O General Augusto Heleno fez hoje um “spoiler”do que será a fala de Jair Bolsonaro, amanhã, no seu discurso virtual de abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em novo episódio de vergonha mundal de nosso país.
Ao dizer hoje, numa audiência pública no STF que as queimadas florestais em nosso país são “fenômenos naturais, cuja ação humana é incapaz de impedir” e afirmar que há uma conspiração mundial formada por “nações, entidades e personalidades estrangeiras” que não teriam “autoridade moral” para nos criticar, com “seu objetivo principal, obviamente oculto mas evidente, que é prejudicar o Brasil e derrubar o governo Bolsonaro”, o general repisou o discurso negacionista, querendo que se trate como ficção o que se vê pelos satélites, pelas câmeras de TV e a olho nu na Amazônia e no Pantanal.
Não é o fato de haver incêndios naturais, facilitados pela seca, que explica a explosão no número de focos de fogo, mas as óbvias constatações que os preços do que o uso da terra antes florestada para produção agropecuária – com seus atuais preços atraentes – e o desmonte dos órgãos de fiscalização – dando a certeza da impunidade – que fizeram, nos últimos dois anos a diferença com o número esperável das queimadas, mas o negacionismo governamental quer reduzir tudo a um complô ambiental-imperialista, o que é uma evidente asneira, ainda mais num governo que não hesita um só instante em colocar a Amazônia aberta aos americanos como possível plataforma de intervenção na Venezuela.
Fazendeiros, grileiros, garimpeiros e madeireiros são, para este governo, “agentes de progresso” e, ainda melhor, base de sustentação política.
Assim como a quarentena diante do coronavírus “é coisa para fracos”, a questão ambiental para ele é uma bobagem usada por ambientalistas, vermelhos e europeus para criarem comoção pública.
É o terraplanismo ambiental, que infelizmente encontra uma massa de imbecilizados para repetir que está tudo bem, até que, quem sabe, a fumaçã lhes entupa a goela.
