Repercute no noticiário a indicação de um novo delegado para investigar – pela terceira vez! – as ligações entre Adélio Bispo, o louco da facada em Bolsonaro e… não se diz quem.
O foco, agora, é a devassa na vida do advogado que o defendeu, em seus telefones e contas bancárias, que a Ordem dos Advogados havia conseguido proteger.
Estes materiais estão há muito apreendidos e, certamente, não são desconhecidos pela Polícia Federal.
E não levaram a nenhuma conclusão que a impedisse de afirmar que, sem eles, não poderia esclarecer o caso.
Mas o fez e afirmou por duas vezes que não há indícios de planejamento do crime e tudo se concentrar em quem, supostamente, ter-lhe-ia pago advogado, o que não é crime.
Está claro que aposta-se numa versão de que havia uma organização criminosa por trás de Adélio, que possa servir como fonte de simpatia ao atual presidente e é evidente que não se trata de coincidência que um novo delegado tenha sido posto à testa do caso no mesmo dia em que Bolsonaro é internado por suposta complicações geradas pela facada, afinal resolvida com um laxante.
É pouco provável que isso tenha alguma serventia política, depois de tantos anos e já tão perto das eleições.
Ninguém acredita mais na honestidade de investigações – com toda a presunção de que o delegado Martin Puper seja um profissional honrado – no meio de um quadro de cooptação indecorosa da PF com aumentos salariais generosos.
Não colou, não cola e não colará. Exceto, se a PF não se cuidar, para comprometer mais ainda a instituição com o alucinado que está no poder.