O que é um presidente; o que é um delinquente…

Morreram ontem 848 brasileiros, a segunda maior marca de mortes diárias desde o final de setembro.

Se tivéssemos a vacina – e não temos – e um plano para aplicá-la – e também não temos – levaríamos meses para imunizar uma parcela significativa da população – e não o faremos, tão cedo.

Mas para o Presidente da República, “ainda estamos vivendo um finalzinho de pandemia”.

A menos que a tenha lido num mapa astrológico de Olavo de Carvalho, não se sabe de onde Jair Bolsonaro tirou essa.

Se tudo não piorar, o “finzinho” de Bolsonaro será o fim de algumas dezenas de milhares de vidas.

Mas está piorando, e sensivelmente. Hoje, as Santas casas de Misericórdia anunciaram que já não têm vagas, a mesma situação da rede pública do Rio, de Santa catarina e de outros estados. Em São Paulo, o mais importante hospital de infectologia, o Emílio Ribas, está virtualmente lotado.

Mas Jair Bolsonaro não sente. Ele, aliás, não sente nada que se possa classificar como sentimento humano.

Hoje, o presidente da Argentina, Alberto Fernández anunciou o início da vacinação ainda em dezembro, usando a vacina Sputnik V, com a imunização de 10 milhões de pessoas – um quarto da população, praticamente – até fevereiro quando nós, com sorte, estaremos começando a fazer algo por aqui.

Para superar as resistências “ideológicas”, Fernández anunciou que será o primeiro a tomar, em público, o imunizante russo.

Bolsonaro nem liga. O negócio é a Bolsa, que está “bombando”, porque o mercado não se importa com cadáveres enquanto tudo estiver funcionando.

Somos governados por um monstro. E o pior é que ele não está “no finalzinho”.

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