O bolsonarismo se mobilizou e acabaram faltando 8 votos para formar maioria absoluta e fazer tramitar em regime de urgência o projeto de lei que criminalizava a publicação de fake news na internet.
Embora, aqui e ali, fossem necessários cuidados para que isso não implicasse cerceamento de liberdade legítima de expressão – e que o texto contém – a razão não foi essa.
Foi exatamente a necessidade da extrema-direita de fazer da mentira e da sua propagação as ferramentas que usa para iludir a população e criar estados de comoção social.
O projeto, agora, terá – a menos que se vote outro pedido de urgência – uma longa e lerda tramitação nas comissões da Câmara até ir a plenário e, depois, a aprovação (ou não) no Senado.
Portanto, esqueçam que possa entrar em vigor até as eleições. Estaremos apenas com as arcaicas proteções do Código Eleitoral, formulado muito antes de que a tecnologia fizesse a mentira voar.
A Câmara dos Deputados que temos, francamente assemelhada a um circo trágico, reduz e apequena o processo político e, para isso, precisa transformar o processo de formação da manifestação eleitoral numa fraude.
A rede sem lei é o espaço ideal para fanáticos, abilolados e, pior, para os que, em lufar do debate e da crítica políticos – que são sagrados e intocáveis – tenhamos mentiras, ofensas e histeria no ambiente político.
Estamos lidando com selvagens e do pior tipo: os que pretendem fazer da liberdade um ambiente de opressão. Aliás, um palavra que não raramente associam a si mesmos.