Rascunho do golpe punha militares no controle do TSE. Veja

O Jornal Nacional e Globonews exibiram, minutos atrás, a minuta do decreto com que Jair Bolsonaro pretendia “melar” o resultado das eleições presidenciais e transformar em vitória a derrota que o povo brasileiro lhe impôs na urnas.

E o texto deixa bem claro que seriam os militares – a quem destinava oito dos 17 lugares numa absurda “Comissão de Regularidade Eleitoral” que teria como missão “o pronto restabelecimento da lisura e correção” do processo eleitoral – quem iria determinar o “resultado” das urnas.

A Folha publica que o texto previa ainda a quebra dos “sigilos de correspondência e de comunicação telemática e telefônica” dos membros do Tribunal Superior Eleitoral”, numa escandalosa usurpação do que é prerrogativa única e exclusiva do Judiciário, neste caso do STF.

O texto enfia até a raiz dos cabelos na articulação golpista o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa , mostrando que sua teimosia em manter até o final o confronto com o TSE era um ato preparatório para o desfecho golpista que, é muito provável, só não aconteceu por resistências internas nas próprias Forças Armadas.

Não é crível que se entregasse aos militares o controle do processo eleitoral sem entendimentos (frustrados ou não) com seu chefe.

Aguarde-se a reação, nas próximas horas, do Supremo Tribunal Federal, provocado (o que é provável) até mesmo pela antes inerte Procuradoria Geral da República ou por terceiros, diante desta revelação.

A crise do golpismo é galopante e não há a menor importância em que o atual ministro da Defesa se mostre cândido com os comandantes militares. Não é preciso pressioná-los mais do que os fatos estão fazendo.

Não se vê outro caminho senão o de decisões rápidas e fulminantes. Alexandre de Moraes sabe que o ferro se malha a quente.

 

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