Era esperado que o IPCA-15, prévia da inflação oficial divulgada hoje pelo IBGE viesse na faixa em que veio: 1,06%, acumulando a maior alta em 12 meses dos últimos quatro anos.
Mas o pior é que a decomposição por grupos de despesas alerta para uma alta no INPC – que abrange famílias com renda até 5 salários mínimos, contra até 40 sm do IPCA – assinala que a inflação por este índice, que reajusta o piso de salários e aposentadorias, pode levar a inflação a passar de 5% em 2020.
Se o resultado do INPC repetir o IPCA-15 (e em geral o supera, porque os itens alimentação, transporte e habitação, mais influentes no INPC, ficaram acima do índice geral), o salário mínimo ficará em R$ 1.098, dez reais acima do que o governo anunciou na semana passada.
E se passar de 1,2% – índice igual ao do ano passado, por conta dos aumentos da carne – o mínimo arredonda para R$ 1.100.
Em tese, a diminuição do auxílio emergencial e, com isso, a redução do poder de compra da população, deveria estar segurando a alta de preços.
Não o fez e, janeiro, mês de altas sazonais, com um terço da população sem renda e a segunda onda da pandemia arruinando quem vive de “bicos”, tem um cenário é muito sombrio.