O lobista caiu. Mas mercado quer presidente fraco na Petrobras

O indicado de Bolsonaro para a presidência da Petrobras, Adriano Pires, caiu por uma razão nunca antes vivida pela empresa: a de ser um lobista.

Este é o fato, porque a desculpa apresentada por Pires – “não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da Presidência da Petrobras” – é tão ridícula que não merece sequer ser levada em consideração.

Será que Pires poderia ser “consultor” e presidente da maior empresa brasileira assim, como se fosse um “bico”?

Bem, de qualquer forma Adriano Pires é passado e nem mesmo de “palpiteiro especialista” da privatização da Petrobras poderá atuar, como tem feito nos últimos 20 anos.

Resta agora saber o que será feito da direção da empresa em um período tão complexo como este, onde os preços do petróleo rondam os 110 dólares por barril.

Não parece haver, ao alcance de Bolsonaro, algum nome que não seja o de um “tapa-buraco”.

A promiscuidade com a iniciativa privada se tonou um óbice quase que intransponível para que este governo indique alguém à altura de gerir um gigante empresarial ainda público, a pesar de tudo o que ser fez com ele.

Fala-se em colocar a estatal no “quartinho de despejo” de Paulo Guedes, entregando a empresa a Caio Mario Paes de Andrade, secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital e ex-presidente do Serpo.

Personagem secundário, sem qualquer luz própria, significaria entregar a Petrobras ao próprio Guedes, o que não parece ser a intenção de Jair Bolsonaro.

Que, amanhã, vai retomar o discurso vitimista, dizendo que nem pôde fazer uma mudança na empresa e que, por isso, não é responsável pelo que vier a acontecer nos preços dos combustíveis e, consequentemente, com a inflação.

Para o mercado, não será um prejuízo. Um presidente fraco na Petrobras é o melhor que poderiam desejar para o bolso.

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