Genocídio habitacional: Governo para obras de 250 mil casas populares

Não vai ser o último absurdo, porque só hoje se estão esquadrinhando as despesas previstas no que restou do Orçamento da União, mas certamente é um dos mais graves: o veto de Jair Bolsonaro cortou nada menos que 98,25% de todos os recursos para a construção de habitações para famílias de baixa renda (até R$ 1,8 mil) do programa Minha Casa Minha Vida, que foi rebatizado de “Casa Verde e Amarela”.

A verba, inicialmente projetada em R$ 1,540 bilhão, caiu para R$ 27 milhões na lei orçamentária, publicada nesta sexta-feira. Isto é, 1,75% do valor previsto.

E ão se trata de obras novas, porque as contratações de empreendimentos populares nesta faixa é praticamente zero desde o início do governo Bolsonaro. São obras em curso e que estavam paralisadas, em grande parte, e que se tentava concluir.

Grande parte delas, inacabadas, se deteriorarão irreversivelmente. E, claro, vão empurrar para baixo o emprego na construção civil, uma das mais importantes válvulas de escape do desemprego, ainda mais num quadro em que as grandes obras públicas, praticamente, deixaram de existir.

Mesmo em ritmo lento, estas obras absorviam perto de 1 milhão de trabalhadores, diretos e indiretos e a sua grande maioria irá para a rua. O nível de emprego e de atividade da indústria da construção civil está em queda desde o final de 2020, pressionado pela alta do custo dos materiais, mais alto quanto mais popular a habitação.

O corte do investimento público em habitação e de uma crueldade sem tamanho num país como o Brasil, porque arruína não só a habitação urbana, mas também o emprego.

Talvez do governo se interesse por lança um programa com o nome de “Minha Calçada, Minha Fome”.

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