O chefe da baderna é Bolsonaro

Não foi por falta de aviso do que ia acontecer.

A noite de caos vivida em Brasília não tem como culpados apenas os vândalos que incendiaram carros e ônibus, mas todos que, há quase um mês e meio, os estimulam a exigir, na porta dos quartéis, que um ditadura militar suplante a voz das urnas que escolheram o novo presidente.

Só por sorte, com tantas bombas incendiárias e botijões de gás espalhados como barricadas, a loucura não virou uma tragédia de mortes e ferimentos.

Por enquanto, porque parece que não vai haver, como não houve até agora, a dissolução destes núcleos de fanáticos. As forças policiais e as guarnições dos quartéis onde estão acampados deveriam, a esta altura ter dispersado todas as aglomerações de onde saíra estes “terroristas do bem” em que se converteram.

É preciso iniciar – e já – a responsabilização dos verdadeiro chefes destes atentados à democracia que, sob o estímulo – velado, mas evidente – do ainda presidente da República e de um staff militar que está aceitando ser seu cúmplice.

Ou há outra maneira de entender o seu silêncio diante deste cenário caótico?

Estamos a menos de três semanas de uma festa cívica que deverá reunir dezenas ou centenas de milhares de pessoas, no legítimo direito de comemorar a instalação de um novo governo.

Estas pessoas não podem ficar expostas à ameaça de fanáticos que, desde o bloqueio das rodovias, deixam evidente que perderam todos os limites de convívio e de racionalidade.

Fanatismo tolerado é tragédia, a la Jim Jones, encomendada.

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