A Folha publica agora à tarde que a refinaria de Mataripe, na Bahia, promoveu em janeiro três reajustes e vende hoje gasolina e diesel a preços superiores aos praticados pelas refinarias da Petrobras.
Surpresa zero, porque a refinaria – ex-Landulfo Alves, a primeira construída no Brasil – foi “privatizada” no finalzinho ao Fundo Mubadala de Investimentos, uma estatal do Emirados Árabes, que a opera sob o nome de “Acelen”. Só em janeiro, já “lascou” três aumentos no preço dos combustíveis.
Lembram da visita de Bolsonaro ao sheik Mohamed bin Zayed Al Nahyan, herdeiro dos Emirados? Ele é “apenas” o presidente do Conselho de Administração da Estatal que, segundo seu site, “administra um portfólio diversificado de ativos e investimentos nos Emirados Árabes Unidos e no exterior, para gerar retornos financeiros sustentáveis para seu acionista, o Governo de Abu Dhabi”, capital dos Emirados.
Os árabes, uns tolos sem a sabedoria de Sérgio Moro, que já decretou que a Petrobras “é uma empresa atrasada, que ainda vive da exploração do petróleo, um combustível que o resto do mundo já não está mais usando”, estão ganhando 14 centavos a mais por litro de gasolina vendida aos postos da Bahia e a outros estados do Nordeste . São só 20 milhões de litros por dia, uma bobagem, não é?
E isso por enquanto, porque vão subir mais, com a alta do preço internacional do óleo bruto e, na nota que enviou ao jornal, a empresa já o insinua:
“A Acelen segue parâmetros internacionais de preços e por esse motivo está sujeita às variações do mercado mundial de petróleo e da oscilação cambial. A empresa destaca que o preço do petróleo teve forte valorização em 2021. Entre o último dia de dezembro e esta sexta-feira (4), o petróleo Brent, negociado em Londres, teve alta de 20%, chegando a superar os US$ 93 durante o pregão.”
É isso aí, deixa de ser estatal daqui e passa a ser estatal de lá, sustentando o luxo dos sheiks, com o dinheiro ganho à custa do “combustível que ninguém mais está usando”.