Qualquer um percebe, pelas notícias confusas, pelos tratamentos experimentais e pelo gaguejar das equipes médicas que o atendem que Donald Trump “forçou a barra” para sair do hospital naval Walter Reed antes do que seria prudente.
Trump enfrenta uma batalha por sua vida que é muito mais perigosa, para ele, que a possibilidade – relativamente baixa – de que venha a ter complicações maiores com a infecção, que é a batalha por sua vida política, que não sobreviverá a uma derrota eleitoral que se desenha com traçõs cada vez mais fortes.
Ele segue menosprezando a pandemia : “Don’t be afraid of Covid. Don’t let it dominate your life” (não se amedrontem com a Covid, não deixe que ela domine sua vida), disparou pelo Twitter.
Claro, algo que matou, até gora, mais de 210 mil norte-americanos não é algo para preocupar.
O que Trump pretende, está claríssimo, é mostrar-se o “valentão”, o corajoso, que sobrevive a tudo, enquanto Joe Biden, escondido atrás de máscaras, seria o estereótipo da fraqueza.
O “John Wayne” do coronavírus.
No entanto, uma pesquisa da CNN que acaba de ser divulgada diz que 63% dos norte-americanos acham que ele trata a doença de forma irresponsável com as pessoas que estão em torno dele, no governo. E nada menos que 69% não acreditam ou acreditam pouco no que é liberado como informação oficialmente pela Casa Branca.
Trump volta para a Casa Branca, hoje. Mas parece ser inevitável que volte logo, também, para sua própria casa.