Aras é uma muralha contra ações contra Bolsonaro

Ninguém espere nada do procurador Augusto Aras diante dos diversos pedidos de investigação sobre as transgressões eleitorais de Jair Bolsonaro em seu “show” para uma plateia de embaixadores e encarregados de negócios, acusando os ministros do Tribunal Superior Eleitoral de estarem promovendo uma fraude nas urnas eletrônicas com a finalidade de derrotá-lo nas eleições de 2 de outubro.

O levante de procuradores e subprocuradores gerais pedindo que o caso seja ajuizado não é nada para quem não precisou do apoio da categoria para chefiá-la e menos ainda precisa dela agora, em seu segundo e último mandato.

Já há um movimento de procuradores da cúpula da PGR para sustentar que “não ouve crime”, segundo informa a repórter Carolina Brígido, do UOL, para quem “a fala de Bolsonaro teria sido apenas a veiculação da opinião dele sobre o sistema eleitoral, sem ataques duros ou xingamentos.”

E vai ficar por isso mesmo, porque Bolsonaro está blindado não só por Augusto Aras, mas também por Luiz Fux que, apesar de uma nota formal de repúdio em que só vagamente fala do episódio, tinha poder para aumentar esta pressão, comunicando a Aras, com pedido de providências sobre o fato de três integrantes do tribunal que preside terem sido acusados de fraudadores de urnas.

Bolsonaro chegou a isso por conta da tibieza com que o sistema de Justiça o tratou até agora.

A falta de uma ação sancionadora a seu comportamento é mais que um sinal verde para que siga em sua ofensiva golpista e lance o país num confronto monstruoso.

Ontem, Bolsonaro atravessou um dos últimos limites para isso e se o Ministério Público nem esta violação enxerga, melhor não ter um. Porque, protegendo atitudes assim, o PGR se torna cúmplice das agressões bolsonaristas.

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