Faltou a camisa escandalosamente estampada, aberta até o terceiro botão para exibir o cordão dourado. Assim seria mais fácil entender o comportamento de valentão de porta de botequim do sujeito que conspurca a presidência da República desafiando a Justiça Eleitoral.
“Vai cassar meu registro? Duvido que tenha coragem de cassar meu registro. Não estou desafiando ninguém, mas duvido que tenha coragem de cassar”.
Bolsonaro, é claro, sentiu-se atingido pela declaração de Alexandre de Moraes de que candidatos que usassem fake news no processo eleitoral deste ano teriam seu registro cassado. Como não mencionou e nem sequer indicou que este poderia ser o caso do atual presidente, mas disse que isso seria feito independente do cargo que estivesse em disputa, a carapuça serviu so ex-capitão.
A parte mais difícil neste processo é não deixar o sangue ferver e recusar a discussão com o desclassificado que tenta transformar – talvez literalmente – o processo eleitoral em brica de rua.
Todo mundo já viu uma e como é a cabeça dos que, como ele, soltam aqueles “vem cá se tu é homem” para forçar uma resposta de quem interessa fazer ter a iniciativa da agressão.
E, neste caso, achando que tem a proteção de capangas, situação à qual acha que pode levar as Forças Armadas.
É preciso ter o sangue frio e não se abalar e aceitar a provocação.
A cassação de Bolsonaro é a sua derrota eleitoral acachapante.
Até o dia 2 de janeiro, Jair Bolsonaro está blindado de qualquer consequência jurídica, porque tem um capanga como o único legitimado a iniciar uma ação que o responsabilize.
Ele está ficando sem plateia e sua fúria vai se transformando em algo patético.
A vitória em primeiro turno de Lula, cada vez mais se impõe como uma prevenção a tentativas de golpe.
Porque o Brasil não é um botequim.