Já não há sentido em escrever que há uma ameaça de recessão na atividade econômica mundial. Porque ela já está ocorrendo e provocando uma corrida em todo o planeta pela “segurança” do dólar.
Neste momento, o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas (Euro, Iene, Libra esterlina, Franco Suíço, Dólar do Canadá e Coroa Sueca) alcança a marca de 106,3. É a maior em 20 anos.
O Euro, que em abril de 21 andava por volta de 1,2 dólar, hoje roda perto de 1,02 dólar, uma perda de 15%, o que é imenso quando se trata de moedas tidas como “fortes”. As importações europeias dos EUA pagam não só o preço da inflação de custos norte-americana mas a inflação cambial.
Os juros vão continuar subindo em ritmo forte, diante da incapacidade dos últimos aumentos de taxas em deter o processo de inflação na Europa e EUA.
O reflexo na moeda brasileira, que vem galopando, já levou a cotação do dólar para os níveis do final de janeiro e passa dos R$ 5,39, contra R$ 4,73 há dois meses e é inevitável que isso contamine a inflação, por mais que o governo corte os impostos a torto e a direito.