Pode ser que exista, mas eu nunca vi o que a Folha publica hoje: uma ‘entrevista’ de Luciano Huck que, apesar de pedida há tempos pelo jornal, jamais foi dada.
E, como não foi, a Folha a montou”, assumidamente, com uma “recortagem” de trechos de artigos publicados com sua assinatura aos jornais.
Nos velhos tempos de redação, sem internet e sem chance de recuperar notícias – ou de falta de gente para escrevê-las – havia o termo “giletepress’ para designar o que a se aproveitava de notícias velhas ou publicada por outros.
Não era das práticas mais louváveis, mas também não era incomum.
E foi o que a Folha fez, o que torna a “entrevista” já de cara desinteressante: como é feita de retalhos velhos, não tem novidades e como estes cacos de opiniões colados no texto são de “artigos” que podem ter sido escritos por assessores e refletirem apenas o que Huck acha conveniente falar, sem questionamentos ou contraditório, tudo ali vale exatamente zero.
Tudo, aliás, na trajetória do “cara do caldeirão” é assim, tipo aqueles “post-it” amarelos que a gente põe como lembrete mas de nada presta como memória: nas redes sociais, cola o Aécio, descola o Aécio; cola o Moro, descola o Moro, cola o sócio no restaurante que acham que não tem nada de mais em matar cinco mil idosos, o do outro sócio que se meteu em confusões com a Receita….
Huck é assim, colado nos grandes e descolado deles quando a coisa fica esquisita.
Há mais de quatro anos arranja marketing pessoal e portas abertas com esse “sou e não sou candidato”.
Já que seu destino mais provável é suceder Fausto Silva nas tardes de domingo na Globo, talvez devesse se lembrar do bordão do Faustão: “Quem sabe faz ao vivo”.