A ômicron não mata? Mata menos, mas muito

Os dados que chegaram dos Estado Unidos e os que chegam agora da Europa advertem – ou deveriam advertir – contra a irresponsabilidade das autoridades brasileiras – e da mídia em geral – de que a nova onda de Covid não levará a uma elevação intolerável do número de internações e de mortes.

Hoje, na Europa, ainda não informados os óbitos em todos os países, o número de mortes vai ficar perto de 4 mil. São 300 na França, 300 na Itália, 380 no Reino Unido, quase 800 na Rússia, quase 500 na Polônia e 160 na Alemanha, com seu excelente sistema de Saúde.

Os gráficos acima, feitos com os dados de hoje da França mostram que não só os casos, mas também as mortes, estão crescendo com grande intensidade.

É verdade que isso é metade dos óbitos que o continente registrou nos piores momentos da pandemia, em razão dos graus de cobertura vacinal que se verifica na maioria destes países.

Mas esta metade é tão grande que não é só intolerável como suas consequências para o funcionamento da economia.

O número de casos naqueles países, não fosse o peso que eles têm, já teriam provocado consequências semelhantes ás que caíra dobre a África do Sul, pouco mês de um mês atrás, quando explodiu a infecção pela nova cepa viral.

No entanto, parece que a preocupação central passou a ser quantos dias de trabalho os infectados pelo vírus terão de ficar em isolamento – leia-se, afastados do trabalho.

Ou como a doença irá prejudicar eventos potencialmente lucrativos, como os desfiles das escolas de samba.

Além de desumano, isso é uma autoilusão. O exemplo de fora deveria ser olhado para outras coisas além de achar que, num país sem testes ou de testagem muito difícil, o isolamento deveria ser reduzido para cinco dias, uma imprudência.

As mortes começam a ampliar-se fortemente perto de um mês depois da elevação dos casos de contágio.

Não é diferente do que se verá aqui, mesmo quando as autoridades façam tudo para que você não veja.

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