A solidão furiosa do ex-Capitão

Nunca antes na história deste país um presidente da República, com menos de cinco meses de governo, chegou a um estado de isolamento tão grande quanto o que está se desenhando para Jair Bolsonaro.

Um presidente da República, em geral, quanto mais esbraveja mais sinaliza a sua fraqueza.E Bolsonaro enfraquece tanto quanto engrossa o caldo.

Olavo de Carvalho, espertamente, anuncia que vai afastar-se da política, o MBL de Kataguiri diz que não tem nada com isso e, nos últimos dias, creio que só o coitado do turista japonês foi o único “não-bolsominion” a tirar selfie com Jair.

Os gritos de Bolsonaro atraem predadores, tal como o sangue na água atrai tubarões.

O ex-ministro Gustavo Bebianno reaparece na Veja com um tom sombrio:

O presidente está perdendo quase todos os seus verdadeiros aliados por conta disso [das a ações de Carlos Bolsonaro]. E os que ainda estão ao seu lado não põem mais a mão no fogo. Essa posição de isolamento é bem frágil(…)

Nem é preciso falar dos que se aproximam pelo lado do clã: as peripécias financeiras da dupla Flávio Bolsonaro – Fabrício Queiroz  ficam cada fver mais expostas. Só hoje, há o caso dos R$ 661 mil de saques em dinheiro (Estadão), do corretor norte-americano Glenn Dillard que trabalhou com o “Filho 01”, que, em outra operação, confessou que  subfaturava o preço de imóveis (Folha), além de O Globo em cima da dúzia de parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, que se revezavam em cargos do gabinete do pai e do filho, acusados de entregar para uma “caixinha” as suas remunerações.

No Congresso, a rebeldia é cada vez mais ampla e aberta e não há quem possa enquadrar os dissidentes. As ruas cheias acenderam um sinal de alerta até mesmo para a direita extra-bolsonaro, que começou a pensar com mais prudência a adesão à reforma da Previdência.

A oposição dobrou, por isso, a aposta e já enchem as redes as convocatórias para novos atos no dia 30, enquanto as falanges bolsonaristas reagem com um chamamento, sem pé nem cabeça, de manifestações de apoio ao governo Bolsonaro no dia 26, não se sabendo apoio a quê isso seria.

Pode ser este o dia do “não me deixem só”.

 

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45 respostas

  1. Não sei se gosto disso… está tudo com cara de dejà vu, um cheiro de Collor com Cunha no ar… se impeachment houver, nao será para salvar a Petrobras ou retomar o crescimento. Podem apostar.

    1. As previsões apenas se confirmam.
      De uma forma ou de outra, os militares assumiriam o poder.
      Se Haddad tivesse ganho, os bolsominions e o crime organizado fariam tamanha balbúrdia, espalhariam tantas fake news sobre supostas fraudes eleitorais, incitariam tanta violência nas ruas, que as forças armadas acabariam tendo que intervir.
      Quanto a Bolsonaro, sua completa incapacidade para fazer qualquer coisa de útil já estava mais que constatada, após a aprovação de apenas duas propostas de baixíssima relevância para a sociedade.ao longo de 28 anos na política. Sua participação no crime organizado, notadamente nas milícias, sempre foi de conhecimento das autoridades, da mídia e da minoria melhor informada da população. E seu gosto por causar polêmicas falando bobagens e ofendendo as pessoas sempre foi de conhecimento geral e o único motivo pelo qual ele era conhecido na política.
      A intenção das forças dominantes era essa mesmo, esperar por um milagre ou impichá-lo e entregar o poder para seu vice, que muito dificilmente governará para o povo e muito provavelmente governará para a plutocracia mundial.

      1. Quando chamam um corretor incorrigível para ser ministro da economia, estão seguindo a mesma lógica de quando colocam um descrente do aquecimento global e infrator das normas ambientais para a pasta do meio-ambiente e um ruralista radical para cuidar dos índios e quilombolas. A mesma lógica de decretar a liberação dos portes de armas para enfrentar os problemas da segurança pública.

    2. A mídia corporativa como rato pulando do Titanic q afunda. Aproveitando para atirar no comandante maluco. Mourao, a solução. É caso de lembrar o q Brizola disse num comício: “Quando vocês tiverem dúvidas quanto a que posição tomar diante de qualquer situação, atentem… Se a Rlede Globo for a favor, somos contra. Se for contra, somos a favor!”.

    3. Concordo. O Mourão pode estar mais afinado com a “reforma” da previdência e privataria do que resta das estatais.

    4. Infelizmente você está certo, mas na atual circunstância de poder da esquerda, já acho que se retornarmos um governo ao nível FHC ainda assim é melhor que o atual.

    5. A solução é preparar rapidamente uma Greve Geral por tempo indeterminado, com cerco a Brasília. Dessa forma, o governo cai POR INTEIRO. O ideal é instaurar-se um governo provisório que marque eleições gerais.

    6. Mourão assume de início e duvido que ele tenha qualquer módico de nacionalismo. No máximo, mais sabujismo aos EUA, à la temer.

    7. Lembra aqueles programas de tv de tretas familiares, onde tudo é combinado nos bastidores, só pra entreter a platéia.

  2. A princípio parece que “os ratos estão a abandonar o porão”. Nada disso: eles apenas fazem nele uma “faxina”. Onde tem Globo, FSP, Estadão e até FHC e Lobão boa coisa não se tem.

  3. O episódio do japonês em Manaus só ratifica a fixação do BOLSOBOSTA por PIROCAS.
    A Rita Lee tem toda razão.

    1. Pode apostar, Bozo é uma criança incapaz de lidar seriamente com os próprios desejos. Alguém devia tentar entrevistar alguma de suas ex-esposas, duvido que não teriamos pelo menos uma revellação bombástica.

  4. depois de autorizada a devassa nas contas do clã, preparem-se para mais loucuras do Bozo. Se já era na porrada, agora vai ser na base do insulto à tudo e à todos que ousarem lhe perguntar sobre o laranjal. E tome coice…

  5. Acho que ainda é cedo, os contra-cheques do Gen Heleno transforma qualquer coisa grave em irrisória, esse é um exemplo de nacionalista de oportunidade. Aposto que vai no Maracanã só para cantar o hino nacional. Mas…..

  6. Aqueles que apressada ou muito espertamente chamaram Bolsonaro de “o maior fenômeno político popular desde o fim da ditadura.” e deram ao miliciano e sua trupe o ar de um movimento e até de um “pensamento” político (bolsonarismo) devem a esta altura dos acontecimentos estar querendo dar um DEL em tudo o que escreveram ao longo dos últimos seis, sete meses.
    Bolsonaro é o que é. Além de um típico aventureiro, ele é o produto de um cálculo mal executado pelo golpismo puro sangue. E só mais um erro e não o maior em que incorreram. A destruição econômica e institucional e não só Bolsonaro e seu desgoverno são o resultado da aventura golpista desencadeada pela a derrota eleitoral do candidato tucano do Mercado, da Grande Imprensa e dos canalhinhas hipócritas ou crédulos.
    Agora às ruas cidadãos, e se preparar para uma longa e dura luta para fazer o país retomar ao seu caminho democrático e de desenvolvimento.

    https://theintercept.com/2018/10/07/foi-entao-que-lembrei-de-zeze-di-camargo/?comments=1#comments

  7. Com algumas diferenças segue numa velocidade bem maior, o mesmo caminho de Collor. Voltando um pouco mais na história, caminho similar ao de Jânio Quadros. Por mais que possamos fazer comparações, ainda assim, Bolsonaro é muito pior que esses dois presidentes cassados. Bolsonaro não gosta de história, mas deveria ler mais, e sugeriria ler urgentemente a história do fim trágico de outro fascista, Mussolini, da Itália, terra de seus ancestrais.
    PS: Collor tinha seu “arquivo vivo, PC Farias. Os Bolsonaros tem seu “arquivo vivo”, Queiroz. O arquivo vivo de Collor, em pouco tempo foi literalmente transformado em “arquivo morto”.

  8. Derrubado o bozo, impedimento, morte morrida ou morte matada, o Guedes vai sair muito fortalecido para fazer toda a lambança econômica que pretende já que a Globo limpou a sujeira do bolsonarismo (clap, clap, clap!). E nós, povo brasileiro, Ó!

    1. Muito bom… são essas inteligências talhadas no sofrimento que estão fazendo muita falta para a Humanidade neste começo de século XXI.

  9. Há duas formas de um governo cair. Uma é por intrigas palacianas, impeachment, embargos infringentes etc. Não é essa forma que queremos. Queremos a outra maneira, que é através de um levante popular que coloque tudo abaixo. Essa, sim, permitirá demolir as instituições (que estão podres) e reconstruir o Brasil.
    É preciso que haja eleições gerais LIMPAS este ano, sem pilantragens de urna eletrônica sem comprovante em papel.

    Está na hora de a UNE e a CUT acordarem de seu sono profundo, sono esse que as direções dessas entidades gostariam que se prolongasse até meados de 2022.

  10. Infelizmente, o Fora Bolsonaro tem que ser uma pauta. Infelizmente porque o imprimam não poderia ser um recurso regular e também por causa do vice. Todavia já não há opção. Engolir o Mourão não será muito diferente, mas não tem alternativa. A que ponto chegamos

    1. Não, é melhor deixar esse desgoverno sangrando para que fique evidente que a agenda neoliberal é o mal a ser derrotado pela população.
      É preciso derrotar a agenda neoliberal de destruição do Brasil para que nunca mais deixemos que representantes dessa agenda maldita cheguem ao poder sempre aparecem os fantoches para aplica-la então fiquemos firmes no alvo dessa luta, só assim consigueremos varrer do Brasil essa agenda desgraçada do neoliberalismo.

      1. Eu penso que o caminho é o Fora Bolsonaro e defesa de novas eleições gerais com Lula livre e candidato

      2. Você tocou no ponto. Seria ótimo, porque nossa mídia é poderosa mas não conseguiria jogar toda a destruição econômica para baixo do tapete, ou jogar a culpar no PT. O grande paradoxo é conseguir fazer isso sem deixar o país sangrando até morrer… Paulo Guedes e quem ele representa – a oligarquia financista-escravocrata – se forem deixados livres fazendo troca-troca com esse Congresso fisiopata transformam a ex-sétima economia do mundo no Haiti da America do Sul.

  11. O “não me deixem só” com o bozo, ocorre todo dia. Mas faltava fixar uma data para um vexame ainda maior, consagrador.

    O bozo é tão alucinado e alheio a realidade que deve ter pensado “agora eu se consagro” e marcou seu dia da desgraça.

    Contagem regressiva para a explosão do minto e sua famiglia. E nós que pensávamos que os inimigos eram os Marinho, Civitas e Mesquitas…somente.

  12. O dia da fúria do povo ainda nem chegou. A situação está fugindo do controle, porque ninguém sabe até que ponto o povo perceberá a profundidade do golpe do qual foi vítima. Pode não ser tão simples a migração do poder para a milicada, pelo menos para a maioria dos brasileiros. A ferida narcísica da cagada absurda de votar “iludido” num bandido, pode ter efeitos imprevisíveis.

  13. Vamos paralisar esse desgoverno e deixa-lo sangrando com sua agenda neoliberal de destruição do Brasil. É preciso manter essa luta para que fique evidente que a agenda neoliberal é o mal a ser derrotado pela população. A finança transnacional representada pelo neoliberalismo está desesperada e quer se livrar de Bolsonaro para colocar outro, o Mourão, para continuar aplicando essa maldito neoliberalismo aqui no Brasil. Eles sabem que Bolsonaro não vai conseguir continuar a aplicação dessa agenda já que o capetão vem criando muitas crises e problemas o que dificulta muito para conseguir construir uma maioria para aprovar tudo lá no congresso.
    É preciso derrotar a agenda neoliberal de destruição do Brasil para que nunca mais deixemos que representantes dessa agenda maldita cheguem ao poder sempre aparecem os fantoches para aplica-la então fiquemos firmes no alvo dessa luta, só assim consigueremos varrer do Brasil essa agenda desgraçada do neoliberalismo.

  14. Acho que não vai ser uma repetição de Collor, porque impeachado o Coiso, assume Mourão que precisa ser impeahado tambem, e assume Rodrigo Maia, que idem, assume Dias Tofolli, que também; o povo quando deflagra uma ruptura não tem tanta paciência assim e vai cortar caminho! Ou a direeita foge pra Miami ou será uma guerra civil!

  15. Eu não tenho redes sociais e acompanho pelos sites, mesmo.
    Ultimamente parece que o 02 anda sumido das redes? A última que li sobre ele, é que quer abandonar a política e vai fazer campanha para a mãe.
    Terá ele abandonado o pai, também?

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