O exemplo, claro, veio de cima.
Jair Bolsonaro – ou, certamente, seu dublê de idiotices, Carluxo – colocou no Twitter um microvídeo de um guri, gorduchinho, dando uma de lutador valentão, para debochar da desistência de João Dória.
– Comunico que estou abrindo mão da disputa do cinturão dos pesos médios no UFC. Boa tarde a todos!
Seus seguidores vão além do que Jairluxo acha ser ironia.
Xingam e gargalham da desgraça dorista, esquecidos que, ainda que poucos, ele tinha eleitores, que continuam votando.
Deixam de lado a velha sabedoria popular de não debochar dos mortos.
E que Lula está, segundo as pesquisas, a um ou dois pontos de uma vitória no primeiro turno e, por isso, qualquer mínima transferência de votos que a ele beneficie conta em dobro para o resultado: meio ponto a mais vale por um, porque lhe agregam de um lado e reduzem a soma dos seus adversários.
Felipe Nunes, diretor das pesquisas Genial/Quaest, diz que “Lula aumenta as chances de vitória no primeiro turno, com o voto útil, pois o eleitor do Doria rejeita mais Bolsonaro (77%) do que Lula (62%)”, mas mostra outro dado mais agudo: quase o dobro entre os eleitores de Doria (votaria ou poderia votar) admite votar no ex-presidente (36%) que no atual (19%), muito embora o eleitorado do agora ex-candidato seja, em tese, conservador.
A atitude de Bolsonaro e de seus seguidores, além de baixaria política, é de uma burrice atroz ao fazer dancinha no velório de João Doria.
Para eles, ganhar votos é o de menos, o importante é agitar suas tropas.