Não é à toa que, entre as primeiras reações do bolsonarismo, estivesse a tentativa de criminalizar as pesquisas eleitorais por seus resultados.
As empresas de sondagem de opinião pública, com isso, passaram a trabalhar sob pressão, porque passaram a ter de explicar o que, muito provavelmente, não poderiam detectar: a migração dos votos declarados em Ciro Gomes (5% na última pesquisa para 3% nas urnas) de Simone Tebet e de outros candidatos para Jair Bolsonaro, visando evitar a vitória em primeiro turno.
O efeito público, porém, é o que que elas subestimaram a votação de Bolsonaro e este é o “fundamento” para que elas sejam levadas ao “paredão” pelas forças governistas.
É claro que não passarão iniciativas assim, ao menos de imediato, mas os institutos maiores operam hoje com medo de suas próprias previsões.
Ainda assim, é preciso registrar que elas trabalham com universos discutíveis, por conta deste medo.
Não apenas estão mudando a amostra – só ouvem quem declara ter votado no dia 2 – como, possivelmente, através da pergunta sobre em quem o entrevistado votou, recalibram a amostra pelo resultado do 1° turno.
Diriam os precavidos, como eu, que podem estar, com estes mecanismos, dando uma “margem de segurança” para não serem surpreendidas.