Auxílio emergencial corre o risco de virar “bolsa-voto”

O líder do governo e líder do Centrão, Ricardo Barros, que é uma reencarnação de Roberto Cardoso Alves, autor da frase famosa do “é dando que se recebe” e fundador do aglomerado fisiológico da Câmara nos tempos de José Sarney, defende, na coluna de Andrea Sadi, no G1, que o novo auxílio “para quem precisa vai ser mais uma continuação do Bolsa Família” e que são as prefeituras que farão “a verificação de quem precisa” receber o benefício.

Nem uma nem outra saídas são, em si, ruins. Tornar contínuo o benefício e dar capilaridade à sua concessão, em tese, são medidas corretas. Mas ganha um doce se estas são as intenções de Sua Excelência e não a de politizar e paroquializar os critérios de quem vai ser ou não contemplado.

Não é por outra razão que o Centrão quer – e para antes da criação da nova etapa de benefícios, colocar as mãos no Ministério da Cidadania, ainda sob o comando pró-forma do incompetentíssimo Onyx Lorenzoni.

Descentralização, em qualquer área do serviço público, depende de regras claras a serem seguidas. Do contrário, os “fura-filas” acabam por inviabilizar suas finalidades. Ou de virar um “bolsa-voto” para a turma que perdeu a vergonha que nunca teve.

Há, ainda, a pendente definição do alcance do benefício em valor e número de pessoas a recebê-lo. Estamos voltando à situação de tínhamos quatro ou cinco meses atrás, onde o impasse sobre de onde tirar recursos para isso acabou levando à meia-sola da extensão por três meses e metade do valor a ajuda inicial.

Se vier, virá pouco e tardiamente, porque o panorama de empobrecimento veloz da população é aterrador e já pode ser visto na queda de vendas nos mercados de alimentos, sobretudo.

 

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