O desenho que se vai esboçando – ou já bem esboçado, a esta altura – do que será o governo Jair Bolsonaro vai, cada vez mais, lembrando o trecho de “Alice no país das Maravilhas” em que surge a Rainha de Copas, que traduz seu poder e seu mando em apenas uma recorrente frase: “Cortem-lhe a cabeça!”.
A corte do ex-capitão, tem três categorias. Ou apenas duas, se quisermos ser mais rigorosos e desconsiderarmos a família, que exerce, nela, ministérios sem pasta, mas com poder.
Uma, evidente desde o início, é a dos ministros “proprietários”, donos do Governo e integrantes do aglomerado que, desde há algum tempo, apostou no “azarão” e em sua aventura presidencial.
Nela estão os militares, Ônyx Lorenzoni ( que cedo se deu conta da incapacidade de Bolsonaro de articulação parlamentar), Paulo Guedes (que se ofereceu para suprir a ausência de qualquer coisa que se pudesse chamar de programa econômico do candidato) e Sérgio Moro (que negociou sua grife de “Eliot Ness” pelo lugar de Grão-Duque da repressão judicial no novo governo.
O resto – e quase todos os outros que virão – são escolhas sem maior importância, gente que Bolsonaro mal conhece – se é que alguma vez já viu. E que, portanto, não haverá maiores problemas em “despachar” se criarem problemas.
Todos, ou quase todos, já demonstraram que não têm grandes envergaduras: foram selecionados pelo segundo escalão – os ministros proprietários – e com bem pouca autonomia contam para montar suas equipes. Caberá a alguns deles acomodar os ajustes que, adiante, serão necessários com o Congresso, loteando as estruturas inferiores de suas pastas, até porque a composição “nova” do parlamento, pela sua falta de expressão, pode fazer com que fidelidades “saiam barato” em matéria de cargos.
Como no livro de Lewis Carroll, pintarão as rosas para que fiquem ao agrado da rainha.
A outros, caberá mesmo se prestarem ao papel de “bois de piranha”, desmontando políticas, equipes e produzindo o clima de perseguição de dissolva as resistências ao que de fato vão fazer: estagnar despesas ou, até, cortá-las ainda mais.
O episódio envolvendo Viviane Senna e o ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Mozart Ramos, mostra o nível de desconsideração do presidente eleito pelas pessoas que indica para os cargos.
Os primeiros meses do novo Governo serão meses de demolição. A rainha só tem o “cortem-lhes a cabeça” para berrar e, como isso vai gerar crises, e não soluções – algumas das cabeças de seus auxiliares também rolarão, para mostrar que, na falta de programa de ação, ao menos “há autoridade”.
Nada a estranhar: no Brasil deformado desde que começou a epidemia de punitivismo, como para a Rainha de Copas de “Alice”, a sentença vem antes do julgamento.
22 respostas
O que eu considero fundamental para os destinos do país, será a posição que a rede Globo vai tomar. Melhor dizendo, de que tipo de conspiração ela vai participar. Há um leque de possibilidades e um perigo novo, na minha opinião: metade do Brasil está tão alienada, que um choque com o real pode causar reações imprevisíveis. Quando a ficha cair e a monstruosa fraude que foi vendida desde 2013 desmoronar, vai faltar o chão pra muita gente e aí a coisa poderá explodir.
Começará com a fakada.
Tá, mas que dia mesmo começam a trocar o povo?
Creio que você é um otimista: jamais irão deixar a fraude desmoronar. Quem teria de fazer alguma coisa somos nós, que agimos sempre como cordatos carneirinhos…
Será a revolta dos cornos (da globo). Bem irônico.
A coisa mais fácil de acontecer é um acordo entre o reizinho do Mal e a rede Globo. Isso será percebido quando começarem as demissões injustificáveis de pessoas de uma “lista negra”. Gente do Mal se entende fácil, é só ajustar os parafusos, e a Globo só precisa saber se o Reino da Loucura se consolidou de maneira sustentável, para aderir. Resta saber se ainda será possível estender e aprofundar a alienação geral, que já beira a loucura total.
A ficha até poderá cair, mas vai ser difícil para essa gente admitir. Não dão o braço a torcer. O ódio ao PT é maior que tudo. Terá que acontecer uma catástrofe muito grande nesse país.
É uma mistura da Rainha de Copas com Chapeleiro Louco: falas inconsequentes, francas provocações e nenhuma responsabilidade pelo que acontece aa sua volta. Alice terá dificuldade para voltar para casa depois de legitimar essa insanidade por voto.
Esperemos, rezemos, para que a rainha e sua bolsa de merda se percam na floresta e não retornem jamais.
** momento especulativo ** se a rainha fosse jogada injustamente num calabouço com pretextos estúpidos, a gente ficava feliz ou não? (ou nada de ruim que pudesse acontecer com a rainha poderia ser chamado de injusto?)
“Eleição” do ex-capitão nazifascista foi uma sucessão de fraudes que não tem fim. Cada dia aparece uma nova:
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/video-filho-de-empresario-conta-que-na-campanha-mandou-audios-a-eleitores-imitando-bolsonaro-no-whatsapp/
Petralhas, movimentos sociais, sindicalistas, MST, MTST, CUT e muitos outros, serão os que terão a cabeça a prêmio.
Listas e mais listas, com nomes dos futuros cassados, já devem estar prontas.
Não faltarão dossiês, acusações.
Agora Dr .Moro vai mandar prender a Dilma. É bom a Dilma ficar ligeira!
Aja governo paralelo,moro ê judiciário, evangélicos, militares bozolino é o que vai mandar menos.
Sem duvida a eleição do Coiso, foi a maior “BolsoEnganação” da história do Brasil. Daqui a algum tempo será difícil encontrar um eleitor do Coiso.
Fica uma pergunta: Um governo desse tipo, tem legitimidade para conduzir o destino de milhões de brasileiros? Será levada a sério por nações democráticas? Que futuro está reservada para o Brasil, depois que um bando de moleques traidores da pátria, destruíram a nossa reputação perante o mundo?
#ChegaDeAssombraçãoBolsonaroNão
Muito bom, pobre do povo brasileiro, se deixou enganar por esse Mentecapto!!!
Fernando, está melhor? O fascista bem poderia pegar a frase da Dilma. “Não ficará pedra sobre pedra” sobre os direitos e a soberania nacional.
Para amenizar a desgraça o vice presidente do Bozo que é o Morao é melhor que o Temer. Que pode assumir.
Se você acha que essa desgraça cretinesca denominada Mourão é melhor do que o pútrido Temer, precisa urgentemente rever seus conceitos de bom e ruim, pior, melhor…
Insisto: a cavalgadura do Bozonaro é um Midas ao contrário. Tudo o que toca vira bosta!
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Poema Z
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Poema dedicado para Dilma, Lula e o PT e para todos / todas os / as progressistas do mundo inteiro.
Sinta-se homenageado / homenageada também.
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Penso
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ReXisto
O maior perigo que se apresentará ao novo governo será o de que, após alguns meses de pancadas, o homem comum de classe média diga para si mesmo: “Meu Deus! E pensar que deixei de votar no outro candidato, o do PT, que era honesto e altamente capacitado, e que foi um dos melhores prefeitos do mundo na cidade de São Paulo, assim considerado pelo próprio Bloomberg…”
Para evitar que isso aconteça, e que a eleição do reizinho do Mal pareça o absurdo que realmente é, o Golpe terá que aprofundar a perseguição ao PT até às raias da estupidez, e terá de demonizar profundamente até o próprio Haddad, para que a classe média sinta que o maior mal era realmente o PT e que votou no absurdo por completa falta de opção.
Para encarar isso, a esquerda e todos os democratas progressistas e principalmente o PT, deverão pegar no tacape e correr prá cima dessa demonização midiático-jurídica com todas as forças que puderem reunir e criar, e de minuto a minuto, sem deixar passar nada sem feroz resposta que produza grande eco. Lutar contra a onda de demonização gratuita em qualquer espaço que o próprio mainstream ofereça querendo ou sem querer, sem deixar de ocupar nenhum desses espaços, por menores que sejam, fazendo ver geral quem são os agentes da demonização e quais suas motivações aparentes e ocultas.
Paralelamente, deverá deixar bem clara a narrativa política, a conscientização e a reação fora do país, internacionalmente. E também assumir a dianteira na Internet e nas redes sociais. A luta mal começou. A democracia e a liberdade democrática não podem morrer, pelo contrário, elas podem e devem surgir como a opção racional e correta depois do desastre do empoderamento eleitoral das teses do ódio.