Governo tenta atropelar acordo e se põe em risco na CCJ

O governo, até agora, vinha escapando de todos os confrontos que o colocassem em desvantagem no parlamento.

Na votação do orçamento impositivo e na do decreto que ampliava o poder de funcionários de ampliar o sigilo de documentos, sentindo a rejeição, embarcou num “voto único”, contrário.

Na Comissão de Constituição e Justiça, vendo que haveria a convocação formal de Paulo Guedes, depois que este faltou ao primeiro convite, optou por um acordo para que comparecesse na semana seguinte.

Bastou o panorama melhorar um pouco, com duas derrotas da oposição ao tentar obstruir o andamento para o governo “se achar” e Ônyx Lorenzoni disparar um telefonema mandando o presidente da CCJ, Felipe Francischini, dar o dito pelo não dito e romper o acordo de inversão de pauta que privilegiaria a votação das emendas parlamentares impositivas.

Com o recuo de Francischini, informa Tales Faria em seu blog, o Centrão resolveu atropelá-lo e o presidente da comissão passou a admitir que porá em votação a inversão de pauta.  Se o governo tentar evitá-la, no voto, terá uma derrota expressiva.

E terá, afinal, produzido uma votação em que e medirá a minoria de apoio incondicional que tem e que permitirá ao centrão contabilizar o seu poder de barganha.

É provável que recue – não sem antes sucessivos discursos de protestos contra a intervenção de Ônyx e do Planalto –  e ceda, para que não aconteça o que lá no interior gaúcho se expressa com o ditado “cachorro que comeu ovelha, só matando”.

O governo está refém do pior dos inimigos: o tempo.

Enquanto Rodrigo Maia repete as declarações de que a reforma será votada logo, o Valor divulga que seu partido, o DEM, projeta só para setembro a votação na Câmara.

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13 respostas

  1. Já que só agora o MP ( lava jato ) achou o botafogo e seu pai , mais um ingrediente entrou na sopa . Por mais que botafogo queira ser ” o cara do mercado ” com a aprovação da reforma , a situação está mais para feira livre em dia de chuva . Muita lama.

  2. Outra frente de guerra foi aberta pela Lava Jato. A rapaziada de Curitiba atacou frontalmente o Supremo, na pessoa de seu presidente. O ataque se deu em retaliação às disposições de investigação sobre as suspeitas atividades da rapaziada. Para não perderem o costume, os agressores jogaram também alguns petardos sobre o alvo secundário do bombardeio, ou seja, o presidente Lula.

    1. os bolsonazi querem expulsar o stf inteiro na base do impitman. para poderem aparelhar ideologicamente o simulacro de tribunal federal!

      1. Esse supreminho não precisa mais nem de impeachment. Já está acovardado como Lula disse e comprado/vendido.

  3. O triangulo obtuso do Governo Bolsonaro. De uma vértice militares aposentados tentando fazer alguma entrega, mas sem projeto nacional, equipe e conhecimento da máquina. Da outra, ministros fazendo tão somente o debate ideológico como se o governo ainda estivesse em campanha. E da última vértice Moro e Guedes arrotando uma autoridade que eles não têm. Um governo composto de um fascista como Bolsonaro e cercado por esse tipo de gente não sairá da opacidade.

  4. Onix, ao longo de seus sucessivos mandatos caracterizou-se por ser coadjuvante do retrógrado e um pau-mandado. Nunca e reforço o nunca teve qualquer papel de liderança por menor que fosse. Antes de ser suplantado pelos bolsonaristas de raiz e pelos mbl’s que surgiram no bojo da crise do impeachment, era-lhe dada a tarefa de enfant terrible nas comissões e no plenário. Fazia o trabalho sujo de polemizar por nada e de se mostrar truculento, mal educado e grosseiro e, acima de tudo, falacioso de argumentos. Tipo cobrador da mafia, capanga quebra-ossos. Mas, até nisso era medíocre. Nunca chegou ao nivel de um Marun, por exemplo.
    Medíocre como parlamentar, ainda mais como Ministro e mais ainda com articulador político.
    Cá entre nós, alguém espera que algo saia desse governo além de ignorância, truculência, arrogância, e prepotência com desastres como consequência?

  5. E assim o país segue parado, sem rumo, sem nenhum projeto – a não ser o de “desconstruir tudo”, como o miliciano golden shower recentemente afirmou.

    Apenas continuaremos a ver foguetórios olavescos, e o mantra da promessa (fake) de que quando o desmonte da previdência passar, os céus se abrirão e anjos vão descer tocando trombetas, para a “glória” de nossa nação.

    1. Se a “deforma” vier a ser aprovada, os anjos até poderão tocar trombetas, mas para anunciar o fim do mundo!

    2. Pior ainda, Guanabara, continuaremos a ver a direita pautar as “reações” da oposição, limitando-a a criticar o besteirol ou o blá-blá apresentado com estardalhaço como “falhas” e “contradições” do governo, enquanto executa muito bem o que realmente lhe interessa. Enquanto a discussão da vez for decidida pelas manchetes, será a festa da estratégia da guerra híbrida, que funciona muitíssimo bem tanto no pântano das redes sociais quanto nos lamacentos meios de comunicação hegemônicos do País. É uma guerra semiótica onde a esquerda está sendo humilhada, não apenas derrotada. Por méritos próprios.

    3. num tá parado não, seria bom se estivesse

      estamos andando pra trás e a passos largos – já estamos nos anos 40
      logo chegeremos no Paleolitico…

  6. O que está acontecendo com o Congresso já fundiu a cuca dos empregados da mídia empresarial. Estão espantados com as demonstrações de independência e poder do novo Congresso. Finalmente, eles chegaram à conclusão de que este Congresso tem uma moral alta, moral de bicho, não é como o Congresso passado, onde velhos ladrões conservadores tremiam permanentemente de medo da Lava-jato. E depois desta conclusão, descobriram que esta nova moral vem da renovação, o que é certo: Ou bem ou mal, houve renovação. E com isso, há a natural arrogância do noviço que entrou agora. Agora por lá tem muita gente de extrema-direita e de direita que está inaugurando o mandato, e não tem ainda qualquer rabo de origem política para temer expor. Estão, muitos deles, ainda com o Bolsonaro, mas começam a questionar tudo e também a tomar gosto pela vida legislativa, por que não? Lorenzoni para eles é velha política, e não merece respeito. O que este pessoal está a desejar é muito especulativo, mas não parece ser um baixa-cabeça às manobras manjadas do neo-liberalismo doutrinário. Uma coisa é certa: Têm poder conquistado nas urnas, e não estão dispostos a deixar de mostrar este poder em todos os momentos. Cedo vão descobrir que não devem qualquer obrigação nem mesmo à Lava-Jato. Nem mesmo ao Mito. Fiscais ideológicos vão tentar proibir conversas íntimas e aproximações deste pessoal com seus colegas progressistas. Cabe então à esquerda driblar os fiscais e procurar entender este fenômeno legislativo mais de perto. Quem sabe, dê para trabalhar dentro dele, visando desarticular as maquinações, as perversidades e as loucuras do núcleo do governo. A esquerda, que tem cabeça feita e refeita, não deve se fechar em igrejinha purista, não deve temer se abrir aos mais espinhosos diálogos, e o nome disso não é conchavo, é política.

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