A Davati, o coronel e a ‘facilitadinha’

A sessão da CPI da Covid hoje, quando se vai ouvir Cristiano Alberto Carvalho, o chefe do cabo da PM Luiz Paulo Domingheti que, com ele e através do tal Reverendo Amilton de Paula, chegaram às portas do gabinete presidencial com as míticas 400 milhões de doses de vacina Astrazêneca.

Há possibilidades reais de que ele saia preso do Senado, ainda mais agora que o dono da Davati, Herman Cardenas, disse à Folha que não existiam as tais vacinas, mas apenas a inacreditável história de que conhecia um médico as teria para vender e que o papel da empresa era apenas o de “facilitar” o negócio.

Bem, o caso é de estelionato escrachado, na melhor das hipóteses. Na pior, o de tráfico internacional de medicamentos (art.273 do Código Penal).

O fato, já mais que caracterizado é de que havia uma montoeira de baratas se deslocando avidamente nos esgotos do Ministério da Saúde valendo-se de picaretas civis, militares e religiosos para, descaradamente, aplicar golpes com a compra de vacinas.

Cardenas diz, como todas as letras, que o coronel aviador reformado Cláudio Octaviano Guerra foi o elo de ligação de todo o negócio:

“A Davati nunca foi atrás de fazer negócios com o governo do Brasil. O que aconteceu foi que um vendedor autônomo [Cristiano Carvalho] entrou em contato, através de um outro contato que tenho nos EUA [o coronel da reserva Glaucio Octaviano Guerra] porque ouviu dizer que talvez a Davati teria alocação das vacinas”, afirmou o empresário.
Cardenas diz que conheceu Guerra através de uma outra pessoa [ele não disse quem], há cerca de dois anos, e que desenvolveram uma amizade. “Eu o procurei porque ele tem experiências em conexão com governos para negócios, mas não temos uma relação formal contratual e ele só nos ofereceu ajuda.”

Guerra, mostro a Agência Pública, era ao menos “trocador de curtidas” nas redes sociais com Fabrício Queiroz, aquele “facilitador de rachadinhas”

Espera-se que o comandante da Aeronáutica, aquele que disse que “homem armado não ameaça”, não considere investigar isso uma “ofensa às Forças Armadas”, bem como apurar quais eram os interesses terrenos do Reverendo Amílton não seja uma ofensa a Deus.

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