
O TRF-4 recusou, por unanimidade, a arguição de suspeição sobre os desembargadores João Gebran e Carlos Thompson Flores.
Nenhuma novidade, juiz só é suspeito quando ele próprio diz que é. É dispositivo confessional, não jurídico.
Neste caso, porém, os personagens ganham importância.
O primeiro, amigo de carteirinha de Sérgio Moro.
O segundo, quando presidente do Tribunal, sem ter jurisdição sobre o caso e sem ler a sentença, declarando que a o trabalho de Moro era “tecnicamente perfeito”.
Que mal faria, se assim é, que outro colega de tribunal, aleatoriamente, os substituísse no julgamento, agora que existe – sem discutir se é correto ou incorreto – um questionamento público da isenção do Juízo?
A resposta é simples: a cabeça de Lula é um prêmio, um bilhete de loteria que lhes caiu às mãos.
Condená-lo, seja lá como for, é “prova de saber jurídico”. E perspectivas de futuro funcional.
Além de que, psicologicamente, uma liberação completa do Id, dos instintos inatos, vontades e pulsões primitivas.
Não funciona o racional, o Superego, o entendimento de que as atitudes devem ser moralmente aceitas, que precisam do reconhecimento diante de regras sociais que, afinal, são o fundamento da lei.
A Justiça está perdida se ficar na mão das estruturas judiciárias.
Elas foram empoderadas a tal ponto que perderam todos os freios, até os da prudência.
E a prudência é o fator essencial da autocontenção, que é o traço essencial de qualquer poder absoluto, como é o do Judiciário.