Enquanto estamos aqui, acompanhando e sofrendo com o confronto entre a Rússia e a Ucrânia, preocupados com as graves repercussão disso nos preços que os brasileiros pagarão pelos combustíveis ou acompanhando as decisões de liberar do uso de máscaras contra a Covid, o Governo toca o berrante para mais um avanço da boiada sobre áreas indígenas.
Todos os líderes do campo governistas, inclusive dos “subúrbios” – como o PSDB, o tal “União Brasil”, o PSC do Pastor Everaldo e até o Avante, do outsider André Janones, assinaram o requerimento de urgência para votar a liberação de atividade de mineração em terras indígenas sob o fogo de cobertura das ameaças que a guerra no Leste da Europa traria para o abastecimento de fertilizantes para o agronegócio.
Mais especificamente, das jazidas de potássio, um dos componentes da fórmula NPK, a base da adubação química, que dependeriam desta liberação para serem exploradas na Amazônia. Como quase tudo que vem deste governo, é uma mentira, que se desmonta com uma simples conferida nos mapas dos depósitos já comprovados de rocha fosfática.
A função do projeto é, simplesmente, de abrir a porteira da Constituição para avanço de garimpeiros e gente disposta a aventuras de toda a espécie e a corrida é apenas para aproveitar o momento em que a Europa, onde a política de destruição ambiental encontra forte oposição, está com os olhos totalmente voltados para a questão da guerra.
É muito provável que, agora à noite, o projeto deve ser aprovado e não será fácil pará-lo no Senado, onde Caetano Veloso liderou uma comitiva de artistas para pedir que esta monstruosidade seja detida.
A esperança é que se retarde o máximo possível, no Congresso de no Judiciário, para que um novo governo pegue estes bois a unha.