A direita KKK

Pois é, anda difícil de acreditar a que ponto a direita brasileira chegou, quando você vê o antes vetusto Estadão abrir as páginas de seu noticiário político para o que, em tempos mais sãos, seria visto como “pegadinha”, piada: o estúpido e grosseiro Danilo Gentili, que agora fala como “possível candidato” à presidência da República.

A extrema direita apelar para candidatos humoristas, como forma de revestir de risadas palermas a crueldade da destruição do convívio social nem mesmo original é: já a usaram na Itália e na Ucrânia. Com resultados, aliás, muito “expressivos”: Grillo está hoje no meio de uma polêmica, fazendo vídeos furiosos para defender o filho, acusado de um estupro coletivo de uma jovem e a Ucrânia se debate com ameaças de guerra interna e tensões armadas externas, com a Rússia.

Não se sugere, é claro, que a piada tupiniquim tenha estes ares dramáticos como estes. Se ele não tivesse um histórico de abjeções para lá de conhecido, deixa o jornal que resolveu dar palco para seu “stand-up” de candidato na triste situação de partilhar o noticiário sobre ele com o UOL.

Lá, noticia-se que o pretendente à Presidência foi condenado a pedir desculpas públicas aos enfermeiros e enfermeiras, por ter “perguntado” no Twitter “se existe um asilo especializado onde as enfermeiras batem umas pros véios”.

Que maneira meiga e edificante de falar das profissionais que arriscaram e arriscam suas vidas para salvar centenas de milhares de idosos brasileiros da morte.

É a “nova direita”, que demonstra sua “inteligência” escrevendo “kkk” no Twiter e, infelizmente, não é uma piada.

Se esta patacoada for adiante – já conta com o apoio do “moralista” Moro – o Brasil terá descido ao inimaginável: ver alguém pretender que o país tenha saudades de Jair Bolsonaro.

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