Otávio Rêgo Barros, general de divisão que foi chefe da Comunicação do Exército e porta-voz da Presidência no início do governo Bolsonaro, é um dos integrantes da “geração Haiti”, uma camada de altos oficiais que fez parte dos forças de pacificação (ou nem tanto) naquele país, como Augusto Heleno, Luiz Carlos Ramos, Santos Cruz e o ex-comandante do Exército Edson Leal Pujol.
É portanto, integrante do grupo que transitou para a reforma mas manteve o prestígio na instituição.
Por isso, tem significação quando ele parte, em artigo no UOL, para a ofensiva contra a pretensão do general Walter Braga Netto, de ser o candidato a vice na chapa to de Jair Bolsonaro.
Sem citar seu nome, o destino das palavras é direto. Citando o norte-americano Samuel Huntington, ex-coordenador de segurança do Governo Jimmy Carter, diz que “cargo de ministro da defesa deve ser o patamar final de uma carreira pública”, e “não apenas um degrau de acesso a outros postos”.
A pretexto dede que os candidatos a Presidente devem expor seus programas para a Defesa, os “planos para as Forças Armadas [e para] acalmar paixões que a história mantém insepultas”, Rêgo Barros diz que “não deve ser o voto a razão para um cidadão almejar esse cargo.”
Braga Netto, pelo visto, tem mais opositores às suas ambições além da ambição do seu colega Augusto Heleno, que também quer a vice.
Ainda há que resista à politização ( e à partidarização) das Forças Armadas.