Helena Chagas: “Ninguém segura Olavo”

Reproduzo o artigo publicado por Helena Chagas, há pouco, n’Os Divergentes.

Pode, com a nomeação de outro general “amigo”, estar sendo tentado um arranjo.

Mas é certo que, com a demissão do general que se tornou “inimigo”, há um desarranjo.

Digamos, sem ironias, uma guerra intestina.

Olavo derrubou mais um. Militares em baixa

Helena Chagas n’Os Divergentes

A queda do ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo não chega a ser uma surpresa no entorno do poder. Desde a briga com o guru da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho, Santos Cruz ficou enfraquecido no cargo. A primeira reação do mundo político de Brasília, apesar de se tratar de um militar, é de lamentação. Nesses quase seis meses, Santos Cruz destacou-se por declarações sensatas e decisões no geral mais equilibradas no que a média no governo bolsonarista.

Acima de tudo, a demissão do general sinaliza mais uma vitória do grupo familiar-radical do governo, integrado por Olavo e pelos filhos do presidente – foi notório também o desentendimento de Santos Cruz com Carlos Bolsonaro.

Bolsonaro irá substituí-lo por um outro general, Ramos Pereira, mas o episódio não deixa de ser constrangedor para os militares palacianos. Primeiro, porque Santos Cruz desgastou-se na briga com Olavo sobretudo ao sair em defesa do vice Hamilton Mourão, alvo preferencial do filósofo. Indiretamente, o presidente está deixando claro que os radicais podem atacar seus auxiliares mais próximos.

Em segundo lugar, porque, há cerca de um mês, quando o chefe da Secretaria de Governo estava com a cabeça a prêmio, sua demissão foi evitada pelos decanos militares do Planalto, Augusto Heleno e general Villas Boas. O que ficou claro agora é que nem eles seguram os olavistas.

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7 respostas

  1. BRITO, só uma correção: o Olavo Terra Plana de Carvalho não é filósofo, é astrólogo. Astrólogo e louco, sem noção.

  2. BRITO, só uma correção: o Olavo Terra Plana de Carvalho não é filósofo, é astrólogo. Astrólogo e louco, sem noção.

  3. Na minha opinião teve tudo isso m mas como foi dito que do grupo era o mais ameno , deve ter comentado os vazamentos e ter tido outros entendimentos do chefe e do grupo militar que o segurou das suas últimas declarações . Se isolou ao se manifestar que deixasse Moro sangrar sozinho . Sem perdão .

  4. Olavo jamais abandonou seu protagonismo, ele ainda está no leme do governo. Apenas saiu do foco por estratégia. Tanto, que é melhor que chamemos o governo como sendo do Olavo, e não do Bolsonaro. Seu encargo ainda não está nem perto de ser desativado. Mas acontece que se Moro se desgraçar, Bolsonaro também entrará em desgraça irrecuperável. E vice-versa. Os militares, para o Olavo, devem ser radicalmente submetidos e, para usar o termo da moda, “enquadrados”. O ideal para o Olavo seria mandar fechar de vez o regime, calar a imprensa e subjugar sem mais arrodeios o STF e o Congresso. Mas como isso não será possível, ele vai promover uma imitação de fechamento, uma demonstração de força, quando a força já está se esgotando. Não é por outra razão que o Bolsonaro terminou por botar dentro de seu palácio nada mais, nada menos do que o próprio comandante do exército mais poderoso do país. Tal manobra, entretanto, só serve para indicar que o Olavo não tem mais em seu inesgotável arsenal nenhuma de suas ultra-inéditas armas que possa barrar a tempestade desestabilizadora que vem por aí. Ir ao jogo do Flamengo com camisa do time não é nada inteligente, é indício de desespero por recuperar popularidade. A Globo está rouca de tanto gritar para tentar desviar do curso o rio de notícias alarmantes cuja torrente só aumenta de intensidade. Medidas como esta troca de generais são tentativas vãs de demonstrar força em músculos já totalmente exaustos. E a cabeça, ao que parece, já não sabe mais como pensar.

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