Daqui a pouco começa um novo sábado de manifestações contra a ameaça autoritária no Brasil.
As ruas vão encher, certamente mais do que já encheram em 19 de maio e 29 de junho, mas ainda não será agora que a direita que, três anos atrás, atirou-se sem reservas ao colo do bolsonarismo e ajudou a tornar possível este desastre em que vivemos, estará nas ruas.
E talvez não seja nunca, porque não pretendem somar a um movimento que, além dos valores formais da democracia quer também os valores sociais sem os quais qualquer democracia é hipócrita.
O que não quer dizer que não manobre nos bastidores da política, como fez em 1983, na campanha das Diretas, por pressentir que é inevitável uma mudança de rumo e procure cuidar para que ela não seja profunda.
Eles têm e terão mil ardis, mil vias para que, mudando o governo, não mudem as políticas de atraso e concentração de renda deste pais.
Sobretudo, para que não mude o apequenamento do Brasil, por tudo e por todos nós com um inevitável destino de afirmação no mundo que, de todas as formas, buscam impedir.
Às ruas, portanto, para que saibam que não vão extinguir o Brasil, que aqui não será o celeiro do mundo na fome seus cidadãos, que não será o pulmão do mundo onde se sufoca a respiração dos filhos deste país na doença, que não é a terra da esperança onde vivem os desesperados.
À tarde, o blog volta, para mostrar como nós estamos vivos e amamos a vida, a liberdade e a civilização.