Putin põe Bolsonaro em “quarentena”

É triste para a diplomacia brasileira o quadro humilhante desta visita de Bolsonaro à Rússia.

Não que ela não devesse acontecer, ao contrário. Mas, ao que parece, nada foi tratado para que houvesse um protocolo racional que demonstrasse respeito a um presidente da República do Brasil, ainda que este próprio mandatário não tenha um comportamento racional.

Jamil Chade, no UOL, informa que Bolsonaro recebeu ordens para permanecer recluso ao hotel até o encontro de amanhã com Vladimir Putin.

Não é o tratamento adequado a um chefe de Estado, embora o fato de Bolsonaro, até agora, recusar-se à vacinação contra a Covid ajude a compreender este tipo de situação.

Era, de qualquer forma, algo a ser evitado e bastaria para isso ter retardado em algumas horas o embarque para a Rússia: seria chegar, passar no hotel para uma refeição e um banho e direto à audiência, prosseguindo dali a viagem.

O isolamento foi, com certeza, comunicado aos brasileiros, mas o presidente de nosso país certamente fez pouco dos cuidados que se toma em um país onde os casos se multiplicaram por 10 em apenas um mês, de 20 mil para 200 mil por dia, numa população que é apenas 2/3 da brasileira.

Pode ser que isso seja resolvido, pode ser que não. Os serviços de informação russos podem achar que Bolsonaro – e não é impossível – vá exibir-se em algum lugar referencial para os russos – o Kremlin ou a Praça Vermelha, por exemplo – para posar para fotos. Ou que vá fazeer gracejos, como o dos seus energúmenos auxiliares, atribuindo a sua presença o abrandamento da crise da Ucrânia.

Aliás, parece que uma visita guiada ao Kremlin, um fortaleza centenária que simboliza o poder na Rússia, vai ser a solução-passatempo para Bolsonaro.

Amanhã, vai a Putin, com ordens expressas do Itamaraty para abrir a boca o menos possível – ele vai estar sem “babá” diplomática, apenas com um intérprete diante do russo – e sem ter o que discutir com ele.

 

 

 

 

 

 

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