Cristina Kirchner surpreende e sai como vice de Alberto Fernández. Assista

Cristina Kirchner tinha virado o espantalho para a direita argentina tentar o impossível: manter a presidência mesmo tendo um governo desprezível e desprezado como é o de Mauricio Macri.

Favorita nas pesquisas, assustando até Bolsonaro, que mandou o filho Eduardo a Buenos Aires intrometer-se na eleição de nossos vizinhos e fazer amaeaças de que com ela a república portenha viraria “uma Nova Venezuela”, Cristina prepara-se para enfrentar um processo muito semelhante ao que se fez aqui com Lula, para impedi-lo de vencer as eleições.

Marcou-se para terça-feira o início das audiência de uma das acusações com que o Ministério Público argentino a persegue, por obras em estradas.

A reação ainda não está devidamente analisada, mas a ex-presidente produziu um terremoto na cena política do país.

Renuncia a uma candidatura francamente favorita, mas onde seria alvejada todo o tempo e se oferece como vice de Alberto Fernández, um jurista sem acusações e integrante das administração de Nestor Kirchner e da própria Cristina, da qual saiu para integrar-se a um novo partido.

O vídeo onde ela anuncia a decisão, divulgado esta manhã nas redes sociais, mostra, pela produção esmerada, que isso já se vinha pensando há dias. Em tom emocional e desprendido, ela deixou no chão, sem saberem o que falar, seus opositores, que sempre a acusaram de exercer o poder de forma personalíssima.

Assista, abaixo. Está em espanhol, mas legendado, o que permite a todos compreender o que ela diz.

 

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31 respostas

  1. DIANTE DO QUE TEM OCORRIDO NO CONTINENTE FOI UMA JOGADA DE MESTRE.CRISTINA SABE O QUE FAZ E CONHECE AS TRAMAS DO NORTE CUJOS VENTOS NÃO MOVEM OS MOINHOS EM BENEFÍCIO DA AMÉRICA LATINA.

    1. É muito tarde para os golpistas argentinos prepararem alguma acusação contra Alberto Fernandez, para tentar impedir sua candidatura. E eleito, ele não terá coragem de trair a Cristina, porque a Argentina não é o Equador e ele seria engolido vivo se ousasse fazer isso. Mesmo assim, causa um pouco de medo o fato de Fernandez ter andado por caminhos políticos duvidosos, depois do fim do governo de Nestor Kirchner. Mas a Cristina sabe o que está fazendo. Será uma repetição da fórmula “Cámpora no governo e Peron no poder”, lançada nas eleições de 1972, quando estava terminando a ditadura, mas Perón ainda estava proibido de voltar do exílio à Argentina. Com esta fórmula, Hector Cámpora foi eleito e deu anistia a Perón, que voltou e assumiu a presidência. Cristina também poderá ser anistiada de seus diversos processos obrados pelo agressivo lawfare que armaram contra ela, e então assumir a presidência. Gozado é que a Argentina está arruinada como nunca antes esteve, mas o Macri está agora rouco de tanto gritar ao povo que “não podemos retornar ao passado”. Não podemos por que? Parece até o Bolsonaro gritando que não podemos abandoná-lo porque isso seria ” Voltar ao governo dos ladrões”. Nos governos de Nestor e Cristina, a Argentina se recuperou de outros desastres neoliberais anteriores, pôs em prática políticas sociais necessárias e pôde progredir e recuperar o elevado orgulho patriótico, que é tão típico dos argentinos.

    2. É muito tarde para os golpistas argentinos prepararem alguma acusação contra Alberto Fernandez, para tentar impedir sua candidatura. E eleito, ele não terá coragem de trair a Cristina, porque a Argentina não é o Equador e ele seria engolido vivo se ousasse fazer isso. Mesmo assim, causa um pouco de medo o fato de Fernandez ter andado por caminhos políticos duvidosos, depois do fim do governo de Nestor Kirchner. Mas a Cristina sabe o que está fazendo. Será uma repetição da fórmula “Cámpora no governo e Peron no poder”, lançada nas eleições de 1972, quando estava terminando a ditadura, mas Perón ainda estava proibido de voltar do exílio à Argentina. Com esta fórmula, Hector Cámpora foi eleito e deu anistia a Perón, que voltou e assumiu a presidência. Cristina também poderá ser anistiada de seus diversos processos obrados pelo agressivo lawfare que armaram contra ela, e então assumir a presidência. Gozado é que a Argentina está arruinada como nunca antes esteve, mas o Macri agora não para de gritar ao povo que “não podemos retornar ao passado”. Não podemos por que? Para que? Para que o país se destrua sem qualquer reação? Ele parece até com o Bolsonaro gritando agora que ele não pode ser abandonado, porque isso seria ” Voltar ao governo dos ladrões”. Como se seu desgoverno fosse o paraíso dos santinhos. Nos governos de Nestor e Cristina, a Argentina se recuperou de outros desastres neoliberais anteriores, pôs em prática políticas sociais necessárias e pôde progredir e recuperar o elevado orgulho patriótico, que é tão típico dos argentinos. É isso que querem impedir que aconteça novamente, quando lutam com unhas e dentes contra Cristina.

    3. Jogada de mestre? Quem garante que a chapa Cristina e Alberto irá ganhar? Até 27 de outubro muita água vai rolar!

    1. Oras queria que LULA apoiasse o canalha Ciro?
      Que cedêssemos a quem nos chama de bandido cinco mil diretórios?

      1. Também não entendo às referências ao Lula E ele buscou uma aliança também com Ciro, no que estava certo por que evitaria o desmonte do governo atual. Afinal qual foi o erro do Lula? Insistir na sua candidatura, quando era e é o maior nome da política brasileira contemporânea?

      2. Não precisaria ser o Ciro. Poderia apoiar o boulos, o dino, um nome do PSB. Como a Cristina disse, alguém que somasse e não dividisse. Por mais injusto que se possa considerar, há alguma dúvida de que ao se falar a palavra Lula ou a palavra PT em qualquer ambiente público já gera divisão entre os presentes?
        Se vencesse a eleição seria absolutamente ingovernável, como a própria Cristina destacou quando disse que pensa também no pós eleições.
        Enfim, Lula queria ser vingado pelo voto popular e passar como injustiçado. O que juridicamente até acho que seja mesmo. Mas ele colocou esse desejo pessoal acima do bem do país. Mais um ponto que a Cristina destacou no discurso dela…Realmente a comparação é inevitável.

  2. Os bastidores da entrevista
    com Lula
    Encravada em um pacato bairro residencial de Curitiba, a sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná funciona em um prédio moderno, de vidro, que contrasta com os arredores de casinhas bucólicas. No saguão, uma placa de ferro exibe o ano de inauguração, 2007, e os nomes dos responsáveis pela construção daquele lugar: o ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pouco mais de uma década depois, Lula voltou ao prédio. Desta vez, como presidiário.

    A ironia da placa que ostenta o nome do ex-presidente foi a primeira coisa que reparamos ao chegar no prédio em que Lula está preso desde 7 de abril do ano passado. Estivemos lá na quarta-feira para que, depois de mais de um ano de tentativas, o ex-presidente fosse finalmente entrevistado por Glenn Greenwald. Não foi fácil. O Intercept, assim como outros veículos, precisou entrar no STF para que Greenwald pudesse falar com o ex-presidente. A resposta demorou quase um ano – mas, no final de abril, o ministro Ricardo Lewandowski finalmente liberou a entrevista. Depois que as eleições passaram, é claro.

    O esquema com a Polícia Federal é rígido. O horário marcado era 9h30, mas exigiram que chegássemos às 8h para montar os equipamentos. Mais de cinco agentes foram envolvidos no processo. A equipe inteira passa por uma revista minuciosa – quem tem mais de um aparelho celular precisa deixá-lo do lado de fora. Quando faltavam poucos minutos para que Lula chegasse, policiais colocaram um biombo do lado de fora da sala para que o ex-presidente não fosse visto pelo corredor. “Cinco minutos!”, disse o policial, avisando que só os nomes autorizados poderiam ficar no local quando Lula chegasse. Dali para frente, só quatro pessoas se encontrariam com o ex-presidente: os três membros da equipe técnica de filmagem e o próprio Glenn.

    Enquanto a entrevista acontecia – Glenn foi o primeiro jornalista estrangeiro a conversar com o ex-presidente desde que ele foi preso –, a ordem era que deixássemos o prédio. Nos arredores, desde que Lula chegou, a vida mudou. A começar pelo acampamento de militantes, montado desde o primeiro dia da prisão. São eles que ainda gritam “bom dia!” e “boa noite!” todos os dias para o ex-presidente. Hoje, a convivência é pacífica. Eles alugaram o terreno e, mesmo que os vizinhos e a polícia queiram, não podem ser retirados de lá. Mas um militante do MST contou que a convivência já foi difícil – especialmente na virada do ano. “Eles ficavam passando aqui com carro de som, tripudiando mesmo”, nos disse, lembrando dos apoiadores de Bolsonaro que comemoravam a vitória. Uma pequena barraca vende a produção de famílias assentadas – geleias, mel, arroz, feijão e o leite achocolatado industrializado infantil Terrinha, além de livros sobre socialismo, marxismo e outras ideologias capazes de abalar a estrutura de uma universidade federal. A vigília só acaba, disse o militante, quando Lula sair dali.

    O dia no acampamento estava atípico, mais calmo do que o normal. A maioria dos militantes tinha ido aos protestos contra os cortes da educação, que aconteceriam por todo o Brasil naquele dia.

    Do lado de dentro do prédio, a entrevista seguia para seus momentos finais. Embora o tempo estivesse frio e chuvoso do lado de fora, o lado de dentro também não parecia convidativo – não pudemos sequer entrar de novo no prédio da PF para pegar os equipamentos antes que terminasse a entrevista seguinte, com a revista alemã Der Spiegel, e Lula estivesse fora de vista. Greenwald contou que, conforme o tempo se esgotava, o policial responsável pela escolta ia se aproximando de Lula. O ex-presidente não pareceu se abalar. “Você não vai ser preso não, eu é que posso ficar mais um tempo aqui”, ele disse sorrindo ao Glenn, que tentava avisá-lo que o tempo havia esgotado.

    A caminho do aeroporto, o taxista do bairro, Ronildo, ria discretamente ouvindo a nossa conversa no carro sobre a entrevista que havia acabado de acontecer. Vizinho da PF, ele está acostumado a levar advogados e parentes dos envolvidos nas investigações da Lava Jato. “É um tal de ‘vamos aproveitar essa brecha’ aqui”, ele lembra, narrando as conversas que costuma escutar de dentro do carro. Não mencionou nomes, claro. E também evitou adjetivar os militantes acampados na frente da PF – disse apenas que não entende esse negócio de endeusar político. “Você acha que Lula merece estar preso?”, perguntamos. Ele disse que sim. Acha que o ex-presidente teve três fases: uma ótima, uma segunda em que começou a se vender e o final, em que estragou tudo. “Ele tinha tudo para fazer diferente e desperdiçou a chance.” E Moro? “Chegou dando esperança, mas também virou velha política.”

    Na entrevista, Lula falou sobre o ex-juiz, hoje ministro, responsável por o colocar na prisão. Disse ter suspeitas sobre o envolvimento dos EUA na Lava Jato. Mas falou, sobretudo, sobre as razões que levaram a esquerda, e seu partido, a fracassarem tão retumbantemente nas eleições a ponto da população preferir eleger Jair Bolsonaro em seu lugar.

    Confira a íntegra dessa conversa em theintercept.com/brasil nos próximos dias.

    https://www.facebook.com/brasileternamente/videos/878822062451687/

    https://youtu.be/YB7fnk-wS-g

    https://vk.com/video469180221_456239052

  3. Que lição de humildade ein. Apoiando um nome de outro partido, mas comprometido com a agenda do povo.
    Quem dera o nosso Cristino tivesse feito da mesma forma…

  4. Gostei! Mostrou sabedoria e esperteza, exatamente o que faltou ao Lula quando apoiou a Haddad.

      1. Poderia ter tido desde o início que seria vice da Haddad, talvez as coisas poderiam ter sido diferente.

    1. Tu achas que o Lula deveria ter apoiardo o Ciro? Veja o Ciro mostrando quem realmente é nas últimas entrevistas que concedeu.

  5. Só uma MULHER, como líder política, teria essa grandeza e inteligência de perceber que um script judiciário (similar ao brasileiro) já está em curso no seu país e aproveitando este “efeito Orloff” às avessas, subverte todas as expectativas e anula o golpe de uma tacada…
    À tempo e ainda na gestação.

    A Justiça de direita argentina pode até encarcerar Cristina como fez sua congênere brasileira com Lula, mas daqui em diante ela estará militando e indicando aos seus seguidores a apoiar seu Alberto “Haddad” Fernandez…
    Até, se ainda for o caso, sua prisão e inelegibilidade seja declarada pela Justiça da elite espoliadora argentina.

    A única coisa ruim, para a esquerda brasileira eu acho, é que o pústula do Ciro Gomes pode ou deve fazer um escarcéu de críticas à Lula usando esta situação argentina em comparação à sua suposta tese…
    Para chorar mais uma vez seu discurso que Lula errou e que ele seria o caminho…
    Neste coronel travestido de esquerda eu não voto nunca mais…

    1. Somos 2… Ciro só engana idiotas..
      Se a solução passa por Ciro já vi que estamos ***** por muito tempo

  6. É uma pena que o PT, isto é, Lula, não tenha vislumbrado essa saída!
    Se mais ampla fosse a nossa coligação, mantendo-se, evidentemente a coerência, teríamos salvo o país!!

  7. Pois é, isto é grandeza, diferente de insistir em si acima de toda esquerda como um certo ex-presidente, que permanece como tendo sido o melhor do meu tempo de vida, mas apequenou-se.

  8. Ciro foi convidado para ser vice na chapa do Lula e não aceitou, queria ser cabeça de chapa. Há comentaristas aqui elogiando a humildade da Cristina e criticando Lula por não ter feito o mesmo que ela. Então, a recusa de Ciro em ser vice foi falta de humildade e a crítica que fazem ao Lula não serve para ele? Bem, é madrugada, estou cansada, acho que não entendi a lógica.

    1. A lógica é simples, igual a Kirchner Lula era o candidato com mais intenções de voto e também com maior rejeição. Lula divide o pais, assim como Kirchner, entre os que amam ele e os que odeiam cegamente. Kirchner teve a grandeza de colocar a frente ” Primeiro a nação, depois o movimento, depois o homem.” Lula faz o oposto e hoje temos Bolsonaro.

  9. Ciro é autoritário e já deixou claro que ODEIA o PT. Se este cair no papo do Coroné, vai ser destruído (preparem um obituário). No mais, Ciro em uma possível presidência, seria um híbrido de Collor/Bozo. Oremos!!!!

  10. Ou ela vai fazer igual ao Lula. Que elegeu a Dilma para continuar mandando nos bastidores. Ou de fato ela quer a distensão política.
    Um país pobre precisa de um projeto de longo prazo em torno do qual o mudando o governante o projeto continue.
    Aqui no Brasil o Lula não compreende que ele já foi presidente durante 8 anos. E que ele precisa abrir espaço para outros nomes no PT. Dizer que vai viver até os 120 anos e que quer ser presidente novamente é duro de engolir. Precisa desapegar do poder.

  11. Lula é Lula e Cristina é Cristina, assim como Brasil é Brasil e Argentina é Argentina. Defender que Lula deveria ter copiado Cristina é de uma infantilidade total! A Argentina, por pior que seja, não tem um Judiciário podre como o do Brasil. Além disso, se Ciro fosse cabeça de chapa e Lula vice, qual Ciro teria assumido a presidência? O que achávamos que era, ou o que agora sabemos que é?

    Houve humildade do Ciro? E mais: quem garante que a chapa de Cristina vai ganhar as eleições na Argentina? E se o povo se sentir traído e mudar a preferência? Achar bonito agora é fácil, o problema é ter culhão para enfrentar o que Lula enfrentou, incluindo os cuspes e o abandono covarde de Ciro, o mais recente defunto político brasileiro! Com Ciro o PDT é o próximo PSDB, mesmo que no duplo sentido!

  12. Ainda insistem com essa ladainha contra Lula e o PT? Lula fez o que tinha que fazer, sabia que não poderia ser candidato, e escolheu uma estratégia que se provou vitoriosa. Transferiu 45 milhões de votos para Haddad e Manuela. O que verificou-se depois é que nada tiraria a vitória do “Boldonaro”. O Brasil precisava passar por essa purgação. Vi pessoas de bem, cultas, de bom coração achando mesmo aquele monstro poderia fazer algo de bom pelo país. Poderia ter sido pior, a besta poderia ter sido eleita no primeiro turno. Esqueçam 2018. O Brasil está aprendendo.

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