Mídia não pode mais fazer ‘palavras cruzadas’ como o ‘presidente Carluxo’

O mandato de Jair Bolsonaro já se resume, há tempos, em sua campanha para reeleição ou, pelo menos, para uma derrota apertada o suficiente para dar viabilidade política ao golpe que ele planeja para reverter à força uma derrota nas urnas.

Esta campanha tem dois chefes militares.

Um, o general Walter Braga Netto, através do qual se tem o comando informal das Forças Armadas, dada a submissão do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, um oficial visivelmente opaco que ascendeu ao cargo pela degola feita por Bolsonaro quando interveio nos comandos militares, demitindo o ministro Fernando Azevedo e Silva e os chefes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Outro, Carlos Bolsonaro, o Carluxo, que anima e comanda as hordas de fanáticos, controlando as redes antissociais em nome do presidente, com agressões jocosas de uma adolescência tardia, produzindo bobagens como as “palavras cruzadas” para desafiar decisões judiciais.

Este, prepara a insurreição dos fanáticos contra as urnas, enquanto o primeiro cuida da cobertura militar para que esta seja vitoriosa.

Jair Bolsonaro não representa “forças ideológicas”, mas apenas um grupo familiar e seus cúmplices e a tolerância a esta milicianização da política por parte das elites brasileiras se resume a ser ela a única alternativa à eleição daquele que amaldiçoaram, o ex-presidente Lula.

Não há, com ele, nenhum projeto de país que não a liquidação do país e a miserabilização de nosso povo, sem sequer o o auxílio que a alguns se pagará até a eleição.

É preciso que haja reação a isso, mas não com “mimimis” liberais de 2018.

Não há “imparcialidade” possível entre civilização e barbárie, entre votos e baionetas, entre vida e morte. Não há terceira via entre democracia e ditadura.

É preciso que – e nada há de errado nisso, quando feito de forma aberta – a imprensa brasileira e todas as demais instituições do país assumam a única forma possível – já que temos um Legislativo acanalhado pelo dinheiro e um Judiciário encolhido pela sombra da ameaça armada – que são as eleições, já a parcos 80 dias de se realizarem.

É hora de dizer que isso tem de ser resolvido já, em primeiro turno, de forma acachapante e sem reação possível.

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