Nem comentei a pesquisa CNT/MDA porque, além de ser telefônica – e há ao menos meia dúzia de outras nesta modalidade repetindo os mesmo resultados – mas há algo que chama a atenção, por incongruente.
Ela mostra um amplo domínio dos dois candidatos -Lula e Bolsonaro – somando, como as demais, mais de 70% dos entrevistados, e com um índice de convicção (não admite mudar o voto) em torno de 80% para ambos. Mesmo na pesquisa espontânea, que mostra uma intenção de voto mais sólida, os dois favoritos somam 61%.
Mas a pesquisa CNT/MDA, apesar disso, reserva uma capítulo para mostrar que, apesar de faltar apenas a certidão de óbito, a “Terceira Via” até há pouco sustentada pela mídia, permanece viva na cabeça de quem encomendou a pesquisa, com, supostamente, 61% dos entrevistados de que seria importante ou muito importante “o fortalecimento de um nome alternativo aos pré-candidatos Jair Bolsonaro e Lula à presidência da República”.
Francamente, depois de meses desfilando nomes alternativos a Jair Bolsonaro, nenhum deles fortaleceu-se, ao contrário: foram tombando um a um no descrédito público.
É evidente que o processo eleitoral afunilou-se precocemente e está havendo conversão de votos para a dupla favorita e, como todas as pesquisas mostram que Bolsonaro tende a ser menos elástico, agora que já capturou a maioria dos votos de Sergio Moro, passou a ser a vez de Lula capturar uma fatia maior: a dos que rejeitam Bolsonaro e não tenderiam a dar o voto já no primeiro turno ao petista, mas observam que a cena eleitoral, cada vez mais perigosa, não convida a tergiversar