Delação sobre Alckmin tem cheiro de vingança política

A Folha estampa hoje texto sobre Geraldo Alckmin ter sido apontado como tendo recebido R$ 3 milhões de “Caixa 2” da empresa Ecovias, para sua campanha a governador de São Paulo, em 2010, numa delação premiada do presidente à época, Marcelino Rafart de Seras.

Não tenho, óbvio, informações para dizer se aconteceu ou não e até acho que, na tradição brasileira, “Caixa 2” em campanhas eleitorais é mais antigo que a Sé de Braga.

Mas há coisas estranhas aí.

Esta delação é antiga e foi noticiada pela Folha há dois anos, como tendo sido firmada, faltando apenas a aprovação dos termos. Ela envolveria, diz o jornal, a cobrança de pedágios e os governos de Mario Covas, do próprio Alckmin e de José Serra, que não protagonizam a matéria de hoje.

Na de hoje, os dois anos são explicados em razão de terem-se de fazer “correções” no acordo, sem dizer quais nem porquê.

Entre os promotores que a firmaram, o mais conhecido é José Carlos Blat, que ficou conhecido naquele caso em que a Folha foi condenada por tê-lo incluído no caso dos “Três Patetas” por conta das primeiras denúncias contra Lula, na qual eles trocavam, num texto Marx e Engels por “Marx e Hegel”. Na ocasião, segundo o G1, Blat teria mandado a imprensa “ir catar coquinho” pelos questionamentos que fazia.

O acordo está sob sigilo de Justiça e, portanto, foi “vazado oficialmente”. Quanto à homologação, o papel de fazê-la é do Judiciário, o que não aconteceu.

Como a busca e apreensão sobre Ciro Gomes, parece ser um episódio “caído do céu”. Ou “subido do inferno”.

Mas é bom que Alckmin vá se acostumando ao jogo pesado. Vai piorar e, agora, ele não tem mais a “imunidade tucana”.

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