A direita vai aprender a lição?

Manifestações, silêncios e cochichos golpistas – como as mensagens vazadas do ministro Augusto Nardes, do TCU, dizendo que “”está acontecendo um movimento muito forte nas casernas” contra o resultado das eleições – representam um alerta não apenas de que não se pode relaxar na defesa da democracia e do combate a quem a tenta derrubar, mas para a direita “civilizada” e à centro-direita.

Avisam a quem quiser ver que o bolsonarismo está vivo e forte e, portanto, não vai dar a ela mais – e provavelmente, bem menos – que as oportunidades que teve nas últimas eleições, quando tentou, por longos meses, formara tal “terceira via” que a deixou sem perspectivas eleitorais, inclusive no 2° turno.

Nem mesmo com uma figura elevada à condição de “herói nacional” como Sergio Moro, o conseguiu.

Qualquer um que não reze pela cartilha golpista está condenado a sequer poder andar na rua, tomar um avião ou frequentar um restaurante sem enfrentar hostilidades que, embora possa provir de meia-dúzia, sugere que há uma rejeição geral a eles, e intransponivel para quem vive de voto.

A agressão a Rodrigo Maia é só um destes episódios e não lhe falta companha até em Nova York, como se viu com os ministros do Supremo.

Criar dificuldades e entraves para que o governo Lula possa funcionar plenamente nos primeiros meses, através da ampliação das intoleráveis limitações orçamentárias, que multipicam as situações caóticas que já estão surgindo (e havendo recursos, mas que não se pode usar, por conta do “teto”) é alimentar esta gente insana.

Boa parte do “Centrão”, por isso, não vai criar barreiras intransponíveis, para a solução da penúria orçamentária que foi deixada a Lula, exceto os bolsonaristas e “moristas”, como o senador Alessandro Vieira.

Vai cobrar, claro, porque é da sua natureza comportar-se assim, mais do que a política já induz fazer. Mas sabe que, sem Lula, vai continuar escrava do bolsonarismo e, pior, de um bolsonarismo que cada vez mais aposta numa saída fora da política.

E, portanto, da negociação da qual dependem.

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