros dois meses de governo qual foi a figura que no governo Bolsonaro saltou como a mais prudente, ponderada e negociadora?
Sim, ele, o General Hamílton Mourão, o linha dura “sem miolo mole”.
Jair Bolsonaro entra enfraquecido neste negociação porque está tendo de fazer – e depressa demais – aquilo que vinha mais do que fazendo, orgulhosamente dizendo que não fazia: aceitar o que a política real exige em concessão, partilha, negociação.
É como em Eclesíastes (9,11): “nas minhas investigações debaixo do sol, vi ainda que a corrida não é para os ágeis, nem a batalha para os bravos, nem o pão para os prudentes, nem a riqueza para os inteligentes, nem o favor para os sábios: todos estão à mercê das circunstâncias e da sorte”.
O Bolsonaro que brandia, aos berros, o cajado jurando às ovelhas que expulsaria os lobos tenta parecer, agora, o que vai cumprir a tarefa de amansá-los distribuindo carne.
Ao mesmo tempo em que se põe cercado de seus mais ferozes e fiéis cães.
Os lobos, porém, seguem sendo o que sempre foram: lobos, não bobos.
4 respostas
Nem Lula nem Bolsonaro. Meu presidente é o Zé de Abreu.
Enquanto isso, Guaidó tomou no rabicó.
Dá pra se medir o nível da loucura da situação ao se considerar Mourão a única voz racional neste desgoverno.
Na época do PT, isso se chamava Mensalão. O Mensalão do Joaquim Barbosa e Renata lo Prete da Folha KKKKK