Universidade de Washington revê projeção para o Brasil: 165 mil mortes

O Instituto de Métricas Médicas da Universidade de Washington, que trabalha com modelos matemáticos adotados pelo Governo norte-americano, revisou para cima as suas previsões sobre o número de mortos pelo coronavírus no Brasil e diz agora que “a epidemia de COVID-19 no Brasil pode ser a maior e mais letal do mundo”, alcançando a marca de 165 mil mortes até o dia 4 de agosto.

Na primeira previsão, feita no início de maio, previa-se prováveis 88 mil mortes. Em seguida, revisou-se o número para 125 mil e, na sexta-feira, os estatísticos passaram a falar num total 40 mil mortes maior até aquela data.

As previsões estima que o Brasil poderá, inclusive, ultrapassar o número absoluto de mortes estimados para os EUA até agosto – 140 mil – , mesmo tendo uma população mais de 100 milhões menor que a daquele país.

Segundo as previsões, a mortalidade por 100 mil habitantes – até ontem em 17 – pode subir ate quase 77 por 100 mil e fazer com que nosso país tenha a terceira maior taxa do mundo, superada apenas pela Suécia (83) e pela Bélgica (97 por 100 mil).

Os gráficos, como o que reproduzo acima, estão disponíveis aqui.

Dizem os cientistas do Instituto que “a curva epidêmica do país sugere que as mortes por Covid-19 continuarão aumentando nas próximas semanas ou meses” que suas previsões confirma que “o Brasil está entre as piores epidemias do mundo”.

Certamente não sabem que, aqui, o problema já foi “resolvido” com a estatística fajuta mandada fazer por Jair Bolsonaro.

 

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11 respostas

  1. A cada dia que passa, as instituições brasileiras assumem maior responsabilidade (e CULPABILIDADE) sobre a perda de vidas do nosso povo. A imprensa com seus eufemismos macios e isentões, parlamentares calados lavando as mãos na bacia de sangue, juízes, promotores, militares e policiais aplaudindo a nova ditadura que lhes enche os bolsos e lhes confere o poder de matar, enfim, uma sociedade desorganizada, em que sindicatos, partidos e demais organizações sumiram, simplesmente deixaram de existir no mundo político.

  2. Eu faço uma previsão bem simplezinha, projeto para a frente a média dos últimos 7 dias de acréscimo nas mortes diárias (atualmente é de 3%). Isso vai dar 175 mil mortes em 31 de julho, ou seja, menos de 2 meses. Estamos nos aproximando do abismo em alta velocidade.

  3. Será que podemos falar apenas de uma catástrofe sanitária, de um acidente epidemiológico de causas naturais que pegou todos de surpresa e onde todos são vítimas ou diretamente de um crime contra a humanidade onde se é possível atribuir culpas e responsabilidades (e aqui tenho dúvida a respeito da aplicação dos termos genocídio e genocida no caso da pandemia)? Acredito que não podemos comparar as vítimas do COVID 19 com as vítimas dos diversos crimes contra humanidade ou dos diferentes genocídios ocorridos ao longo da história. É ainda muito difícil e cedo para avaliar o impacto de uma pandemia nos diversos países com condições demográficas, geográficas e econômicas tão diferenciadas e por primeira vez realmente global em seu desenvolvimento e efeitos. Mas difícil ainda atribuir culpas e responsabilidades.

    O fato é que a epidemia correu de frente igualmente todos os países (o que indica essa estranha identidade entre Brasil, Bélgica e Suécia!), países pobres que em teoria deveriam ter menos condições e recursos para enfrentá-la, países ricos que em teoria deveriam ter todas as condições de enfrentá-la. No entanto temos visto enormes falhas, dificuldades e carências em sistemas de saúde pública que já foram tidos como exemplar como o NHS inglês que vêm sendo submetidos há décadas a processo de recortes e desmontes de recursos e de pessoal. Mesmo a maior superpotência econômica e militar do planeta como os EUA tem atualmente o maior número absoluto de contágios e de mortes. Apesar de o país não contar com um sistema de saúde público universal de qualidade, é sem nenhuma dúvida ponteiro na pesquisa médica, conta com as melhores universidades do mundo na área de médica e com os melhores centros médicos do mundo.

    Apesar de todas essas ressalvas e ponderações parece evidente e destaca negativamente a forma irresponsável, politiqueira, falsamente ideológica, “bananeira”, a fanfarronice como que o governo Trump e mais ainda o desgoverno Bolsonaro vem enfrentando a epidemia. Mas, apesar do grotesco dessas duas figuras,Trump e Bolsonaro, ou da forma “pouco cuidadosa ou relaxada” com que alguns países enfrentaram a pandemia (os casos sueco, inglês e holandês, apostando no início pela imunização de manada e não pela quarentena ou lockout), me parece um exagero acusá-los de crimes contra a humanidade, não só pelas dificuldades em responsabiliza-los e mais ainda julga-los (aonde?) diretamente por essas mortes, e principalmente em respeito as vítimas dos piores crimes contra a humanidade que já tivemos como a escravidão (que nunca ninguém em nenhum tribunal pagou por esse crime e nem nunca suas vítimas tiveram qualquer tipo de reparação, para não dizer do colonialismo ou neocolonialismo) ou as vítimas dos campos de concentração e das guerras que os regime nazifascistas promoveram no século passado. Ademais existe muita sombras sobre esse tipo de juízo e o que dizer sobre o de Nuremberg, de Tóquio e mais recentemente os dos crimes contra a humanidade na última Guerra dos Bálcãs, ou do conflito em Ruanda, para não dizer dos crimes do Khmer Vermelho e os massacres armênios e gregos no início do século passado ou ainda das vítimas do Franquismo e da Guerra Civil Espanhola.

    1. Policarpo, genocida é quem causa a morte de um grupo numeroso de pessoas em pouco tempo. Bolsonaro, seguido com fervor por muita gente, teve a possibilidade de aprender como diferentes estrategias de enfrentamento do COVID se realizaram antes do virus comecar o contagio no Brasil. Ainda assim, falando a populacao, minimizou seu perigo, boicotou ostensivamente a quarentena e esta a ocultar os numeros da pandemia. Qual o problema de usar o termo genocida?

      1. Poque tudo isso que você descreve não é genocídio e quando começamos a usar um nome para definir duas coisas distintas nos equivocamos ou simplesmente enganamos. Por exemplo chamaram impeachment algo que era um Golpe de Estado. Mesmo achando desastrada, negligente irresponsável a resposta do Governo Trump, do desgoverno Bolsonaro, ou de outro qualquer a epidemia não posso chama-los de genocida ou de genocídio as vítimas da epidemia porque não o são e não por isso. Temos que ser indignados mas também sérios.

        https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/what-is-genocide?series=48246

        https://nacoesunidas.org/acao/direito-internacional/

        http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/genocidio/conv48.htm

        Se você encontrar nesses documentos qualquer coisa que possa confirmar o crime de genocídio no caso da resposta de qualquer governo ou desgoverno sou o primeiro a dizer que me equivoco e me comprometo a

  4. “Eu acho que estes caras do Instituto de Métricas Médicas da Universidade de Washington são todos comunistas”, dirá o asníssimo ministro da educação, sr. Weinscheize (Scheize, em alemão, é uma palavra de 5 letras que começa com M…).

  5. Por quê será que fazem um papel ridículo como esse, de maquiar os números da pandemia? Ora, porque sabem que o avanço da pandemia é que vai derrubar o governo deles. É uma desesperada tentativa de sobrevivência, que equivale a tentar nadar contra a corrente à beira de uma catarata.

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