A ladeira não acabou…

A semana promete.

Amanhã cedo começaremos a ver se – e quanto – o mercado financeiro acha que a reforma previdenciária “subiu no telhado”.

Embora a queda da sexta-feira tenha sido brutal, abrindo espaços para a compra, barato, de ativos financeiros, é duvidoso que alguém queira colocar o pescoço – e o bolso – muito exposto à faca que está cortando as expectativas de uma recuperação, ainda que capenga, da economia.

O mais provável é o contrário. O Boletim Focus, do Banco Central, deverá aqpontar para uma previsão de expansão do PIB abaixo de 2%

O capitão já deixou claro que não vai buscar composição e que cabe a Rodrigo Maia, se quer a reforma, articular a votação dos deputados. Não se verifica, porém, qualquer possibilidade de que os deputados o levem a fazer isso por interesse em compor com o Planalto em troca de nada.

Terça, tem Paulo Guedes na Comissão de Constituição e Justiça, em clima de conflito aberto e ameaça do Centrão de esvaziar o plenário e deixar a esquerda e o PSL quebrando o pau na audiência. Não creio que Rodrigo Maia vá contribuir para isso, exceto se houver uma irritação incontrolável das bancadas.

Ele não quer ficar – e não quer que a Câmara fique – como o inviabilizador da reforma.

Quarta, há o julgamento do habeas corpus de Michel Temer, com chances concretas de ser concedido e de se tornar fonte de mais ataques ao Judiciário. Antes, duas reuniões que prometem dar pano para manga: Ernesto Araújo, chanceler (ou quase) e Ricardo Vélez, Ministro (ou quase) da Educação serão sabatinados na Câmara.

Note que toda este degringolada aconteceu depois da última quarta-feira, quando o governo apresentou a proposta do reajuste dos militares.

Agora, vai ficando claro que, entre a chance de aprovar, mesmo parcialmente, a reforma e a oportunidade de atacar o parlamento, Jair Bolsonaro fica com a segunda hipótese.

A turma da coxinha ameaça partir para manifestações mais radicais.Mas não parece que Bolsonaro, a esta altura, tenha como ir além do “não me deixem só”.

 

 

 

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