100 dias de suplício até o 2 de outubro

Por mais que as pesquisas mostrem que, hoje, é inevitável o triunfo eleitoral de Lula, possivelmente no 1° turno, não dá para ficar feliz com o que está acontecendo com o Brasil.

Não é só a destruição econômica, com a qual, pelos índices do Datafolha, a maior parte do empresariado concorda, em nome de uma cada vez mais remota vitória eleitoral do atual presidente.

É a destruição dos sentimentos humanos, a naturalização da transformação do país numa ditadura – por enquanto, apenas moral – e a aceitação de um “vale-tudo” como forma de disputa político eleitoral.

Um presidente da República que, “em nome da vida” ataca o direito legal de uma menina de 10 anos, vítima de um estupro, é, isto sim, “inadmissível”, como diz ele ao defender que ela fosse obrigada a parir o fruto daquela violência.

Só são aceitáveis as 670 mil vidas que a Covid levou (“e daí?) ou as que se dão nas terras sem lei deste país.

Não foi o único sinal de degradação.

Na live de ontem, contra todas as evidências, Bolsonaro disse que não há corrupção no governo, “apenas esta história de tráfico de influência, não aquelas obras superfaturadas. Assim, uma coisa normal.

Está-se a ponto de atropelar, de uma só vez, a lei eleitoral e a Constituição, aprontando um “Estado de Emergência” para atender a sua fome de votos, não a fome de milhões de brasileiros.

Dane-se que isso vá desmoronar, vale é a carruagem de uma horrenda Cinderela eleitoral, que nem abóbora virará depois da meia-noite.

Pior ainda: nem é mesmo para ganhar as eleições, mas para levá-la ao um segundo turno onde possa, afinal, partir para a subversão da ordem e apelar para um ‘reeleição golpista”.

Faltam 100 dias para a eleição e serão 100 dias de pesadelo. Você já está vendo cenas que jamais imaginou e, sinto dizer, verá coisas ainda piores.

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