Mais importante na decisão do Supremo Tribunal Federal de anular a inclusão da decisão marota de Antonio Palocci, mais do que o efeito concreto de fazer regredir o processo derradeiro contra Lula na 13ª Vara Criminal de Curitiba – no qual ele é acusado de favorecimento pela suposta destinação de um prédio para sediar o Instituto Lula que, a exemplo do “triplex”, jamais pertenceu ou foi negociado com o Instituto – é importante pelos sinais que emite sobre o julgamento da suspeição de Sergio Moro, que já não pode mais ser muito adiada no STF.
Quando se diz, no voto de Gilmar Mendes que a inclusão da delação de Pallocci (que não foi aceita pelo MP, mas apenas pela Polícia Federal) sem que fosse pedida por ninguém “parece ter sido cuidadosamente planejada pelo magistrado [Moro] para gerar verdadeiro fato político na semana que antecedia o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018”.
No outro voto, o de Ricardo Lewandowski, lê-se que ““O referido magistrado [Moro], para além de influenciar de forma direta e relevante o resultado da disputa eleitoral, conforme asseveram inúmeros jornalistas políticos, desvelando um comportamento no mínimo heterodoxo no julgamento dos processos criminais instaurados contra o ex-presidente Lula, violou o sistema acusatório bem como as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa”.
Está evidente que ambos deverão votar para reconhecer a parcialidade de Sérgio Moro, no que devem ser seguidos por Celso de Mello e por Marco Aurélio Mello, pelo menos, fazendo quatro votos. Há mais dois votos que, possivelmente, seguirão na mesma direção: o de Alexandre de Moraes, e o de Rosa Weber, este com menor possibilidade. Dias Toffoli é uma incógnita, apesar das decisões recentes contra o império do “lavajatismo”.
Neste caso específico, onde Moro determinou de oficio a inclusão do depoimento de Palocci, sem pedido da acusação, o MP, e após concluída a fase de instrução, mas sintonizado para produzir impacto eleitoral, e evidência do rompimento da neutralidade do juiz ficou clara, provavelmente a decisão, se for a plenário, será confirmada.
A questão passa a ser a de que, parcial em um ato, parcial em todos o juiz pode ser e acaba sendo.
Não se espere a conversão de uma ampla maioria do Supremo Tribunal Federal em direção ao óbvio. Será, de novo, uma disputa de um voto, apenas.
A Lava Jato está com suas chagas expostas, mas, como um zumbi, não está morta.
16 respostas
Como assim os votos de marco aurelio, dias toffoli, alexandre de moraes e rosa webber? São só 3 da 2 turma que decidem, gilmar, lewandoski e celso de melo.
Este Ministro Celso de melo me lembra aquela fala de um famoso jurista disse sobre ele:um Juiz de merda”,.
então como tem dentro STF muitos covardes e cagões como o tofin monte de …., juntará mais um juiz de merda.
Este juiz Celso de Melo nunca foi confiável !
Esse movimento todo, moroloide, fachinha, dallagnol et caterva tem cheiro e cara de FARSA, vamos ver o que vai dar…
A matéria tem um equívoco: o julgamento da suspeição do bandido Moro não se dará no plenário e sim na segunda turma do STF, ou seja, apenas com os votos de Lewandowski, Celso de Mello, Gilmar, Fachin e Carmém Lúcia.
Dos outros togas citados na matéria, Marco Aurélio, Alexandre de Moraes e Rosa Weber são da primeira turma, e Dias Toffoli, como será derrubado por Fux da presidência do STF em 10 de setembro, antes do pijama de Celso de Mello (em novembro), deverá ir para a primeira turma (de onde sairá o Fux), abrindo a vaga do primeiro indicado por Bolsonaro para a segunda turma, com a tarefa inicial de sentar a bunda em cima do processo até o fim dos tempos.
Lembrando que não se pode descartar a hipótese de que, numa tramoia Fachin-Fux-Barroso, o caso vá ao plenário via recurso ou outro jogo sujo qualquer dos 3 luíses lavajateiros, para postergar a decisão para após 2022, alijando Lula definitivamente.
E é bom não achar que as 2 decisões de hoje (04/08) favoráveis a Lula são indicativas de julgamento pró-suspeição de Moro na segunda turma. As ausências – covardes e injustificadas – de Celso de Mello e Carmém Lúcia podem ser apenas um acerto dos dois com Gilmar Mendes, que é quem de fato está travando este julgamento, pelos motivos mais torpes possíveis, sendo o último deles a canalhice de dizer que só vai julgar a suspeição do criminoso Moro presencialmente e após a pandemia, ou seja, quando acabar o genocídio.
E mesmo se houver este julgamento antes da aposentadoria de Celso de Mello, ele poderá ser um julgamento farsesco, em que se anulará a primeira condenação do bandido Moro, por sua suspeição, mas não se estenderá automaticamente a suspeição do criminoso de Maringá, na segunda condenação, porque não foi ele quem deu a sentença ou por alguma outra desculpa qualquer. E isto manterá a cassação dos direitos de Lula pelos bandidos de toga até, pelo menos, a próxima eleição presidencial. E, para 2026 e 2030, se Lula ainda estiver atuante, tem uma terceira condenação por vir dos bandidos de toga, ou uma quarta…, o que precisar.
É bom lembrar também que vai começar daqui a pouco um monte de baboseiras e homenagens para Celso de Mello, inclusive com o prêmio Faz Diferença da Globo, anunciado no início do ano. Quem quiser que acredite que Mello vai aceitar julgar a suspeição de Moro em meio a isso. O mais provável é que ele escolha encerrar a carreira como começou, com o epíteto de juiz de merda que recebeu de Saulo Ramos.
Recomenda-se, portanto, não botar muita “fé e esperança” em Gilmar Mendes, em Celso de Mello e neste tribunal homenageado em casas de prostituição..
Francisco, uma duvida, a ausência de Carmem e Celso, sem manifestação nessas questões de ontém, pode estar sinalizando ruptura dentro da 2a turma com o RELATOR, o “fraquinho” ?
O problema da manutenção de Lula fora de qualquer eleição parece estar a ser para os Estados Unidos uma questão de estado, e não de governo.
Na sua natural tendência reducionista de personificar qualquer ameaça, eles parecem considerar que se neutralizarem Lula cortarão a grande marcha do Brasil para o desenvolvimento soberano. Em lugar de trabalharem com Lula, eles optaram pelo maniqueísmo de entender que Lula é inimigo e que se ele chegar outra vez a ser presidente será péssimo para a geopolítica americana. O fato de alguém do Partido Democrata substituir Trump parece não mudar isso. Lula só poderia ser presidente novamente se houvesse, a partir de pressões das ruas ou reflexões além do tempo imediato, uma revolução de conceitos dentro do Império.
De qualquer modo, teremos grande vitória se conseguirmos evitar uma inacreditável candidatura de Moro à presidência, com chance de vitória. Eles precisam entender, e podem chegar a isso, que o reconhecimento da parcialidade de Moro e da inocência de Lula é imprescindível para o retorno pleno da sensação de liberdade democrática e para a pacificação da vida política do país. Moro é o nó górdio de um impasse que precisa ser cortado por eles. Seguirem com Moro é eternizarem um impasse político que pode resultar em perda total para eles.
Se lá em cima eles chegarem à conclusão de que Moro está demasiadamente queimado, talvez subam de patamar e passem a incentivar e apoiar uma candidatura que lhes seja favorável, e ao mesmo tempo seja menos danosa ao país. Tal candidatura, que ninguém duvide, teria de ter ampla abertura para setores de esquerda.
E para essa nova candidatura vingar dentro de um ambiente político mais democrático e mais pacificado, eles mesmos teriam de jogar Moro, um empecilho mortal à pacificação, o quanto antes na lata de lixo, mesmo que tenham de enfrentar uma volta de Lula ao cenário político, o que será mais fácil com alguém aberto para a esquerda.
Oxalá cheguem a esta conclusão antes da decisão final do STF sobre o reconhecimento ou não da parcialidade de Moro como juiz. Moro é ligação direta com os neocons americanos, cujo radicalismo impiedoso tem a ver com processos de destruição dos estados periféricos. Ele seria pior até mesmo que Bolsonaro, que por seus absurdos não esconde a loucura e desperta com frequência tamanhas reações indignadas que terminam por criar uma unidade de pensamento civilizado em torno da negação e da anulação de seus atos.
Provável que vão fazer passar alguma emenda que ex-presidente reeleito não pode mais se candidatar ao cargo, ou coisa parecida, junto com aquela de cortar o barato do Moro… Aí podem inocentar o Lula e humilhar o Moro tranquilamente.
sim, a decisão sobre o destino de LULA depende muito mais dos EUA, da banca e das Forças Armadas do que do STF que, aqui, como alhures, é um mero títere na mão desses abutres
Mas, vamos pensar de modo mais sereno. Se os EUA pode ditar normas aqui dentro e se o fizer será Melhor mudarmo de vez para o Paraguaio.
O país estará todo F…..!
Se a suspeição de Moro for confirmada no caso triplex, pode sim anular os casos do sítio e do IL. Foi Moro quem aceitou as denúncias da Lava Jato. Portanto, nesta fase de aceitação da procedência também faltou isenção.
Você diz “pode” e acho até mais, que “deve”. Mas, parodiando Bertolt Brecht, o problema é que no Brasil “muitos juízes são absolutamente corruptos: ninguém consegue induzi-los a fazer justiça“.
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Lula livre é grito, não é zumbido.
Aliás é importantíssimo observar que um grande número de votações no STF onde Lula e o PT foram derrotados, foram decididas por UM voto.
O voto que seria de TEORI ZAVASCKI.
Tá chegando a hora do acerto com o Capeta. Já imaginaram quatro votos a um deixando o Fachin numa saia justa. Se isto realmente acontecer, o fachin (canivete) deve se envergonhar e renunciar o seu mandato de membro do STF. Ele ficará com as calças na mão,
….” é sinal ” . Que os generais derem um ” arrecuada ” , embora não seja o embate final . Duvido muito na suspeição de Moro manterão o mesmo posicionamento . O mais conservador dos votos do STF é do ministro Celso de Melo . No ranking das probabilidades , ele se aposentara sem votar , jogando o ” pepino ” para Gilmar e Lewandowski .
No muro como todo Pesdebista . Na gloria do ” Largo de São Francisco , Lugar sempre citado nos seus prolixos votos .
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