Em meio às marolas levantadas pelo tuíte pornô de Jair Bolsonaro, a notícia mais importante do processo político nos proximos dias – e meses – pode ser a nota publicada pelo Valor, informando que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, irritou-se com uma tentativa do Ministério da Fazenda de tentar indicar um relator para o projeto da PEC da Previdência.
Maia, nos dias que antecederam o carnaval, sinalizou de todas as formas que era seu o papel de “dono da bola” na tramitação da PEC, mas Rogério Marinho, o delegado de Paulo Guedes par as tratativas sobre o tema tentou fazer um “by pass” e apontar o o deputado Eduardo Cury (PSDB-SP) como relator na comissão esecial que analisará a proposta.
Maia, então, já fez saber que veta o nome.
Claro, quer um relator que dê prioridade a suas orientações na hora de acatar ou rejeitar emendas, não ao que diga Paulo Guedes. Se Guedes quiser dizer algo, diga a a ele, Maia.
A posição de Maia é muito confortável. Basta fazer com que se adie a indicação dos partidos para que se componha a Comissão de Constituição e Justiça para que a PEC não comece a tramitar e já ficou claro que dificilmente algo andará antes do envio da proposta previdenciária para os militares.
O Governo contava que tramitasse antes e previa apenas para o dia 20 a apresentação das mudanças que mexem com as reformas das Forças Armadas. Se mantiver o cronograma, pouquíssimas são as chances de que algo seja votado no primeiro semestre.
Não se descarte a possibilidade de que a polêmica a que se entregou Bolsonaro no final do carnaval seja uma espécie de “tocar reunir” para suas hordas de apoiadores para confrontar o Congresso, se a situação ficar difícil.
Pode ser, mas o provável é que fale fino até ver instaladas até o fim de março as comissões (a de Constituição e Justiça e a Especial) que analisarão o projeto. É o que o mercado exige para que continue a despejar a sua chuva dourada sobre as perspectivas do governo.
6 respostas
O Mercado está encantado com a agenda de reformas e com a equipe econômica de Bolsonaro, da mesma forma que esteve com a de Temer, com sua Ponte para o Futuro e com seu Dream Team. Governos feitos da costela do Mercado e a imagem e semelhança de seu Deus criador, todo poderoso.
Mas esse Deus tão exigente e implacável é incapaz de oferecer qualquer alívio para o destino de milhões de almas aos quais, ao contrário, exige obediência e sacrifícios cada vez maiores.
Quanto tempo tardará ainda para que estas pobres almas ponham fim ao domínio de um Deus tão injusto e de seus sacerdotes charlatões tão venais quanto mistificadores?
Seja quem for o relator dessa PEC, não escapará ao julgamento popular. E as coisas hoje mudam com a rapidez do raio.
Adorei a imagem da chuva dourada do mercado caindo sobre o governo Bozo…rsrs
Interessante análise, bem (coerentemente) perspectivada… òtimo (chave de ouro) o período final “É o que o mercado exige para que continue a despejar a sua chuva dourada sobre as perspectivas do governo.”… Parabéns.
https://uploads.disquscdn.com/images/ecced3ee741a57b5d570d7b1918f6e1d255dcb7e185e0a86e2e94d87fd7fee7f.jpg
Perfeita a análise. Os prostitutos do tal “baixo clero” com certeza vão exigir que o governo faça o tal beijo da charge. E de fato o mercado vai exigir uma performace maravilhosa do #goldenshowerpresident
O mercado adora tudo isso. Reforma da previdência, globo e destruição do país. Um enorme país que tem muito a dar ao mercado, que quer tudo.
A bolsa só avança.