“Coxinhas órfãs”, na Veja, não dizem que falta de ruas é falta de seguidores

Numa curiosa reportagem na Veja, os dirigentes dos falecidos “MBL” e “Vem Pra Rua”, desiludidos com Jair Bolsonaro, a quem ajudaram a elegeer, não participam das manifestações de rua ” em razão da crise sanitária” e para “não colaborar com a pandemia”.

Mas que torcem pelo sucesso das manifestações da oposição e tentam um “processo de convencimento” de seus seguidores para aderir às manifestações e dialogam com outros movimentos fora da esquerda para que eles convoquem seus simpatizantes.

É claro que bolsonaristas do passado estão hoje, em grande número, arrependidos do que fizeram.

Ontem mesmo divulgou-se o recorte da pesquisa do Ipec (ex-Ibope) sobre os eleitores de Bolsonaro em 2018, dos quais mais da metade (53%) não votará nele de novo e mais de um quarto (26%) que escolher Lula como presidente.

Os líderes dos “coxinhas” estão no primeiro grupo e não estão no segundo.

É evidente que, tendo coragem, ficaria até bonito que montassem uma “Ala dos Arrependidos” nas passeatas, quem sabe o Bloco dos Jair Se Penitenciando.

Só que eles não existem organizadamente. O “coxismo” dispersou-se e, da formação original, só forneceram plantel para as falanges bolsonaristas.

Aliás, é irônico que aqueles que exigiam tanto de Fernando Haddad a tal “autocrítica” sejam incapazes de nem de longe fazê-la.

É claro que o eleitor comum não tem de ser castigado ou discriminado pelo voto que deu de boa fé e que se revelou um desastre. É um cicdadão comum, com seus erros e acertos que não influem no seu direito de querer um novo rumo para seu país, ainda que o tenha ajudado a entrar em caminhos errados.

Mas não as lideranças, que não podem alegar ingenuidade ou ignorância do que significava alimentar um monstro que exibia os dentes para a democracia.

Podem vir, claro. Mas quietos e no final da fila.

 

 

 

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